VIE 26 DE ABRIL DE 2024 - 10:20hs.
Ricardo Mendes e Rafael Reuter, executivos da Livre Tecnologia Financeira

“As apostas esportivas já vivem um boom no Brasil e nós estamos inseridos nessa realidade”

A empresa brasileira Livre Tecnologia Financeira é uma fintech que está no mercado há 14 anos e, com a regulamentação das apostas esportivas, começará a oferecer seus serviços às operadoras que chegarão ao Brasil. O GMB conversou com os executivos Ricardo Mendes, diretor da área comercial e financeira; e Rafael Reuter, responsável pelo setor de apostas esportivas; sobre a trajetória da empresa, sua posição sobre o processo de abertura às apostas no Brasil e os seus planos de atuação e expansão não só nacional, mas também internacional.

“As apostas esportivas já vivem um boom no Brasil e nós estamos inseridos nessa realidade”

Ricardo Mendes e Rafael Reuter, executivos da Livre Tecnologia Financeira

GMB – Para começar, podem fazer uma apresentação da Livre Tecnologia Financeira? Como a empresa surgiu e quais seus serviços para o setor de jogos e apostas?
Ricardo Mendes – A Livre surgiu no mercado de tecnologia há 14 anos. No primeiro momento era voltada para o mercado de telecomunicações e há cinco anos nós abrimos uma divisão voltada para o mercado financeiro no conceito de fintech [banco digital] com solução de gateway de pagamento, contas wallet para gerenciamento de recursos, emissão de boletos, emissão de cartões da bandeira Master e também de bandeira própria, temos uma bandeira que criamos nos últimos cinco anos. Basicamente, esse é o core business da Livre. E recentemente, através de uma parceria com novos investidores, o Rafael faz parte desse grupo, entramos para o mercado de jogos online, seja para apostas ou jogos virtuais. Esse é know how do Rafael. Ele tem a expertise do negócio e pode explanar melhor.

Rafael Reuter – Com a legalização e a futura regulamentação das apostas esportivas no Brasil, a Livre viu uma brecha muito importante: fazer a White Label para os sites de apostas. E o que seria isso? Nós vamos criar um universo financeiro global. Quer dizer a pessoa vai ter desde o P.O.S, a emissão de cartão com o nome do próprio site, a carteira digital e a conta digital. Somos capacitados a fazer todo o ecossistema financeiro para um site de apostas. Esse é o nosso foco. A Livre é uma das poucas empresas no Brasil com software próprio que consegue adequar o nosso programa à necessidade do cliente.

 

Rafael Reuter, responsável pelo setor de apostas esportivas da Livre

 

Qual a avaliação de vocês sobre o processo de regulamentação das apostas esportivas no Brasil? Acreditam que o Ministério da Economia vai entregar um bom trabalho?
Rafael – É difícil criticar, mas sempre que o ramo de gambiling é regulamentado pelo governo falta muito a expertise do empresário ou até uma expertise internacional. O que eu vejo no Brasil são alguns erros nas tributações e uma morosidade muito grande. Enquanto o resto do mundo já está jogando, arrecadando impostos; nós aqui estamos patinando e esperando para arrecadar e o Brasil não pode se dar ao luxo de esperar. Hoje são feitas apostas no país que não são tributadas. Então, ao meu ver, deveria ser mais rápido e se escutar mais os empresários.

Ricardo – No meu ponto de vista técnico da parte financeira, o Brasil ainda é muito embrionário. Eu já joguei poker, há 15 anos, e tinham empresas que ganhavam dinheiro de brasileiros em sites internacionais. Nós não estamos inventando a roda, temos a ferramenta, o mercado é carente disso e não podemos atuar por uma questão de regulamentação. No meu entendimento, é um tiro no pé não liberar a atividade sendo que eu posso ter a minha ferramenta sendo usada internacionalmente e gerando impostos para outros países e não para o Brasil.

Acreditam que a partir da entrada em vigor da regulamentação das apostas esportivas haverá um boom no mercado de jogos brasileiro? 
Rafael –
Informalmente o Brasil já vive esse boom. É hipócrita a pessoa que não quer ver isso. As autoridades deveriam enxergar a realidade e não fazer de conta que não está acontecendo. As apostas esportivas já são realizadas no Brasil, a movimentação financeira é impressionante, então, com certeza, estando regulamentado, pois legalizado ele já é, esse mercado vai gerar outros fatores e entre eles está o marketing, marketing digital, nas televisões, são muito empregos que vão surgir.

E como vocês se enxergam nesse mercado? Como pretendem se inserir?
Rafael –
Nós já estamos inseridos. Participar da feira da Clarion [OGS/SPAC] é o nosso primeiro passo para entrar no mercado oferecendo o serviço de White Label para os sites de apostas esportivas.

Ricardo – Temos ferramentas prontas para atender qualquer site de apostas hoje e customizando produtos com layout do próprio site. Então sem ter que criar uma colcha de retalhos, já estamos integrados com qualquer tipo de plataforma, qualquer desenvolvimento. É só startar.

 

Ricardo Mendes, Diretor Comercial e Financeiro da Livre 

 

Chegando ao final do ano, qual avaliação que fazem de 2019 para a Livre? O que consideram como a grande conquista da empresa?
Ricardo –
Os nossos investimentos todos foram voltados para os eSports e as apostas. Então a nossa visão é que 2020 é um ano muito promissor.

Rafael – Para isso nós fechamos dois contratos. Um com a Instabet, um site canadense de apostas e com a Fourbet, uma empresa brasileira, sediada em São Paulo, com site e pontos físicos no país. Nós já começamos a fazer a parte do desenvolvimento. Podemos dizer que, para a Livre, o mercado de apostas já é uma realidade.

Ricardo – Esses dois clientes, que conseguimos recentemente, acreditaram no nosso produto, na nossa ferramenta e já estão operando. A Livre é uma realidade no mundo dos eSports e das apostas esportivas.

O que vocês planejam para o ano de 2020? Quais os novos projetos e o principal objetivo da empresa?
Ricardo – Estamos visando o mercado europeu. Existe uma demanda muito grande nesse mercado e também no asiático. É uma realidade os jogos eletrônicos e os jogos de apostas nesses centros. A nossa ideia é formar parcerias e o evento OGS/SPAC nos possibilitou conhecer novas empresas do ramo, que não são concorrentes, e sim parceiros, para fortalecer essa união e invadir o mercado europeu com os nossos serviços.

Rafael – Uma vez que o jogo é online, ele pode ser internacionalmente explorado, então a Livre já tem que estar preparada para 2020 com parceiros buscando entrar no mercado internacional porque hoje nossas soluções de pagamento são apenas internas para o sistema brasileiro de bancos. A feira foi muito importante para isso: ver novos parceiros. E, com certeza, o jogo online não é restrito a um país e naturalmente será jogado em outros países.

Fonte: Exclusivo GMB