VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 04:15hs.
Declaração feita durante audiência pública na CAE

Haddad sugere que governo pode proibir bets caso empresas não paguem os impostos devidos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu que o governo pode apelar para uma eventual proibição da atuação das bets no Brasil, caso elas não paguem os impostos devidos. A declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado como resposta à derrota que o governo sofreu após a MP que previa a taxação das operadoras perder a validade.

O lobby das casas de apostas foi forte no Congresso e evitou a aprovação da medida. Fernando addad classificou a atuação das bets de algo "desastroso" e que o governo tem mecanismos para agir caso a queda de braço continue. O ministro da fazenda comparou o mal que as bets provocam ao cigarro e ao álcool e disse que não se trata de demonizar, mas cobrar de quem deve dar a sua contribuição.

"Tem coisas que são difíceis de proibir, embora no caso das bets nós tenhamos tecnologia hoje para, se essa queda de braços continuar, ir para um embate mais firme com o setor, que teve uma participação desastrosa nos debates lá na Câmara, porque elas são dependentes de rede social, então nós temos condição de atuar".

O ministro disse que conversará com Lula e com líderes para traçar alternativas à medida que renderia quase R$ 20 bilhões aos cofres públicos apenas no ano próximo ano.

 O governo, inclusive, pediu um adiamento da votação do orçamento de 2026, que estava marcada na comissão mista para esta quarta (15). Isso porque, a depender da conversa com Lula, o governo pode mudar a proposta orçamentária diante da falta de receitas.

O presidente da CMO, senador Efraim Filho, criticou. Disse que o prazo está ficando curto e que o governo insiste em aumentar imposto em vez de cortar gastos. "E se o governo teve a frustração da medida provisória, é importante o governo saber que foi no voto, não foi por imposição de ninguém. É um desejo do Congresso, que representa a sociedade, de dar um recado claro”.

Não se aguenta mais a agenda de aumento de alíquotas, aumento de impostos, para arrecadar, arrecadar e arrecadar. Equilíbrio fiscal também se faz pelo lado da despesa. O ministro Fernando Haddad trata todo dia de uma agenda de arrecadação, mas parece que ficou esquecida, relegada a segundo plano, a agenda de corte de gastos", disse.

Haddad, no entanto, demonstrou otimismo e disse que foi procurado por parlamentares para corrigir o que aconteceu. Ele lembrou que não dá pra votar contra apenas para demarcar posição porque tem efeitos práticos.

Uma das consequências é a demissão de indicados do Centrão a cargos públicos. O governo exonerou mais uma leva, nesta terça-feira (14). O foco tem sido os indicados por parlamentares que votaram contra a MP.

Fonte: GMB