SÁB 27 DE ABRIL DE 2024 - 21:32hs.
Novas medidas

Facebook (Meta) incluirá jogos de azar em seus filtros para conteúdo de anúncios a partir de 2022

O Facebook (agora Meta) anunciou que vai proibir anúncios segmentados para determinados assuntos sensíveis (raça, religião, posicionamento político, orientação sexual etc.). Entre as novidades, a empresa também informou que os filtros para conteúdo de anúncios — que hoje incluem política, maternidade e paternidade, álcool e animais de estimação — serão atualizados com novas opções, como jogos de azar e perda de peso, entre outros, para que o usuário seja impactado apenas por conteúdo que seja relevante para si.

O Facebook (agora Meta) possui um lucrativo negócio de propagandas, que apresentou receita de US$ 28,2 bilhões no último trimestre. Entretanto, a publicidade na plataforma sempre esteve envolta em polêmicas sobre o uso de publicidade segmentada, e a Meta anunciou que vai proibir anúncios segmentados para determinados assuntos sensíveis, como raça, religião, posicionamento político, orientação sexual e outros. Confira a mudança, que entra em vigor em 19 de janeiro de 2022.

A nova medida visa a saúde mental

Proibir anúncios que contenham assuntos sensíveis será a nova maneira do Meta para proteger seus usuários de possíveis conteúdos desconfortáveis, ou que possivelmente causem algum tipo de gatilho. A empresa ainda enfatiza que os alvos de anúncios são baseados não em características físicas ou atributos pessoais, mas sim em suas atividades como um todo. Pensando sobre a nova medida, o Meta entende que os usuários que se deparam com esse tipo de anúncio podem se sentir discriminados, reforçar vícios, causar estresse e até mesmo influenciar negativamente seu comportamento.

Exemplos de direcionamento de anúncios que deixarão de existir incluem:

  • Causas de saúde (por exemplo, “Conscientização do câncer de pulmão”, “Dia Mundial da Diabetes”, “Quimioterapia”)
  • Orientação sexual (por exemplo, “casamento entre pessoas do mesmo sexo” e “cultura LGBTQIA+”)
  • Práticas e grupos religiosos (por exemplo, “Igreja Católica” e “feriados judaicos”)
  • Alinhamentos políticos, questões sociais, causas, organizações e figuras políticas

Essa é uma preocupação um tanto quanto antiga enfrentada pela empresa, pois muitos usuários, por anos, já reportavam que havia anúncios vinculados a assuntos antissemitas, bem como de pseudociências, que eram reproduzidos normalmente nas redes sociais. O fato das empresas que fazem essas propagandas, tendo como alvo os locais onde moram ou empregos, por exemplo, atingiam um número grande de pessoas, mas que excluíam pessoas de raça não-branca.

A empresa afirma que mesmo após a atualização das opções de segmentação, os usuários ainda poderão ser impactados por conteúdo que não tenham interesse. Os filtros para conteúdo de anúncios — que hoje incluem política, maternidade e paternidade, álcool e animais de estimação — serão atualizados com novas opções, como jogos de azar e perda de peso, entre outros, para que o usuário seja impactado por conteúdo que seja relevante para si.

Apesar dos motivos apresentados pelo Meta sobre saúde mental, provavelmente esse não é o ponto principal aqui. A Europa está preparando regulamentos para banir anúncios que são feitos com base em rastreamento de dados, ou seja, se a empresa não quer ter problemas no continente, deverá seguir suas políticas.

No terceiro trimestre deste ano o Facebook arrecadou mais de US$ 28 milhões apenas com anúncios. A mudança acerca de proibir anúncios nas redes sociais do Meta será implementado em 19 de janeiro de 2022.

Fonte: GMB