MAR 23 DE ABRIL DE 2024 - 04:41hs.
Opinião de especialistas

Sites de apostas devem investir no futebol brasileiro

O Fortaleza é o primeiro clube brasileiro a ter patrocínio de um site de apostas (NetBet). O Vitória da Bahia também já começou a se movimentar para firmar um novo patrocínio com outro site do mesmo segmento. Segundo O especialista em marketing Rafael Plastina, da Sport Track, mais de 50 clubes do Velho Continente contam com esse tipo de patrocínio. “Diante desse cenário e sabendo que o Brasil é um grande mercado digital, não vai demorar para que esses sites venham para cá.”

O Congresso Nacional promulgou em dezembro a lei que cria a modalidade de apostas esportivas, o que seria um primeiro passo para a legalização dos jogos e apostas no Brasil. O Fortaleza, do Ceará, foi o primeiro clube no País a ter a parceria de um site de apostas, a Netbet.

As empresas já fazem aportes milionários no futebol europeu. Segundo O especialista em marketing Rafael Plastina, da Sport Track, mais de 50 clubes do Velho Continente contam com esse tipo de patrocínio. “Diante desse cenário e sabendo que o Brasil é um grande mercado digital, não vai demorar para que esses sites venham para cá.”

O interesse de um site de apostas em apoiar um time é semelhante ao de uma instituição financeira. “Possuem um público amplo e precisam fixar a marca na memória do consumidor.”

O advogado da área de propriedade intelectual e desporto Luciano Andrade Pinheiro, do Corrêa da Veiga Advogados, afirma que com a aprovação da lei da aposta, o mercado do esporte brasileiro irá se desenvolver. “O patrocínio é só um dos benefícios. O interesse e a audiência no esporte tendem a crescer porque as apostas trazem mais emoção ao esporte”, ressalta.

Luciano também comenta sobre a taxa de integridade, criada por ligas americanda e que se equivalente a 1%, incidente sobre o total de dinheiro arrecadado com as apostas, que devem ser cobradas das casas e sites de apostas. A lei brasileira não previu essa taxa, mas há uma previsão de remuneração dos clubes de futebol de percentual de 1% e 2%, correspondente a royalties pelo uso dos símbolos.

“A despeito disso, mesmo antes da Lei Brasileira, a Federação Paulista de Futebol e a Confederação Brasileira de Futebol já firmaram contrato com empresas que monitoram a integridade dos jogos”, ressalta.

Plastina explica que, de acordo com um levantamento feito pela empresa, existem mais de 50 empresas de apostas em todo mundo e 55 clubes de futebol na Europa já são patrocinadas por empresas do segmento como o West Ham (betway), Stoke City (bet365) e acredita que a tendência deve chegar também ao Brasil.

“Se tivesse que "apostar", cravaria que o Brasil será um mercado relevante globalmente em se tratando de apostas esportivas. Se tudo correr bem, com lisura, transparência, honestidade e controle, acredito que trará grandes oportunidades para o mercado como um todo”, afirma Plastina.

Ele ainda ressalta os benefícios dos patrocínios para os clubes . “Essa será mais uma oportunidade de amadurecer, reforçar suas estruturas, não somente de futebol, mas também de marketing e comunicação. Uma oportunidade também para os times mostrarem que podem ser mais que uma plataforma de exposição e marca que podem entregar sim, visibilidade, mas também engajamento e vendas”, destaca.

O patrocínio de sites de apostas a clubes de futebol é muito normal na Espanha. Metade das equipes da La Liga tem esse tipo de benefício como o Espanyol, Villareal e Atlético de Bilbao.

Mesmo com os lobbys das ligas americanas, nos Estados Unidos o patrocínio de casas de apostas esportivas foi legalizado apenas no início do ano passado. Entrando na liga mais rentável do país, a NFL, o mercado de apostas esportivas deve atingir oito bilhões de dólares até 2030 no país e influenciar outros países a adotarem a prática.

Fonte: GMB / O Estado de S. Paulo / Esporte - iG