DOM 19 DE MAYO DE 2024 - 22:12hs.
Gigante estoniana confirmou durante o BiS

CoinsPaid terá escritório no Brasil para oferecer pagamentos cripto em apostas online

A CoinsPaid, empresa com grande foco no negócio de prover plataforma de pagamentos em criptomoedas esteve no Brazilian iGaming Summit nos dias 28 e 29 de junho e enxerga a América Latina como segunda região mais promissora do mundo para esse mercado, atrás apenas da Europa. Como consequência, a companhia pretende inaugurar um escritório no Brasil em um ou dois meses.

Pretendemos ter um escritório no Brasil, em São Paulo. Já temos vários funcionários na América Latina e seria uma boa ideia fazer os negócios diretamente com as pessoas daqui, porque elas entendem mais da mentalidade e da cultura do país”, afirma Irina Valentovich, CCO da CoinsPaid. “Pretendemos em um mês ou dois montar aqui um lugar para representar o nosso produto.”

Irina esteve no país para uma conferência de iGaming, o setor de sites e aplicativos de apostas online. O evento, Brazilian iGaming Summit, ocorreu nos dias 28 e 29 de junho. A CoinsPaid aponta que houve um crescimento de 128% nas transações e de 268% nos volumes do uso de criptomoedas em pagamento de jogos de apostas online no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Hoje, a CoinsPaid é a maior empresa do mundo em soluções de criptomoedas para pagamento em apostas online. Na América Latina, a companhia reconhece que o setor de iGaming cresceu muito principalmente na esteira dos sites de apostas esportivas.

Todavia, a executiva esclarece que o interesse e as operações da empresa na região vão além do setor dos chamados jogos de azar. “Não trabalhamos apenas com jogos de azar, estamos na América Latina migrando bastante para e-commerce, desenvolvendo soluções para pagamento com criptomoedas.”

Uma pesquisa realizada pela CoinsPaid mostrou que no Brasil 63,1% das pessoas poderiam pagar em criptomoedas por pelo menos algumas de suas compras físicas no varejo. Destas, 36,3% disseram que usariam moedas digitais em qualquer loja física. O estudo, que ouviu 1.506 pessoas em março na Argentina, no Brasil e na Colômbia, revelou também que aquela taxa de aceitação em pelo menos algumas compras foi de 65,4% para os colombianos e de 65% para os argentinos.

O dado se contrapõe a 36,9% de brasileiros que responderam que nunca usariam criptomoedas em uma loja física e 30,4% que afirmaram que não usariam esse tipo de ativo também em lojas online.

No entanto, Irina admite que há diversos desafios para o pagamento com criptomoedas decolar, pelo menos fora dos ambientes de finanças descentralizadas e ativos digitais. “O maior deles é a volatilidade das criptomoedas", avalia.

O Brasil especificamente, para ela, tornou-se um mercado ainda mais desafiador nesse front graças à ampla adoção do PIX, que por enquanto é utilizado mais como método de transferência, mas que pode no futuro trazer uma disrupção também em meios de pagamento. “O PIX é um método local, bastante específico, que torna a adoção de criptomoedas como pagamento no Brasil ainda mais desafiadora, mas é apenas um método local, não serve para fazer uma remessa internacional”, argumenta Irina.

Outro ponto citado como empecilho é que conforme cresce o interesse por criptomoedas no mundo haveria "muitos países querendo regular este mercado, e alguns deles de maneira bastante restritiva”, conta.

Um destes, de acordo com ela, seria a própria Estônia, país de origem da plataforma. “Comparando 2019 e 2022 a regulamentação na Estônia se tornou muito mais rígida, então muitas empresas devolveram suas licenças porque é difícil operar com tantos requisitos do lado regulatório”, lamenta, ressaltando que o país já foi um hub do setor. Já com relação ao projeto de lei de regulamentação de criptomoedas que tramita hoje no Congresso brasileiro a executiva enxerga que o próprio mercado quer ser regulado e não vê por ora um movimento tão restritivo.

Fora a plataforma de pagamento em criptomoedas, a CoinsPaid possui opções de carteira digital para empresas e também para pessoas físicas, além de um ramo de negócios SaaS (sigla em inglês para software como um serviço) e de um token próprio, o CPD. A empresa fundada em 2014 registra mais de 12 bilhões de euros em criptomoedas processadas e 21 milhões de transações realizadas desde então.

Um dos lançamentos previstos da empresa no Brasil é o da integração do PIX com a carteira digital B2C, projetado para ocorrer no quarto trimestre deste ano. “O aplicativo já está pronto, só estamos preparando a integração para as localizações no Brasil”, comenta.

Fonte: Valor