JUE 2 DE MAYO DE 2024 - 14:16hs.
Beñardo Elorz, diretor de Marketing do Grupo Kirol

“Estamos trabalhando há anos com possíveis sócios locais para ingressar no Brasil”

Depois de visitar a SAGSE em anos anteriores, o Grupo Kirol decidiu ser um expositor em 2019 para mostrar seus desenvolvimentos de software. Seu diretor de marketing, Beñardo Elorz, conversou com a GMB sobre as possibilidades geradas pela América Latina e as perspectivas do Brasil: “Como diretor de marketing e sonhador que sou, posso pensar em ver a marca Kirol como patrocinadora de algum time de futebol ou outro esporte do Brasil no futuro. Eu amo sonhar.

GMB - É a primeira vez que se apresentam na SAGSE como expositores. Por que decidiram vir este ano não como visitantes e sim mostrando seus produtos?
Beñardo Elorz
– Sempre olhamos para o mercado latino-americano com muita atenção. Nos anos anteriores, chegamos como visitantes e, vendo o momento da regulamentação do jogo online, pensamos que era hora de mostrar nossos produtos. Desenvolvemos software e comercializamos várias opções de apostas, como jogos de cassino, corridas e loterias. A ação que chegamos a Buenos Aires é propor aos operadores que, se quiserem uma marca branca, poderão usar nosso software e, se quiserem comercializá-lo com a marca Kirol, deverão aderir a uma série de padrões da companhia para poder oferecê-los.

Como avaliam a feira em termos de corresponder às suas expectativas e se os produtos exibidos geraram interesse entre os visitantes?
Ficamos surpresos no início da feira, pois normalmente as primeiras horas do primeiro dia são geralmente um pouco lentas, mas aqui tivemos visitas de muito boa qualidade em termos do nível das empresas que se aproximaram demonstrando interesse em nossos produtos.

Kirol vem de um mercado como o espanhol, que é muito mais maduro e consolidado. Qual a sua visão do mercado latino-americano?
Vemos isso com muito interesse, com muito carinho e temos uma expectativa muito alta. Para nós, é um mercado com muitas possibilidades, já que a América Latina e a Espanha são primos em primeiro grau, com semelhanças em termos de costumes, modos de vida, o que gera que podemos replicar aqui o modelo de negócios que temos na Espanha. Obviamente, aplicando as pequenas diferenças que sejam necessárias, mas isso é algo que os desenvolvedores de software estão acostumados, pois não há dois países, dois mercados ou duas regulamentações iguais e você sempre precisa se adaptar ao contexto local. Ser fabricantes de software nos permite fazer isso.

Este é um momento especial para a América Latina, com seus altos e baixos políticos. Há o exemplo da Argentina, que iniciou um processo de regulamentação em Buenos Aires e, após as eleições presidenciais, ainda não há tido novidades. Como você vê essas situações e como as gerencia para o planejamento futuro?
Claro que estamos cientes de tudo. Para nós, uma linha vermelha é regulamentação, e o que a regulamentação local diz é uma palavra sagrada. Operamos apenas em mercados regulamentados e queremos trabalhar de mãos dadas com a legalidade, fazendo as coisas bem na estrutura certa.

E que visão têm do mercado brasileiro? Que expectativas vocês geram? Têm planos de entrar nesse mercado agora que foi aprovado e não possui apenas o regulamento?
É um mercado que nos interessa e temos planos diferentes. De fato, existem diferentes parceiros locais possíveis que demonstraram interesse em nós, com quem trabalhamos há anos e acreditamos que em um período não muito longo estaremos trabalhando no Brasil.

 

 

O que esses possíveis parceiros locais dizem sobre o que está acontecendo no Brasil? Que informações eles têm sobre a atual situação do mercado em relação à regulamentação?
No nível regulatório, eles nos dizem que há certa instabilidade, que precisamos esperar que as coisas se acomodem. Quando o mercado estiver estabelecido e a regulamentação estiver completamente pronta, será hora de entrar formalmente no mercado brasileiro.

Avaliaram o mercado? Como vêem isso?
Estamos cientes do que é trabalhar, trabalhar e trabalhar e que você pode morrer de sucesso. Existem empresas que têm êxito. Crescemos muito em muito pouco tempo e isso nos forçou a ter que nos organizar continuamente. Nosso primeiro objetivo é a organização, porque quando as empresas começam a abranger muito elas pressionam pouco. Então o mercado brasileiro deve ser encarado com atenção, porque é um país muito grande, com muitas pessoas e muitas possibilidades. Teremos que procurar a alternativa mais próxima do nosso modelo de negócio, o que não significa que seja a mais rentável do país, mas a que melhor se adapta ao que somos.

A questão de uma população tão grande e certos problemas políticos são questões que os preocupam de alguma forma?
Sim, claro. Seria um mentiroso se dissesse o contrário. Mas é algo que também acontece conosco na Espanha. Quando há uma mudança de governo, geralmente são geradas mudanças nos regulamentos e o jogo é um mercado muito sensível para sofrer mudanças. Mas sempre com critérios e seguindo a lei, são coisas às quais se adapta e não teremos problemas.

Você mencionou possíveis sócios brasileiros. São empresas que já trabalham no mercado ou estão apenas preparando o terreno para o futuro?
Ambos os casos. Existem empresários que demonstraram interesse no Grupo Kirol, tanto no software quanto com a nossa própria marca Kirol Bet, que já tem uma forte presença tanto nacional na Espanha quanto internacional com os diferentes times de basquete que temos patrocinado, incluindo um que demos o nome KIROLBET Baskonia, que joga na Euroliga e que nos dá uma visibilidade importante em toda a Europa. A Kirol é uma marca reconhecida, forte, com nossos parceiros fundadores que cuidaram para fazer as coisas bem e ir a diferentes mercados internacionais como embaixadores da grande marca que somos.

Seria muito louco pensar que, no futuro, Kirol poderia patrocinar uma camisa de um time de futebol brasileiro, que é o esporte mais popular do país, ou talvez outro esporte como o fazem em outros mercados?
Como diretor de marketing e sonhador que sou, eu diria que sim. Se eu estivesse aqui, meu chefe diria “já se vê", mas eu digo que sim, por que não? Eu amo sonhar.

A oferta da Kirol também é no campo físico ou apenas online?
Na Espanha, lidamos com mais de 5.000 terminais físicos entre as diferentes marcas que compõem o Grupo, além das diferentes plataformas online.

O Ministério da Economia do Brasil também contempla jogos físicos e online. Seria possível pensar em oferecer também jogo físico em terminais no Brasil no futuro? Embora a questão da dimensão do país possa torná-la mais complicada.
Você precisa ver os diferentes modelos de negócios que podem ser fornecidos. Na Espanha, um dos canais mais rentáveis é o hotel, os bares. São áreas onde há televisões, pessoas assistindo jogos e máquinas de apostas, o jogo é praticamente sozinho. É um jogo muito social com poços muito pequenos. Como se você e eu assistíssemos a um jogo do Real Madrid em um bar e jogássemos em troca de cervejas. É algo de rotatividade muito alta, mas pouco dinheiro em jogo.

Fonte. Exclusivo Games Magazine Brasil