SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 16:54hs.
Andre Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável

"O IBJR fechou um acordo com a IBIA para conscientizar o esportista brasileiro sobre manipulação"

Em Brasília, o GMB conversou em exclusividade com o presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, Andre Gelfi. Ele comemora o lançamento oficial da entidade, que conseguiu seu CNPJ e destaca o acordo com IBIA – International Betting Integrity Association para trabalhar na questão da manipulação. “Queremos educar o esportista brasileiro e que possa tomar as devidas medidas se for abordado por um criminoso”, explica Gelfi.


Games Magazine Brasil – A entidade acaba de ser lançada em Brasília. O que representa isso para o mercado brasileiro de apostas esportivas e para o setor de jogos?
Andre Gelfi –
Finalmente conseguimos o CNPJ e o lançamento oficial aconteceu logo em seguida. Estamos trabalhando desde março, mas conseguimos formalizar o trabalho. O instituto representa uma câmara de colaboração para discutirmos os temas pertinentes para que o mercado se desenvolva da forma mais sustentável possível e consigamos ter algo que seja harmônico com a sociedade brasileira. É o que estamos pleiteando.

Especialmente neste momento em que há tantas denúncias de manipulação de apostas, que comprometem tanto o esporte quanto os sportsbooks, que são as maiores vítimas dessa prática criminosa!
Exatamente. Os esportes estão totalmente relacionados com nossa atividade. Se você não tem a imprevisibilidade do resultado e se isso não está protegido, a atividade das apostas deixa de fazer sentido. É fundamental que façamos parte dessa conversa. Inclusive comento que firmamos um acordo com a IBIA – International Betting Integrity Association justamente para trabalhar essa questão e facilitar que tenhamos conscientização e possamos educar o esportista brasileiro, para saber o que está por trás da manipulação e para que esteja mais protegido, consciente e que possa tomar as devidas medidas se for abordado por um criminoso.

É uma atividade que envolve todos os segmentos, como entidades esportivas, de classe, organizações como o instituto e os entes reguladores. É possível sentar-se à mesma mesa e trabalhar em um objetivo comum, que é coibir a manipulação de resultados?
Acho que este evento simboliza isso. É a segunda edição de um evento que se transformou em um fórum de discussões onde saem ideias e planos para trabalhar a questão, que é uma externalidade absolutamente indesejada para o esporte, para a sociedade e para o segmento de apostas. Nos sentimos honrados de fazer parte dessa discussão. Estamos abertos e disponíveis para participar proativamente das discussões que serão feitas entre entidades de classe, governo e operadores para esclarecer essa questão e diminuir os mal-feitos.

A própria CBF disse que não irá suspender o campeonato e que está à disposição das autoridades e de todos aqueles que buscam entender e coibir a prática. Além disso, o ministro da Justiça determinou que a Polícia Federal passe a investigar as denúncias. Como você avalia esse momento?
É muito positivo. Nesta crise sai a mobilização, que é fundamental para tratar dessa questão e vejo como uma perspectiva muito otimista

Por que cresceu tanto no Brasil as denúncias de manipulação? Foi a chegada das casas de apostas e a disseminação dessa nova atividade econômica?
Essa dinâmica ainda é nova pois o segmento é novo no Brasil. A manipulação de resultados existe há muito tempo e é algo tratado há muito tempo pelos reguladores, por operadores e pelas entidades que são concebidas para tratar disso. No Brasil, temos a vulnerabilidade em função da falta de conhecimento por parte dos esportistas.

Esse problema é complexo, mas não tenho uma opinião absolutamente firme de onde está todo o cerne dessa dinâmica. Conscientização, discussão e mobilização são fundamentais. E a regulamentação é uma pedra angular de toda essa história. A partir da regulamentação teremos uma relação mais harmônica entre o segmento das apostas e o esporte nacional.

Fonte: Exclusivo GMB