SÁB 4 DE MAYO DE 2024 - 13:50hs.
Rodrigo Loco Alves, presidente da Abaesp e head de conteúdo da Eightroom

"Regras tributárias das loterias não servem para as apostas esportivas"

Em conversa exclusiva com o GMB, Rodrigo Loco Alves, presidente da Abaesp e head de conteúdo da Eightroom, destacou a importância da regulamentação das apostas esportivas, mas que ela precisa passar por revisão, para dar mais voz aos apostadores e para que a questão da tributação sobre quem aposta seja revista. Para ele, “as regras de loterias não servem” para a atividade.

A Abaesp – Associação Brasileira de Apostas Esportivas foi criada em 2019 por um grupo de apostadores com interesse em ter voz no processo de regulamentação do setor, logo após a promulgação da lei 13.756/18. Como apenas operadores, prestadores de serviços e outros empresários do ramo participavam das discussões sobre o tema, Rodrigo Loco Alves e outros 16 apostadores profissionais fundaram a entidade com o objetivo de serem ouvidos como consumidores finais da atividade.

Uma das preocupações de Rodrigo Loco é quanto à equiparação das apostas esportivas com as demais loterias existentes no Brasil. “Não é a mesma coisa, especialmente no tocante à tributação do apostador”, comentou.

Em conversa exclusiva com o GMB, Rodrigo disse que “tanto os apostadores quanto os operadores veem com bons olhos o trabalho da associação, que é discreto. Não queremos palanque, apenas ter uma voz. Então, como nossas reivindicações estão alinhadas com as boas práticas da indústria, os operadores gostam, como o GGR, número ilimitado de licenças e a questão da tributação do apostador, que pode ser um tiro no pé das casas licenciadas pois ele poderão recorrer às casas off-shore”, comentou.

Ele entende que a regulamentação é extremamente importante para o setor, desde a promulgação da Lei 13.756/18. “Todos esperam pela regulamentação, inclusive na esfera governamental e política. Essa expectativa chega a ser uma angústia. Já é entendido que todos querem uma regulamentação bem-feita e temos muitos modelos bem-sucedidos no exterior e que nos servem de norte”, apontou.

Para Rodrigo, “o Brasil tem a oportunidade ímpar de fazer uma regulamentação própria e bem-feita, seguindo os bons modelos do exterior, mas adaptada à nossa realidade e características”.

Sobre a nova Lei Geral do Esporte, que abriu uma brecha para que entidades esportivas possam permitir ou não a exploração de jogos e torneios, acha a proposta inadequada. “É um poder muito grande que está sendo dado às confederações, que nem têm estrutura para isso e não é a finalidade para as quais elas foram criadas. Nunca vi em nenhum lugar do mundo uma confederação poder permitir ou negar que um operador ofereça apostas”, concluiu.

Fonte: Exclusivo GMB