SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 19:50hs.
Entidade prepara protocolo médico

CBF articula volta do futebol com adesão de clubes e do Governo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prepara um protocolo médico para retomar o esporte no cenário nacional. A ideia é que em maio já tenha treinos e jogos. Dentre os times, o Ceará foi o 1° a lançar um conjunto de ações de segurança para atletas e demais funcionários. Os esforços são de todos para retomar o futebol. Com competições paralisadas há quase um mês e meio no Brasil devido à pandemia do novo coronavírus, as casas de apostas, entre outros, aguardam o retorno das atividades para começar a superar a crise.

Os esforços são de todos para retomar o futebol. Com competições paralisadas há quase um mês e meio no Brasil devido à pandemia do novo coronavírus, Governo, entidades esportivas e sindicatos tentam encontrar a solução para a continuidade do calendário de jogos em 2020.

E um passo importante para a sequência dos campeonatos foi dado ontem, em reunião por videoconferência. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recomendou aos clubes a retomada dos treinamentos no mês de maio, logo quando as férias coletivas dos jogadores dos times da Série A do Campeonato Brasileiro são encerradas – em acordo com a Comissão Nacional de Clubes (CNC).

Para isso, é necessário um diálogo das federações com as respectivas autoridades sanitárias de cada Estado. O objetivo é ter atividades a partir de maio, a depender da situação de cada unidade da federação. Mesmo assim, datas não foram ainda liberadas oficialmente sob risco de mudança imediata. Mas a CBF trabalha com a possibilidade de ser em 17 de maio, o reinício dos estaduais.

Porque cancelar competição não é alternativa. Diante da crescente de casos de Covid-19 no País, o único consenso é de manter os torneios vigentes mesmo de portões fechados, com partidas em menor intervalo de duração ou sede única de evento.

O listado faz parte dos inúmeros planos de retomada, discutidos de forma diária. A unidade não reside no cenário novo de tomada de decisão. A explicação está no fato de que o esporte, por vezes, não é sustentável. Sem patrocinador, premiação por classificação ou bilheteria, a estrutura sucumbe e exige injeção financeira imediata.

É isso que faz o presidente da entidade máxima da modalidade no Brasil dizer: “A CBF está preparada para retomar as atividades do futebol no menor prazo possível. A maior contribuição que a instituição pode dar é manter a estabilidade das competições, garantindo aos clubes os recursos previstos em seus contratos”, concluiu Rogério Caboclo.

O colapso em si já foi instaurado, não é recente. A crise sanitária o acentua. Sempre foi muito caro fazer funcionar o jogo e, diante do retardo na profissionalização da gestão, os clubes acumulavam dívidas em excesso. Mesmo os mais equilibrados, como Ceará e Fortaleza, têm dificuldade para se sustentar a longo prazo.

“É um período de muita mudança cambial, saúde pública afetada e o futebol não fica alheio. Não tem bilheteria, cota de passagem de fase, não tem loja, sócios começam a questionar o porquê, e eles também terão que cortar e a gente tem que lidar com o cenário com paciência, clareza e transparência”, declarou Marcelo Paz, presidente do Leão.

Papel político

Paralelo ao cuidado com a saúde, um dos pontos cruciais do Governo Federal é a economia. Para funcionar na plenitude requer uma maior flexibilização do isolamento social, com permissões específicas de funcionamentos dentro do âmbito de protocolos de segurança.

Movimento que pode iniciar no futebol, como afirmou o Secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa.

“Isso será em breve (retorno dos jogos). O povo brasileiro está em casa e quer assistir aos seus jogos de futebol. Os campeonatos têm que ser retomados”, afirmou em entrevista coletiva. “Não tem porque segurar a economia e impedir as empresas de, desde que não tenha impacto na saúde, voltarem a funcionar”.

O discurso se alinha ao novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, assim como ao que propõe o presidente Jair Bolsonaro. A Pasta recebeu um plano de diretriz nacional para a retomada do esporte e estuda os pontos listados pela CBF como essenciais. O lançamento está previsto para esta semana e vai guiar os estados.

“Existe um pedido para avaliar o retorno de jogos sem público, da CBF. Isso é uma coisa que estamos avaliando. Nem tudo o que a gente avalia é para ser definido. Não é coisa definida ainda. Mas são algumas iniciativas que, de alguma forma, poderiam trazer uma rotina um pouco melhor para o dia a dia das pessoas”, disse.

Aos poucos, o futebol se articula nos bastidores. Com movimentos estratégicos da hierarquia do poder, canaliza o sentimento nacional no esporte para se expandir ao restante.

Pioneirismo

No contexto administrativo, os times se mantêm distante do poder decisório, mas dispostos a encarar a pandemia com responsabilidade. Por isso, a Comissão Nacional de Clubes (CNC) solicitou a manutenção do formato do Campeonato Brasileiro, evitando uma possível queda de cotas de arrecadação aos times.

Caso não haja datas suficientes, a possibilidade de expansão do torneio para 2021 é contabilizada. Diante do exposto, a diretoria do Ceará foi pioneira ao lançar um plano de ação com orientações repassadas a atletas, comissão técnica e funcionários.

Como as férias são encerradas amanhã, quinta-feira (30), em decisão envolvendo clubes da Série A, o protocolo indica adaptações de rotina e cuidados para o retorno gradual aos treinos no Vovô, respeitando determinações de órgãos sanitários. As federações do Rio Grande do Norte (FNF) e do Rio de Janeiro (Ferj) também estabeleceram medidas de retomada.

Para o presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio, os eventos devem retornar com responsabilidade. “Só voltaremos com condições para que os atletas e funcionários da FCF não corram risco de pegar o coronavírus. Por isso, não temos como divulgar os planos. Há um projeto médico dentro da situação para ver o que pode ser feito”, afirmou.

Mundo parado

Sem perspectiva de diminuição do contágio e com crescente de contaminados, Argentina, Bélgica, França e Holanda já anunciaram o fim dos torneios nacionais em andamento. Assim, não haverá campeões ou rebaixados da edição 2019/2020.

Como os países seguem o mesmo formato de calendário, havia perspectiva de conclusão dos campeonatos nacionais. Diferentemente do Brasil, os jogos estavam em curso e na fase final de classificação. A federação argentina até foi mais rígida na medida e cancelou o rebaixamento pelas próximas duas temporadas. Uma reunião definirá os classificados para eventos continentais como Copa Sul-Americana e Libertadores.

Fonte: GMB/Diário do Nordeste