"Atualmente, cassinos do todo o mundo utilizam máquinas com o conceito slam-top, desenvolvido no mercado brasileiro. As cartelas, mundialmente, não avançaram muito, mas acredito que no Brasil elas ainda terão uma boa fatia do mercado quando o setor for regulamentado”, analisa Escorza.
Ele trouxe o exemplo da Espanha, onde os prêmios são fixos (70% da receita da venda de cartelas), pede-se identificação do jogador e imposto fixo por máquina mais as taxas de funcionamento das salas. "Na Espanha, os bingos são controlados pelos estados, que poderia ser um exemplo a ser seguido no Brasil”, avalia. Para o executivo, "está mais do que na hora defendermos a atividade e buscar a regulamentação de maneira a que o país volte a ser uma referência como já foi no passado”.
Olavo Sales, presidente da Abrabincs, disse que "é importante discutir o tema jogos de maneira global em nosso país, mas pensando cada segmento que envolve tantas atividades isoladamente, para se definir quais jogos teremos”. Segundo ele, necessariamente a regulamentação irá definir quantas salas de bingos ou cassinos serão permitidos.
"E a visão que me veio é sobre quanto vai custar a montagem de um bingo, por exemplo, para se chegar a números sobre a abertura de uma casa, considerando área útil de cerca de 1.800 m2, com 256 lugares para cartelas e espaço para 400 máquinas. Ao se buscar um imóvel, será necessária reforma e uma série de investimentos, como aquisição de equipamentos, móveis, contratação e treinamento de funcionários etc. Se imaginarmos a exigência de uma concessão, por meio de leilão, em que se pague algo em torno de R$ 10 milhões, podemos chegar a mais de 20 milhões de investimento inicial”, narrou, apontando algo em torno de R$ 316 mil como o retorno nas cartelas, somado a pouco menos de R$ 3 milhões de receita na área de máquinas.
O dirigente apontou ainda os custos de funcionamento do bingo da ordem de R$ 3 milhões por mês considerando a configuração inicial da sala e o valor pago em leilão pela concessão. "Ou seja, a atividade não tem a rentabilidade que muitos pensam”, contou.
Fonte: GMB