SÁB 4 DE MAYO DE 2024 - 16:39hs.
Hans Schleier, Diretor de Marketing da Casa de Apostas

No mercado de apostas brasileiro não há espaço para amadores

O Diretor de Marketing da Casa de Apostas, Hans Schleier, escreveu uma coluna de opinião na Veja, na qual explica que setor dos sites de apostas são os maiores prejudicados com a manipulação de resultados e investe milhões de dólares no combate a fraudes e esquemas. “As empresas em operação com apostas esportivas no mundo entendem que, com a regulamentação, iremos reforçar a integridade do esporte e fortalecer os mecanismos para garantir a segurança dos apostadores”, afirma Schleier.

Maiores patrocinadoras do futebol, do Brasil e do mundo, as Casas de Apostas são as maiores prejudicadas com a manipulação de resultados e investe milhões de dólares no combate a fraudes e esquemas que envolvam o esporte. Jogo limpo, para o setor, é sinônimo de sobrevivência.

O craque Paulo Cesar Caju comentou no artigo ‘Esse país não é para amadores’, publicado pelos sites de PLACAR e VEJA.com, sobre o erro humano na aplicação das linhas de impedimento do VAR no jogo entre São Paulo x Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. É compreensível que o tricampeão mundial levante suspeitas e peça melhor apuração da CBF, mas ele se equivoca quando insinua o envolvimento dos sites no episódio.

Não é difícil entender que aqueles que buscam o “lucro certo e instantâneo”, por meio das apostas, são os que mais se empenham em corromper o sistema. Quando resultados são arranjados no esporte, o maior derrotado somos nós.

As principais ligas do mundo como Champions League (Europa), Premier League (Inglaterra), La Liga (Espanha), Serie A (Itália), Bundesliga (Alemanha), Primeira Liga (Portugal), Copa Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro possuem equipes patrocinadas pelos sites de apostas. Nossa atividade fomenta o futebol e contribui financeiramente com os protagonistas deste espetáculo.

Não se trata de um mercado descartável, muito pelo contrário. Quanto mais avançarmos em leis e regulamentações, estaremos oferecendo uma possibilidade enorme de novos leques de faturamento a clubes, confederações esportivas, empresas de marketing e publicidade, conglomerados de rádio e TV e até mesmo aos ex-atletas, que associam suas marcas a essas empresas e recebem cachês para isso – algo que já vem acontecendo rapidamente.

No mundo, de acordo com estudo realizado pela Zion Market Research, esse é um mercado que deve crescer perto de 10% ao ano, atingindo números na casa dos U$ 155.5 bilhões em 2024. No Brasil, estima-se que os sites de apostas esportivas devem movimentar entre R$ 7 e 10 bilhões por ano assim que a regulamentação for sacramentada.

Nosso país conta hoje com um total 25 clubes patrocinados pelo segmento, sendo 14 na elite principal e outros 11 na Série B. Isso sem contar nas federações e campeonatos com quem mantemos parceria.

Atualmente cerca de 450 sites de apostas de fora do país atuam no Brasil à espera da regulamentação do Ministério da Economia, que está criando as regras para o licenciamento da exploração desta atividade, que foi legalizada pela Lei 13.756/2018. Além disso, as empresas de apostas também patrocinam as transmissões dos jogos e as placas publicitárias nas arenas dos eventos esportivos.

Destas 25 agremiações, quatro são parceiras diretas da nossa empresa, a ‘Casa de Apostas,’ que estampa a marca nas camisas do Bahia, Botafogo, Santos e Vitória – ouso dizer que, com a regulamentação, também pretendemos expandir os aportes e ajudar a fortalecer ainda mais a maior paixão dos brasileiros.

Atrelado a isso vemos, nos próximos anos, uma tendência de crescimento econômico e uma enorme expectativa deste nicho em investimento. Acredito que 100% dos clubes nacionais vão firmar algum tipo de patrocínio com casas de apostas, mesmo aqueles que já possuem contratos sólidos de exclusividade com empresas de outros segmentos.

Também reforço a importância cada vez maior de que o assunto da regulamentação avance no Senado Federal. O caso se tornou ainda mais urgente com a crise financeira que assola o futebol neste ano de pandemia, com a escassez brutal de receitas oriundas dos patrocinadores, programas de sócio-torcedor, licenciamento, venda de camisas e bilheteria.

As empresas em operação com apostas esportivas no mundo entendem que, com a regulamentação, iremos reforçar a integridade do esporte e fortalecer os mecanismos para garantir a segurança dos apostadores, desenvolver redes de proteção às pessoas vulneráveis e outorgar ainda mais transparência às operações.

No Brasil, um novo artigo foi incluído na Lei do Estatuto do Torcedor a partir de 2010, considerando crime qualquer tipo de manipulação de resultados, com pena de dois a seis anos de reclusão. É uma garantia fundamental para o jogo limpo e para a proteção de toda a cadeia do esporte.

Apesar de ‘recente’, o assunto é encarado com seriedade pelas autoridades brasileiras e mundiais. Desde 2015, por exemplo, a Federação Paulista de Futebol trabalha em contrato com a empresa especializada em monitoramento Sportradar. Com sede na Suíça, ela é líder mundial em prevenção e combate à manipulação de resultados no futebol e já está presente em ligas como a FIFA e Confederação Asiática de Futebol.

Existem no mundo dezenas de empresas de monitoramento de risco, que trabalham ininterruptamente para garantir a integridade do esporte e evitar a manipulação de resultados. Os especialistas trabalham para detectar atividades de apostas suspeitas através de softwares, algoritmos e agentes presentes nos eventos, fazendo monitorando constante para os operadores de apostas e evitando, assim, prejuízos para os cofres destas empresas e, principalmente, para a imagem do esporte.

Podemos dizer, com tranquilidade, segurança e assertividade, que no mercado de apostas não há mesmo mais espaço para amadores.

Hans Schleier
Diretor de marketing da Casa de Apostas