DOM 19 DE MAYO DE 2024 - 22:42hs.
Seminário dedicado à América Latina

Especialistas opinam sobre como operar no Brasil e o futuro da regulamentação na ICE LONDON

Alberto Alfieri (Diretor de Operações da Bet Entertainment Technologies), Thomas Carvalhães (Country Manager – Brasil/LatAm do LeoVegas Group), André Gelfi (Fundador & CEO do Suaposta) e Alessandro Valente (CEO da SuperAfiliados) compuseram um painel dedicado a como os operadores trabalham no Brasil, na ICE LONDON 2020. Com a moderação de Luiz Felipe Maia, os especialistas compartilharam suas experiências com o público, trocaram opiniões sobre o futuro do mercado de jogos e afiliados e pediram ao governo brasileiro que ouvisse os operadores para alcançar a melhor regulamentação possível.

A Clarion propôs ao painel responder a alguns tópicos como: Quais são os mercados de apostas mais populares entre os clientes brasileiros; Os perfis de jogadores: expectativas do cliente, valor da vida útil, hábitos de jogo; Desafios práticos de operar no Brasil: processando pagamentos, localizando sua oferta, formando parcerias locais; Os caminhos de crescimento da indústria: patrocínios esportivos, marketing tradicional e de afiliado; Ofertas exclusivas, conteúdo, dicas de apostas; O que mantém seus clientes no local?; e Os efeitos práticos da próxima regulamentação sobre operadores e a experiência do usuário.

 

 

Após o debate, o Games Magazine Brasil conversou com os painelistas em Londres sobre o que eles pensavam sobre o encontro e essas foram as suas impressões:

Thomas Carvalhaes (Country Manager – Brasil/LatAm do LeoVegas Group)
“As discussões que tivemos foram relevantes e muito boas mesmo. O pessoal que compôs o painel são pessoas que tem experiência, vivência, conhecimento tanto técnico, quanto operacional e também cultural. Acho que está todo mundo na mesma intenção; queremos que o mercado avance, amadureça. O importante que eu tenho percebido é que por mais que a nível de regulamentação; eu como operador sinta que estamos estagnados, também sinto que o próprio mercado ta evoluindo e amadurecendo por si. Nós vemos exemplos com a integridade do esporte como o acordo que foi fechado entre a Genius Sports e o vôlei brasileiro, além disso, novos métodos de pagamentos sendo lançados tendo o Brasil como publico alvo. Então, está bem interessante, estamos em um momento bem empolgante e as expectativas são as melhores possíveis”.

Andre Gelfi (Fundador & CEO da Suaposta)
“Essa conversa é sempre válida. A gente estava falando sobre a preparação devido à expectativa com relação ao que vai ser o mercado. Estamos levantando pontos que são relevantes. Pra mim, fica aqui basicamente o recado de que o mercado vai ser competitivo e promissor. "Eficiência" vai ser o nome do jogo”.

 

 

Alberto Alfieri (Diretor de Operações da Bet Entertainment Technologies – bet.pt e vivagol.com)
“O painel foi realmente interessante com especialistas da indústria que eu conhecia há muito tempo. É sempre útil trocar opiniões com operadores como nós ou a LeoVegas, que estamos coletando experiências diferentes, bem como o espectro de afiliados aos quais é conveniente ouvir também. Era um painel bem montado e com diversidade. Eu até pensei que foi muito valioso ouvir o que o Andre Gelfi contou sobre sua experiência recente na parceria da Suaposta com a Betsson e sua visão geral da situação”.

Alessandro Valente (CEO da SuperAfiliados)
“Acho que especialmente a presença do afiliado junto com os operadores facilita um diálogo que acabaria sendo ignorado. Se os afiliados não participam desse tipo de conversa ou são ignorados, o operador vai sofrer as consequências no futuro. Quando ele notar a consequência, infelizmente o afiliado já vai estar promovendo casas de fora. Então quem tem a intenção de participar da regulamentação e ter uma licença no Brasil já precisa considerar afiliados. Não digo afiliados grandes. Até mesmo afiliados pequenos acabam representando uma turma que não tem voz. Mas é importante que operadores que têm a intenção de ter licença brasileira, já tenham alguma afinidade com o assunto, qual é a demanda do afiliado e tudo o que ele precisa. É importante ter essa conversa”.

“A filiação é um assunto que não foi muito bem abordado na pauta dessa regulamentação e muito pouco se discute de marketing em geral. Mas, eventualmente, isso vai cair em prática e é aí que vai se autorregulamentar. O Alberto Alfieri e o Luiz Felipe Maia hoje falaram a respeito de uma autorregulamentação, um trabalho que seja ético entre nós todos (operados e afiliados unidos). Aqui, no Reino Unido, os afiliados se uniram por falta de regulamentação e montaram uma estrutura para consolidar as coisas, para levar a mensagem correta, não incentivar apostador a ter ilusões, etc. Apesar de não estar no texto de regulamentação nem nada, acho que já começa a aparecer. Se não tivessem dando chance para afiliado subir no palco e falar alguma coisa, passaria completamente despercebido. Há 5, 10 anos atrás, nem existia Brasil no evento. Hoje, já tem uma bela apresentação, o que é graças ao trabalho da Clarion de abrir essa porta. É o mesmo que está dando agora para afiliados. Eles agora têm uma voz. O evento que fizeram em São Paulo, em dezembro, já começou a abrir a porta para eles. Então acho que não só é importante como é também vital”.

Luis Felipe Maia (Sócio Fundador do escritório FYMSA Advogados)
“Eu achei que foi ótimo. Agora não de quem está do lado jurídico, de regulação, mas, de quem esta na operação nós tivemos algumas informações do Brasil, desde características do jogador brasileiro, dificuldades de operação, desafios que existem hoje e que existirão no futuro. E principalmente, eu acho que ficou muito claro, que não vai ser fácil. Será um ambiente muito competitivo, com muitos desafios e com uma necessidade de adaptação. O Brasil, já dizia o poeta: ‘não é para amadores’; se o operador chegar no país e achar que vai replicar um modelo de negócios existente em outro lugar e pensar que vai dar certo, vai quebrar a cara. É necessário uma tropicalização e acho que isso já vai gerar muitas oportunidades para os brasileiros envolvidos na indústria”.

“Eu acho muito importante a necessidade de se criar uma espécie de CONAR, um conselho de autorregulação de propaganda para o jogos. A indústria deve se reunir e ter a sua auto regulamentação.Isso vai mostrar uma mensagem muito clara de responsabilidade social, tanto para o governo quanto para a sociedade em geral, e vai permitir que o setor tenha de certa maneira a liderança e a condução de alguns assuntos que podem vir de uma maneira muito negativa. Hoje vemos na Itália a questão de restrições de publicidade, no Reino Unido restrição de cartão de crédito, e em outros países, várias discussões que podem afetar muito a operação no Brasil. Se a indústria toma a dianteira e propõe soluções é muito melhor e mais efetivo do que se ela deixar isso na mão do governo. Não que ele não tenha capacidade de fazer isso, mas, ninguém entende melhor dos negócios de jogo do que o próprio mercado”.

Fonte: GMB