SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 15:49hs.
SBC Digital Summit - Arthur Silva, responsável de Operações

“Sportsbet.io está comprometido a trabalhar em um mercado brasileiro regulado”

Arthur Silva, responsável pelas Operações Esportivas do site de apostas Sportsbet.io, fez parte do painel 'Atualização sobre o Brasil' do SBC Digital Summit, no qual a empresa, patrocinadora do Flamengo, afirmou que acompanha de perto o processo da regulamentação local e pediu ao Governo que inclua mecanismos para combater a ilegalidade do mercado negro. Para ele, a indústria do futebol está sofrendo com a crise do COVID-19 e isso pode impulsionar os clubes a pressionar para que a lei seja aprovada o quanto antes.

Silva começou descrevendo a atualidade da marca no país e suas atividades: “Temos o produto Sportsbet.io no Brasil, que chamamos de “um estágio de excelência”. Entramos no mercado brasileiro em 2014 e expandimos especialmente com base no futebol, que representa 95% dos negócios no Brasil. Depois de lidar com um time da Premier League, que era o Watford, decidimos passar para o Flamengo, que é o maior clube do Brasil. Isso foi há alguns anos”.

Grande parte dos nossos negócios está danificada devido ao COVID-19, porque, primeiro, a fonte de receita depende de eventos esportivos e a aquisição também depende muito de eventos esportivos no Brasil. Você pode imaginar que os operadores que fazem uma aposta esportiva no exterior estão agora em uma situação muito delicada. Há também muitas oportunidades e é bom continuar o que você começou. Está sempre na agenda de uma operadora a regulamentação no Brasil. Não apenas porque você deseja ingressar no mercado, mas também porque precisa prever qual é o seu orçamento para o próximo ano, você precisa imaginar se haverá impostos, se haverá um mercado aberto ou se você tem uma licença ou não”, diz o responsável de Operações.

O moderador da palestra ‘Atualização no Brasil: atrasos, decisões e disputa por participação de mercado’ (desenvolvido integralmente em inglês) foi Christian Tirabassi (Senior Partner em Ficom Leisure), e também participaram Andre Gelfi (CEO de Suaposta) e Neil Montgomery (Fundador and Managing Partner da Montgomery & Associados).

Minha humilde opinião é que pode ser bom a médio prazo porque a redução da economia levará a uma grande perda em termos de cobrança de impostos no Brasil. Portanto, isso pode levar o projeto adiante. Os órgãos técnicos responsáveis sabem que os impostos no Brasil reduzirão drasticamente. Mas imediatamente não podemos esperar que algo aconteça porque o governo tem outras prioridades para lidar neste momento. Como operador, preciso estar ciente disso e, além da situação do texto, estamos tentando fazer o melhor com o que temos em nossas mãos. Acredito que nosso público é muito qualificado no setor de apostas e, neste momento, todo mundo está correndo para a mesma montanha”, seguiu explicando Silva.

Sobre como ele está vendo o desenvolvimento do mercado brasileiro para o seu Grupo, Silva disse que foram maravilhosos dois anos e o desenvolvimento está indo na direção certa. “O que eu costumava dizer é que já temos um mercado devido à possibilidade de explorar uma operação offshore. Então a lei está atrasada. É diferente de outras verticais como, por exemplo, cassinos físicos. Não há indústria de cassinos físicos no Brasil. Mas as apostas esportivas já estão lá. Os grandes jogadores estão lá. Eles só precisam ser regulamentados agora”, acrescentou.
 


Silva mostrou o interesse da sua empresa por fazer parte de um mercado brasileiro regulado. “Estamos muito comprometidos com um mercado regulamentado no Brasil. Esse é um processo que seguimos muito de perto, pois tentamos construir nossa marca no Brasil como aquela que apoia a maior equipe, o Flamengo, e também tentando fazer parceria com empresas locais sólidas. É uma aposta em um mercado regulamentado. Se algo acontecer em termos de regulamentação do mercado, serão apostas esportivas nos termos desta lei. E se nada acontecer, será uma pena, porque o Brasil está perdendo. Está faltando muita receita tributária que poderia estar recebendo”, afirmou.

Durante o painel, Arthur aproveitou para alertar sobre um tema que preocupa os operadores dispostos a obter uma licença: o mercado ilegal. “Não vejo muita gente falando sobre isso, mas precisamos garantir que a operação no Brasil esteja a salvo do mercado negro. Assim, se você não criar uma boa atmosfera para o crescimento de um mercado regulamentado, abrirá uma porta para o mercado negro e isso é realmente perigoso”, adiantou.

O responsável pelas Operações da Sportsbet.io quer que os reguladores tenham em conta o tema da ilegalidade, ainda que não tenha observado que isso aconteça: “Na minha opinião, o modo como está incluído agora no decreto não resolve o problema. Cria um maior. É claro que, como estamos comprometidos com o mercado regulamentado, faríamos isso e tentaríamos sugerir maneiras de fazer isso. Mas posso dizer que o Brasil não é conhecido por ser um país com grande tradição na aplicação da lei”.

Para finalizar, Silva reconheceu que a indústria do futebol está sofrendo com a crise e que isso pode levar os clubes a pressionar para que a lei de apostas seja aprovada o quanto antes para gerar mais recursos: “A maioria dos clubes está em profunda crise econômica e alguns deles correm o risco de encerrar se o futebol não voltar no próximo mês. O primeiro setor a obter os benefícios das apostas esportivas é a indústria do futebol; portanto, pode-se esperar alguma pressão dos clubes - que são bastante fortes no Brasil - tentando tornar essa lei realidade”.

Os clubes veem na indústria de apostas a última nova onda de investimentos, porque, como sabemos, o futebol representa 95% do negócio de apostas esportivas. Então eles esperam que esse dinheiro venha do exterior; eles esperam que o negócio offshore vá ao Brasil com seus euros, libras e dólares e os invista lá. Se você deseja priorizar uma empresa, eu faria com a que gera empregos no território. Isso pode ser verdade. Mas também há uma grande expectativa do negócio offshore em ir para o Brasil”, concluiu Arthur.

Fonte: GMB