Alguns senadores aproveitaram o momento de apartes durante a leitura do relatório para criticar as bets e fazer colocações equivocadas quanto ao imposto pago pelas empresas. O senador Ângelo Coronel fez uso da palavra para esclarecer os mal-informados quanto a atual carga tributária e destacou que mais do que aumentar imposto sobre o setor, o governo deveria coibir de forma mais efetiva a proliferação de sites ilegais.
Ele lembrou que 51% das bets em operação no Brasil são ilegais. “Não é plausível – para não dizer que não é honesto – querer aumentar a carga tributária de quem está legalizado e esquecer de combater a clandestinidade. Isso é um absurdo e o Senado tem de levantar sua voz sobre isso”.

Ângelo Coronel afirmou que se as clandestinas fossem fechadas, o governo arrecadaria mais R$ 11 bilhões ao ano. “São 81 empresas legalizadas, que pagaram R$ 30 milhões de outorga, estão pagando 12% sobre o GGR mais PIS, Cofins, ISS, CSSLL e IR. Isso leva a um patamar de mais de 50% de impostos. Muita gente pensa que as bets pagam só 12%. Ledo engano. As bets são tratadas como qualquer outra empresa, gerando seus impostos”.
“O receio que temos é que, se for aprovado o aumento da carga tributária, haverá uma fuga delas, como aconteceu na Alemanha e em Portugal, por exemplo. Como vão ter uma carga tributária aumentada se o governo não faz nada para fechar as portas da clandestinidade. Esse é um problema sério. O Senado tem de responder à altura para evitar que essa arrecadação, que chegou a quase R$ 7 bilhões em setembro e que deverá alcançar R$ 15 bilhões até o final do ano, se perca com a saída de empresas do mercado legal”.
Fonte: GMB