VIE 19 DE ABRIL DE 2024 - 22:30hs.
Fábio Tibéria, consultor e especialista em criptomoedas

“Plataformas de jogo já se movem para a frente criando a própria moeda virtual"

Dando continuidade às primeiras impressões sobre a aprovação da ‘Lei do Bitcoin’ no Senado, Games Magazine Brasil publica um artigo exclusivo de Fábio Tibéria sobre curiosidades a respeito de criptomoedas. Consultor internacional de apostas e especialista no tema, Tibéria diz que, ao regulamentar o “ouro digital”, como o autor chama o Bitcoin, “o Brasil dá dignidade e reconhecimento à revolução tecnológica e financeira desse século”.

O Brasil regulamenta o "ouro digital" (bitcoin) dando dignidade e reconhecimento à revolução tecnológica e financeira desse século

O bitcoin foi criado em 2008 pelo "invisivel" Satoshi Nakamoto. A definição de "criptomoeda" é devido à diferença em relação às moedas tradicionais. O bitcoin é uma moeda virtual que não pode ser impressa, é limitada, descentralizada, transparente e incorruptível!

- É criada por “mineradores digitais";

- O número máximo de BTC é limitado a 21 milhões;

- Não é gerenciada por nenhuma instituição financeira, mas sim por uma rede decentralizada;

- As transações são confirmadas em blocos (blockchain) e simultaneamente por uma multitude de usuários (mineradores);

- Todas as transações são registradas em um 'ledger" (registro digital) e são visíveis a toda a comunidade e nunca podem ser alteradas ou manipuladas.

Essas caraterísticas tão extraordinárias fizeram que essa tecnologia seja hoje reconhecida mundialmente também entre as entidades financeiras tradicionais.

Apenas pense que em abril de 2011 um BTC valia US$ 1... hoje seu valor bitcoin é aproximadamente US$ 40.000.

Quem investiu US$ 1.000 (aproximativamente R$ 5.000) hoje teria um patrimônio de 40 milhões de dólares (200 milhões de reais).

Em 2010 pela primeira vez o Bitcoin foi utilizado como sistema de pagamento para comprar duas pizzas. O dia 22 de maio 2010 é lembrado como o "bitcoin pizza day".

O valor em dólares das duas pizzas foi US$ 41, correspondente naquela época a 10.000 Bitcoin.

Hoje o equivalente seria 400 milhões de dólares (2 bilhões de reais).

As pizzas mais caras da história!!!!!

Depois de 11 anos do "pizza day" as criptomoedas representam uma realidade no nosso sistema financeiro mundial.

Hoje os três sistemas de pagamento mais utilizados no mundo por ordem de volume são, Visa, Mastercard e bitcoin.

Em números, o Bitcoin registrou em 2021 US$ 489 bilhões por trimestre, em média, contra 302 bilhões do PayPal. A Mastercard, US$ 1,8 trilhão e a Visa atingiu o pico em US$ 3,2 trilhões.

Seja que o número de transações é limitado em relação a outros sistemas de pagamento, o Bitcoin é predestinado a crescer em valor.

Em 10 anos provavelmente o valor por unidade vai decuplicar colocando o "filho eletivo" (bitcoin) de Satoshi Nakamoto presumivelmente no primeiro lugar em volume movimentado.

Empresas do mundo inteiro há anos já aviaram o processo de cripto-aquisição.

O impacto é mais segurança, proteção da privacidade, velocidade e custo das operações.

Plataformas de jogo já se moveram para a frente criando a própria moeda virtual ou desenvolvendo plataformas decentralizadas (tudo gerenciado pela rede de usuários).

O custo operacional hoje, para uma empresa que utiliza o sistema de pagamento tradicional, é em média 7% a 8% entre depósito e saque (IN and OUT).

Por causa do alto custo operacional os números de saques muitas vezes são limitados.

Por exemplo, com uma criptomoeda como NANO ou XRP (ripple) o custo é praticamente próximo a 0% (US$ 0,00078) e a velocidade de confirmação da transferência está entre 0,14 e 4 segundos.

Hipoteticamente comparando o PIX com ripple (XRP) sobre um volume de depósito e saque de 1 milhão de dólares, realizadas em 100.000 transações, a empresa de jogo teria um gasto de US$ 50 mil com PIX contra US$ 78 do ripple (US$ 0,00078 x 100.000 = US$ 78).

O impacto sobre o custo total seria respectivamente de 5% com PIX e 0,0078% com XRP.

Importante evidenciar que é sempre preciso uma empresa de pagamento que possa gerenciar todas as carteiras virtuais.

Paralelamente, as empresas de pagamento e os times de futebol começaram a criar os próprios “fan tokens", uma nova cripto-ferramenta que permite ao torcedor ter benefícios exclusivos, ofertas, prêmios, mas sobretudo participar de decisões do time.

O Brasil já tem o "brazilian fan token" (BRT), a criptomoeda oficial da seleção brasileira de futebol!!!

Nesse contexto, a regulamentação é mais um processo necessário de reconhecimento formal e de consciência comum.

Além de ser utilizada como sistema de pagamento, as potencialidades dessa tecnologia são múltiplas:

- Estão sendo produzidos smartphones alimentados por energia solar que podem minerar bitcoin e criptomoedas com impacto ambiental zero;

- Os "smart contracts", que são uma tecnologia derivada, podem ser utilizados nas eleições assim que os resultados estiverem visíveis em tempo real de toda a população sem possibilidade de manipulação;

- O bitcoin é a única moeda que nos últimos anos aumentou em valor, então seria uma ótima ferramenta em contraste à inflação;

- Contraste ao domínio das moedas dominantes e manipulação dos preços das comodities  como petróleo;

- Rastreamento dos alimentos no setor agroalimentar;

- Combate contra desinformação e fake news. A informação seria analisada, simultaneamente e em tempo real, por milhares de usuários para apurar a veracidade da notícia etc.

Evidente que o processo de "criptoglobalização'" está acontecendo em 360 graus.

Parabéns ao Brasil, que está sendo pioneiro atuando no maior processo tecnológico-monetário dos último 50 anos.

Concluindo, com o ritmo atual de inflação, em menos de 30 anos o dinheiro tradicional não existirá mais e o bitcoin chegará, em 10 anos, a US$ 500 mil por unidade!!! Hoje "pecuniae citissime percurrunt” (o dinheiro corre logo)!!!

Fábio Tibéria
Consultor internacional de jogos e especialista em criptoativos

Fonte: Exclusivo GMB