Gelfi começou sua participação no painel expressando sua conformidade com as pessoas que agora participam da preparação da nova lei de apostas esportivas. “Existem outros stakeholders dentro do Ministério da Economia, e eu vejo isso como muito positivo porque estão desenvolvendo o modelo econômico do setor junto à equipes experientes, agora parece que contam com o apoio necessário, jurídico e técnico, para ajudar no projeto - este não era o caso até alguns meses atrás. BNDES e a Secretaria Especial de Fazenda são duas equipes técnicas muito respeitadas, que fazem parte desse projeto que agora de fato está incluído na agenda do Ministério da Economia. Considero esta mudança um avanço, uma mudança positiva em todo esse processo”, explicou Andre.
No painel ‘Atualização no Brasil: atrasos, decisões e disputa por participação de mercado’ (desenvolvido inteiramente em inglês) participaram também Arthur Silva (Chefe de Operações Esportivas da Sportsbet.io) e Neil Montgomery (Fundador e Sócio Gerente da Montgomery & Associados). O moderador, Christian Tirabassi (Sócio Sênior da Ficom Leisure), continuou com suas perguntas para conhecer mais sobre a opinião do CEO da Suaposta:
Moderador - Como descreveria a situação atual do setor em que sua empresa atua no Brasil?
Andre Gelfi - O setor, como vemos neste momento, é basicamente um mercado offshore - além do que temos aqui no Brasil como Suaposta/Betsson (no futuro próximo Betsson) - então temos nas loterias muita atividade informal aqui, no Brasil. O que estamos vendo é basicamente uma migração substancial do offline para online nos negócios existentes que a Suaposta opera, apostas em corridas de cavalos, que é o único vertical autorizado onshore no Brasil. Temos visto muitos clientes da concorrência offline voltando para o digital. E não é diferente do fenômeno global. Quero dizer, são pessoas das suas casas olhando para as alternativas que têm, e as corridas de cavalos, de alguma forma, conseguiram se sustentar na crise.
Como administra seu negócio na pandemia e o que vislumbra para o futuro com o regresso dos eventos esportivos?
Embora hoje ofereçamos metade do número de corridas que oferecíamos antes do COVID19, aqui no Brasil, até agora conseguimos acompanhar o nosso orçamento e os planos para o ano, o que é uma notícia extremamente positiva. Obviamente não é mérito nosso, isto infelizmente é graças à COVID-19, não mais do que isso. Neste momento, o mercado offshore está lutando para inovar com esportes.
Estimo que ainda faltam alguns meses para que a questão do COVID-19 seja equacionada, e a liberação do período de quarentena que, no Brasil, é mais uma quarentena com flexibilidade para andar pelas ruas. Penso que, uma vez que a vida mais normal esteja de volta, é provável que o mercado volte a recuperar sua forma anterior e tenhamos o retorno dos eventos esportivos. Mas, no final das contas, isso é algo que vemos acontecendo no médio prazo (segundo semestre). Na minha opinião, é totalmente insustentável e inconcebível não ver o futebol voltar no segundo semestre aqui no Brasil por razões óbvias. Nesse período, acho que o mercado continuará olhando para os detalhes de como a regulamentação se desenrolará, e ainda teremos alguns meses antes da regulamentação.
Do seu ponto de vista, como vê o desenvolvimento do mercado brasileiro para a sua companhia?
Estou muito focado no que, na minha opinião, é mais fácil de prever, que é basicamente o processo regulatório das apostas esportivas. Não há razão para não acreditarmos que, se houver algo que eles concluam nesses estudos relacionados à mudança na lei, eles não corrigiriam isso e mudariam os impostos de 3 para 1 por cento, ou montante que eles acharem que é mais conveniente para nós (Brasil) maximizarmos valor do mercado de apostas no processo de concessão.
Eu até consideraria que se eles entenderem que algo pode ser feito para que esse projeto seja ainda mais valioso em termos de regulação de outras verticais online, não vejo por que isto não poderia acontecer. Essa é a minha opinião pessoal.
Na Betsson, estamos focando no processo regulatório das apostas esportivas. Como eu disse antes, a alteração da lei é muito provável, com base no fato de que eles estão envolvendo todo o Ministério da Economia, o projeto passou a ser patrocinado pelo governo. Esta é a minha visão, com base nisso, estamos fazendo basicamente o que pode ser feito até agora; seguir o processo regulatório e melhorar nossa presença existente.
Quais acha que seriam os próximos passos em termos do processo regulatório e qual é o melhor lugar para ter sucesso em termos de obter regulamentação feita corretamente?
Quando o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) se envolve, eles entram em detalhes e agora são administrados por uma abordagem liberal. É provável que teremos um modelo que preencherá os requisitos para maximizar Valor. E isso provavelmente impactará todo o projeto que vimos até agora. O decreto não será a mesma coisa após a discussão. Estimo que os pontos que estão na última minuta irão mudar significativamente após os estudos. Eles irão alterar isso, assim como, eventualmente, apresentar uma emenda à lei vigente. Então, o que sabemos é que será algo diferente para maximizar valor. Falando sobre os requisitos para proteger a indústria local, da minha perspectiva, eles farão o que puderem para maximizar o valor do mercado onshore, consequentemente farão o que for necessário para inibir a atividade offshore.
Finalmente, com qual mensagem encerraria sua participação no painel?
Estamos muito otimistas com o desenrolar do mercado, apesar da crise do COVID-19. O tópico agora faz parte da agenda do Ministro da Economia.
Fonte: GMB
