VIE 19 DE ABRIL DE 2024 - 23:14hs.
Informe especial sobre o mercado local

Gaming Intelligence: Brasil, a hora da verdade

Uma das mais importantes mídias especializadas em jogos do mundo dedica uma de suas principais reportagens à atualidade e aos avanços na regulação do mercado brasileiro. Intitulado 'Brasil, a hora da verdade', o informe conta com a opinião do responsável pelo Marketing e Crescimento na América Latina do Betmotion, Alan Brincat, o CEO do grupo Soft2Bet, Boris Chaikin, o advogado brasileiro especialista em jogos, Neil Montgomery, e CEO da Salsa Technology, Peter Nolte.

Uma das maiores empresas de apostas esportivas do Brasil é o Betmotion, que opera no país há mais de dez anos. Seu chefe de Marketing e Crescimento na América Latina, Alan Brincat. Ele define sua marca como “com DNA 100% brasileiro”, em que oferecer a experiência mais localizada possível é seu principal patrimônio, com cinquenta funcionários trabalhando na área.

“Nossa meta é ser uma das primeiras, senão a primeira operadora a obter licença no Brasil, assim que o novo marco regulatório for ativado”, afirma Brincat. “Investimos pesadamente ao longo dos anos na fabricação de um produto robusto que já atende aos padrões definidos por outros reguladores. Acho que será um grande avanço, tanto para as operadoras quanto para os clientes, e estamos ansiosos para continuar explorando o enorme potencial do mercado brasileiro”, afirma.

Na opinião de Brincat, “o processo atingiu uma fase irreversível. Acredito que o Brasil vai optar por um sistema muito inclusivo e aberto no futuro, permitindo a participação do maior número possível de operadoras. Não tenho muita preferência como tal, mas me sinto confortável que o Betmotion está bem preparado e equipado para qualquer cenário.”

“Para mim, o modelo de autorização é o melhor porque o Brasil é um país gigantesco e acredito que o governo deva conceder o número máximo de licenças para que todas as operadoras que hoje estão no mercado cinza possam se regularizar”, afirma o advogado brasileiro especialista em Jogos de Azar, Neil Montgomery, fundador e sócio da Montgomery & Associados.

Limitar as licenças, acredita Montgomery, deixa ao Estado o papel de ditar "exatamente" quantos operadores devem permanecer no mercado. “Acho que não é papel do Estado, mas do próprio mercado”, enfatiza o especialista. O efeito imediato da limitação das licenças será a falta de segurança jurídica, acredita. Porque haverá “um número muito grande de operadoras que não obterão sua licença e continuarão operando no mercado negro ou cinza sem pagar impostos, como fazem agora”.

Enquanto nos escritórios jurídicos traça-se o modelo de licença, nos econômicos avalia-se o preço. O Ministério da Economia incluiu as apostas esportivas em junho no Plano de Privatização de Investimentos (PPI) e agora o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) está avaliando o mercado para definir o preço de uma licença no Brasil. E a previsão é que, no final deste ano ou início do próximo, seja publicado o decreto presidencial que autoriza definitivamente o jogo.

“Tem havido muita discussão este ano sobre a legalização do jogo, principalmente devido à pandemia. Um dos grandes problemas é a bancada evangélica. O Brasil é o maior país católico do mundo. É muito importante o poder da Igreja Católica e também da Evangélica e ambas têm muitos representantes no Congresso, mas acredito que agora todos os fatores econômicos estão presentes para que seja finalmente possível regulamentar o jogo na América Latina. Vejo que no Congresso brasileiro há mais vontade política de legalizar o jogo. Em nenhum outro momento houve tanto a favor de começar o jogo legal no Brasil”, finaliza Montgomery.

No caso da CampoBet, do grupo Soft2Bet, seu CEO, Boris Chaikin, acredita que “o caminho para a regulação empreendido pelo Brasil parece oferecer um futuro brilhante para as apostas esportivas. A legalização torna as apostas mais fáceis, seguras e agradáveis. Isso sem falar nos inúmeros benefícios econômicos.”

Do lado da CampoBet, Chaikin acrescenta que sua marca “está entre as mais bem-sucedidas do Brasil e tem um apelo impressionante para os jogadores. Os jogadores que usam CampoBet, por exemplo, podem assistir a transmissões ao vivo de seus jogos favoritos na web e apostar ao vivo em uma ampla gama de mercados. A marca é a chave para nossos planos de expansão em um continente obcecado por esportes, como a América Latina.”

Usar sua própria plataforma foi desafiador. “Uma pesquisa exaustiva permitiu-nos compreender melhor os hábitos e preferências de aposta únicos dos jogadores do continente. Sabíamos que problemas locais conhecidos, como velocidades de conexão de internet ruins, podiam ser superados. Apesar das dificuldades de entrada na América Latina, o potencial inexplorado e a enorme população da região fazem com que valha a pena no final”, insiste Chaikin.

E se existe uma plataforma que o Brasil conhece como a palma da mão, é a Salsa Technology. De origem brasileira e portuguesa, a Salsa já tem a sua sede no país e considera que o ritmo com que avança a legislação do jogo é firme e sério. “A regulamentação dessa lei é irreversível. Vai acontecer, sim ou sim ”, afirma seu CEO, Peter Nolte, em entrevista ao GIQ.

Eles também querem estar entre os primeiros certificados a entrar no mercado o mais rápido possível. Nas apostas esportivas, a Salsa já integrou as plataformas Sportradar e Altenar. Também está em negociações com a BetGenius e outros. “O acordo com a plataforma pode ser feito diretamente conosco ou com o provedor da plataforma; Integramos este conteúdo em troca de uma pequena comissão pelo uso da plataforma. O mesmo que acontece com o conteúdo de cassino”, explica Nolte.

Essa questão, uma vez que o mercado regulado no Brasil entre em vigor, será fundamental. E o mais importante, além da qualidade, certificação e conteúdo, é que a plataforma se adapte ao online, mas também ao varejo, já que o sistema de apostas brasileiro será misto.

Para Nolte, o importante, além das ferramentas, das funcionalidades ou da tecnologia, é a localização do produto. Sua adaptação a cada mercado específico. “Nosso foco é sempre criar a melhor experiência do usuário. É por isso que todas as ferramentas têm uma função de localização. Assim, temos a melhor plataforma para cada país da América Latina.”

Porém, para Nolte, o mais difícil é operar. O Brasil vai colocar isso à prova. "Essa é a parte difícil. E muitas vezes, a operadora tem conteúdo, a melhor plataforma, boas formas de pagamento, mas precisa de treinamento para usar toda essa tecnologia para conseguir tráfego. Um site excelente de nada adianta se não houver tráfego”, afirma.

Fonte: Gaming Intelligence