SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 17:04hs.
Thiago Pessoa, o Tiquinho, sócio do queroapostar.com

"Os eSports serão o grande legado da pandemia para o mundo das apostas"

Começando como jogador de poker, Thiago Pessoa, o Tiquinho, migrou para as apostas esportivas e hoje é um dos maiores influenciadores da atividade no Brasil. Sócio do site queroapostar.com, o empresário conversou com o GMB sobre o momento vivido pelas operadoras com a pandemia do coronavirus, as maneiras de popularizar a modalidade entre os brasileiros e demonstrou preocupação com a falta de cuidado ao jogador no processo de regulamentação em curso no país.

GMB - Fale um pouco sobre o início da sua trajetória pessoal como apostador esportivo. O que te levou a escolher essa atividade e como surgiu o Quero Apostar?
Thiago Pessoa, o Tiquinho -
Eu cursava direito na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) quando descobri o poker. Passei a jogar frequentemente e estudar para me tornar um jogador. Nesse período decidi criar um blog para contar minha trajetória (querosershark.com).
O blog cresceu e começaram a surgir anunciantes. Um desses patrocinadores era uma casa de apostas, e como precisava de conteúdo sobre essa vertente, criei um outro site focado nisso, que é o queroapostar.com
Nessa época, eu também jogava tênis e assistia bastante o esporte. Passei a estudar cada vez mais as apostas para ter conteúdo no site, e a me arriscar nas casas. Com a base de gestão e psicológico que tinha no poker, obtive bons resultados nas apostas. Larguei essa primeira vertente, e hoje me dedico totalmente às apostas.
Sou sócio hoje no que é provavelmente o maior grupo de apostas do Brasil, além de ter lançado 4 livros sobre o tema e ter outras fontes, como patrocínio e afiliações.

Como um apostador de sucesso, qual seria a sua missão nesse mercado? Em quais projetos tem trabalhado atualmente e as expectativas para o futuro?
Minha principal missão é difundir as apostas no Brasil, não só como meio alternativo de renda, mas como negócio num todo. Tudo isso de forma responsável, sem vender sonhos.
São muitas as possibilidades de trabalho dentro da indústria, não só para apostadores, mas para quem se interessar por tecnologia, social media, marketing, etc...
Enquanto muitos focaram apenas em apostar, tentei enxergar o que tinha por trás. Hoje não lucro apenas com as casas, mas como disse, com patrocínios, parcerias, e com nossos produtos. Muitos dizem que o queroapostar.com ganha dinheiro porque vende grupo, mas a lógica para mim é o contrário, nós vendemos grupo porque ganhamos dinheiro.
Importante ressaltar que não cheguei onde estou sozinho. Todos os sócios e parceiros do site possibilitaram isso.
Quanto a expectativas para o futuro, espero que o projeto Apostador em Campo me leve a lugares que ainda não pude conhecer.
Estive na Copa do Mundo 2018 exclusivamente para cobrir o evento e apostar, além da última final da Liga Europa, no Azerbaijão. Fora isso, fui a jogos de Champions League, NFL, NBA, Roland Garros, Libertadores, etc… Tudo isso graças às apostas e parceiros como a VCréditos, que compram minhas ideias.

Você tem acompanhado o processo de regulamentação das apostas esportivas no Brasil? Qual a sua avaliação?
Sempre sou um dos primeiros a me atualizar sobre essas notícias, pois é algo que impacta diretamente na minha atividade, e nos meus negócios.
Após as recentes mudanças no regulamento, a limitação no número de concessões, etc… fiquei desanimado. Mas ainda assim aliviado pois certamente demoraria ao menos mais um ano para que as coisas fossem decididas. Em se tratando de Brasil e de um tema tão sensível na sociedade, ainda mais agora com essa pandemia, penso que a regulamentação não avançará tão cedo.
Ainda assim, com a crise econômica, o dinheiro das apostas pode ser visto como a salvação de clubes, isso pode acarretar num alto taxamento da indústria e, por conseguinte, do apostador. Meu medo é que os altos impostos inviabilizem a atividade, mas não perco mais noites de sono com isso, como já aconteceu. Meu objetivo é aposentar antes que isso ocorra.

Você participou das consultas públicas que o Ministério da Fazenda realizou durante esse processo? Quais foram suas sugestões? Acredita que serão necessárias novas consultas?
Depois que as sugestões da ABAESP foram praticamente ignoradas na primeira consulta, onde apostadores se mobilizaram e entregaram o maior número de contribuições, fiquei desacreditado.
Se várias casas limitam os usuários vencedores, e o governo quer arrecadar o máximo possível, qual o interesse de ajudar os apostadores que querem exatamente o contrário?
Sinceramente me parece uma briga meio sem sentido. Não quero desmerecer a Associação, que tem feito um enorme esforço para ser ouvida. Minha descrença é com aqueles que estão à frente do projeto, que parecem ignorar aqueles que vivem do meio e são parte essencial do ecossistema.

As empresas de apostas esportivas ficaram mais conhecidas do grande público por meio dos patrocínios, principalmente no futebol. Qual a importância desse movimento, tanto para as operadoras quanto paras as modalidades? É um mercado que vai crescer ainda mais?
O trabalho de conhecimento do público não vem apenas da exposição em clubes de futebol. Várias fizeram só isso, entraram no país e não tiveram nenhum sucesso aqui.
A visibilidade de uma marca vem em conjunto com influenciadores de fora das apostas, mas também de dentro. Nisso se torna bastante importante a figura do afiliado, daquela pessoa que cria conteúdos explicando o funcionamento das apostas.
Ter um banner de uma casa (normalmente em inglês) para um público que não entende inglês, é por natureza desconfiado, e sobre um assunto que não entendem o funcionamento, por si só não adianta nada.
A entrada de uma casa no Brasil deve ter como alicerce as campanhas de marketing que podem envolver clubes, mas devem necessariamente envolver pessoas do meio, influenciadores maiores, promoção de método de pagamento como boleto, etc…
Estampar um marca por branding para um público que ainda não conhece o negócio, é muitas vezes desperdício de dinheiro, na minha opinião.

Com a crise do coronavírus e a paralisação das competições muitos sites têm se reinventado abrindo apostas em eventos de eSports e até em programas como Big Brother. Qual a sua avaliação sobre essa postura das operadoras? Quais dessas alternativas atuais podem sobreviver e se tornarem fixas nos sites?
Os operadores tem que se virar mesmo para manter os usuários apostando, seja em BBB, em previsão do tempo, ou qualquer outra coisa. A indústria do jogo é antes de mais nada, uma indústria de entretenimento. Cabe aos apostadores identificar se é possível lucrar nisso. Na minha opinião é muito difícil, mas não julgo quem faz.
Não podemos esquecer que a imensa maioria dos apostadores está nas casas por lazer, para se divertir, ter emoção e sentir a adrenalina de cada aposta. Se ele está apostando de uma maneira saudável, seja no que for, quem sou eu pra ir contra?
Quanto aos eSports, já fiz algumas previsões de que é o mercado com maior potencial no setor. Tem uma gama de jovens que já fazem transações online, que já apostam entre eles, e que estão envolvidos com uma indústria tão ou mais rica do que a do gambling.
A cada dia a audiência desses eventos aumenta, e se temos muito interesse num evento, obviamente teremos interesse para apostas.
Tenho dois especialistas em eSports no meu site, e no momento todo o foco da empresa está na promoção do que eles fazem, e em conteúdos sobre o assunto. A oferta de jogos possibilita que façam ótimo volume de apostas, com amostragem do que funciona ou não. A lapidação fica muito mais fácil, e há enorme possibilidade de lucro.
Os eSports serão o grande legado da pandemia para o mundo das apostas.

Finalizando, o que você diria para os que desejam ingressar nessa atividade de apostador esportivo visando a regulamentação que está pra chegar? Qual o futuro da profissão?
Eu não gosto de fazer muitos planos de longo prazo em se tratando de regulamentação, pois para vir um novo decreto, ou algo vetando isso, até mesmo pela bancada evangélica, não custa nada. Muitos têm total aversão às apostas, e quando chegar a hora do vamos ver, muito barulho no sentido contrário será feito. Sequer chegamos nessa parte ainda.
Aos que querem ingressar, meu conselho é, principalmente, no sentido de enxergar as apostas como um investimento de longo prazo, um ótimo complemento de renda. Claro que dá pra viver de apostas, mas hoje as pessoas pensam primeiro em ganhar dinheiro, antes de aprender. É como você entrar numa faculdade de medicina, e duas semanas depois querer sair operando um tumor. Não tem jeito. Nas apostas, como tudo na vida, as coisas levam tempo.
Quanto mais o mercado amadurecer, mais as pessoas tendem a entender isso, e para quem quiser aprender, o queroapostar.com estará lá para auxiliar.

Fonte: Exclusivo GMB