JUE 25 DE ABRIL DE 2024 - 10:15hs.
Empresas movimentam US$ 330.5 milhões por ano

Estudo detalha o atual cenário de patrocínios das casas de apostas esportivas

Na segunda quinzena de dezembro, foi promulgada a Lei 13.756/18 que, entre outras questões, criou a modalidade de apostas esportivas no Brasil. Trata-se de um primeiro passo para a legalização dos jogos e apostas no país. O ano que acaba de iniciar deverá ficar marcado pela entrada de diversas marcas de casas de apostas no patrocínio a clubes brasileiros. E no âmbito global, qual é o cenário atual e as perspectivas futuras?

De acordo com um recente estudo publicado pela Sportcal, futebol, corrida de cavalos e basquete são as modalidades que mais agregam empresas de apostas esportivas. Juntas, elas investem um total de US$ 330.5 milhões por ano em 358 acordos de patrocínios. Destaque para a turca Spor Toto, com cinco negócios ativos e US$ 29.5 milhões em investimentos.

Desconhecida do mercado brasileiro, ela supera companhias britânicas como Betway (US$ 23.1 milhões), patrocinadora máster do West Ham, e a Unibet (US$ 22.5 milhões). Para figurar na camisa do clube da Premier League, a empresa desembolsa £ 10.26 milhões por ano.

Sobre os clubes de futebol, vale uma contextualização. Dos 358 negócios ativos, as agremiações representam 58% dos acordos com empresas do setor. Somente na Championship, a segunda divisão inglesa, mais de 70% das equipes têm uma empresa do segmento como patrocinadora de camisa. A 32Red, britânica de cassinos online, está em cinco uniformes. As corridas de cavalos, com 14%, e o basquete, com 6%, fecham o TOP3 da indústria.

Na Inglaterra, importante destacar que a associação de casas de apostas do país chegou a um acordo para proibir a veiculação de propaganda na Tv durante a transmissão de eventos esportivos. O veto visa não incentivar as pessoas a gastarem mais dinheiro com apostas, já que o jogo é liberado no país e é uma das principais fontes de receita do setor esportivo. O movimento segue a pressão política sobre a quantidade de publicidade de apostas na televisão, que bateu a marca de 90 minutos de anúncios exibidos durante a Copa do Mundo deste ano.

“Devido às restrições de marketing e publicidade em vários territórios, a indústria de apostas não conseguiu se firmar fora de certos mercados-chave. No Reino Unido, por exemplo, parcerias com marcas de apostas são bem estabelecidas e numerosas, especialmente em esportes como futebol e corridas de cavalos”, destacou Conrad Wiacek, chefe de patrocínio do Sportcal.

“A corrida de cavalos é particularmente dependente do mercado de apostas, mas o futebol alavancou parcerias com marcas de apostas com um tremendo efeito, com muitas equipes menores usando parcerias com marcas do setor para aumentar significativamente suas receitas de patrocínio”, completou

Por fim, o estudo destaca ainda a nova regulamentação para parcerias envolvendo players do mercado em território norte-americano. Delaware, Missouri, Nevada, Nova Jersey e Virgínia Ocidental já aprovaram leis que permitem alianças do tipo. Outros 13, liderados por Nova York, Pensilvânia e Rhode Island, já propuseram legislação para seguir o mesmo caminho.

Como o MKTEsportivo antecipou, a partir da próxima temporada a NFL passará a permitir que casas de apostas patrocinem as equipes. A medida da liga segue uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que votou à favor da legalização das apostas esportivas no país. Por outro lado, algumas regras devem ser seguidas, como por exemplo, a impossibilidade de anunciar de maneira explícita as empresas do setor. Está liberado, por exemplo, que as equipes recebam investimentos oferecendo espaços publicitários em programas de pré e pós-partida.

Nos EUA, a NBA foi a primeira grande liga esportiva a explorar a mudança ao anunciar m acordo de US$ 25 milhões com a MGM Resorts International, que se tornou parceira oficial de jogos da liga e da WNBA.

Como resultado, a Sportcal prevê que o mercado de patrocínio de apostas atingirá os US$ 232 milhões até 2020, podendo dobrar para US$ 475 milhões até 2024 caso os sete estados sigam a liberação pretendida.
 

Fonte: GMB / MKT ESPORTIVO