VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 13:44hs.
Aumento de 25% em relação ao Brasileirão 2024

Com Santos, as bets devem ultrapassar R$ 1 bilhão em patrocínios

Em 2025, todos os clubes da Série A iniciaram a temporada com patrocínio de casas de apostas. Desses, 18 exibem a marca no espaço máster da camisa, frente a 12 no ano anterior. O Santos foi o último a anunciar parceria, com a plataforma 7k. O contrato, válido por dois anos, pode chegar a R$ 150 milhões com metas e bônus. De acordo com valores extraoficiais, o investimento anual dessas empresas vai superar 1 bilhão de reais, um acréscimo de mais de 25% em relação ao último ano.

Além do reajuste em alguns contratos e de todos os times serem patrocinados por essas empresas, ao contrário de 2024, a entrada da Sportingbet no Palmeiras, ocupando o lugar da Crefisa, também contribuiu para esse aumento.

De acordo com dados de mercado, assim como o Verdão, a Pixbet, no Flamengo, e o Esportes da Sorte, no Corinthians, desembolsam mais de 100 milhões de reais por ano pelos patrocínios. “O Santos é um dos clubes mais tradicionais do Brasil, dono de uma trajetória única, centenária, repleta de amor e de dedicação Sempre foi um time de excelência, revelando grandes craques como Pelé e Neymar Jr”, afirma Marco Túlio, CEO da Ana Gaming.

Essa tendência, aliás, não pertence ao Brasil. De acordo com levantamento do site Bolavip, 30% dos patrocínios no futebol mundial são casas de aposta – ou em três em cada 10 clubes, envolvendo mais de 200 agremiações das 12 principais ligas do planeta (Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Itália, México, Portugal e Turquia). Já o segundo segmento que mais aparece nas camisas é o de instituições financeiras, com metade do número das empresas de aposta.

A regulamentação separa o joio do trigo, garantindo apenas a presença de empresas sérias, e cria novas oportunidades para atrair o interesse de operadores internacionais, consolidando o Brasil como um dos mercados mais relevantes do mundo no setor”, destaca Leonardo Henrique Roscoe Bessa, consultor do Conselho Federal da OAB e sócio do Betlaw, escritório de advocacia especializado no setor de jogos e apostas.

"O futebol brasileiro tem se profissionalizado cada vez mais, trazendo grandes jogadores e aumentando sua visibilidade global. Isso torna o produto atrativo para as grandes empresas, que naturalmente vão procurar investir no espetáculo. Diante desse cenário, há um movimento lógico dos clubes em valorizar suas marcas e, consequentemente, atrair receitas maiores para suas camisas", aponta Bruno Brum, CMO da End to End, agência que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

A valorização pela exposição da marca, a chegada de grandes craques ao futebol brasileiro, e a reestruturação dos setores comerciais e de marketing foram fundamentais para que o cenário atual se tornasse uma tendência, e não só algo momentâneo.

"Cenário hoje remonta ao de inauguração de um grande Shoppping Center, com enorme disputa por um lugar no mesmo, mas com uma indefinição de quais lojas vão permanecer no longo prazo, na composição do seu mix. Como se deu em outros países, e em diferentes segmentos, é razoável pensar que não teremos mais do que seis casas (serviços de apostas) controlando três quartos ou quatro quintos do montante total gasto pelos brasileiros com apostas esportivas, e por isso teremos por alguns anos, de vinte a trinta buscando um desses seis lugares, pagando por espaços para suas marcas um valor que é desproporcional ao que pagariam se esse mercado estivesse já consolidado", afirma Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports Brazil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

"No curto prazo, os clubes serão beneficiados por essa disputa, vendo seus uniformes e outras propriedades sobrevalorizadas, angariando fundos nunca captados com patrocinadores de qualquer outro segmento", complementa Thiago.

Como foi em 2024?

Seguindo a linha dos últimos anos, os bancos e as casas de apostas foram as maiores responsáveis pelos patrocínios do Campeonato Brasileiro em 2024, compondo 35 do total de 132 marcas que foram exibidas pelos 20 times da Série A.

De acordo com o estudo Mapa do Patrocínio, feito pelo Ibope Repucom e divulgado neste mês, as companhias do setor financeiro lideraram a quantia, com 20 patrocínios, enquanto as bets estavam presentes em 18 clubes, com 15 empresas.

Em relação às casas de apostas, houve um crescimento de 25% em comparação com 2023, quando 12 empresas do setor estavam nos uniformes. Uma das explicações para o dado é o crescimento de contratos pontuais, que saltaram de sete, em 2023, para 25 em 2024 - um aumento de 257%.

"Estamos colocando o Internacional na vanguarda do setor, combinando análise de dados, criatividade e alto poder de execução. Este é o inicio de um esforço ainda maior do clube para aumentar nossas receitas, e com isso sermos cada vez mais competitivos", afirma o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.

O destaque ficou por parte do setor financeiro (bancos, corretoras, consórcios, seguradoras, entre outros), que passaram de 16 para 20 marcas na última temporada. Já as casas de aposta, inclusive, ocupam a vice-liderança do levantamento, com 15 empresas. Os serviços de saúde finalizam o top 3, com 13 marcas.

Alimentação, com 11, e imobiliárias e construção, com sete, também tiveram notoriedade. Somadas, as companhias totalizaram 55% de todas as patrocinadoras de 2024.

Patrocínios da Série A do Brasileirão

-Atlético-MG
- H2Bet, contrato de 3 anos no valor de R$ 180 milhões (R$ 60 mi por temporada, pode ultrapassar os R$ 200 milhões através de metas)

-Bahia - Viva Sorte Bet, segundo o clube, o contrato é o maior já firmado em sua história. Os valores não foram divulgados.

-Botafogo - VBet, contrato de 3 anos no valor de R$ 165 milhões (R$ 55 mi por temporada)

-Ceará - Esportes da Sorte, contrato de 3 anos no valor de R$ 46 milhões (R$ 15,3 mi por temporada)

-Corinthians - Esportes da Sorte, contrato de 3 anos no valor de R$ 309 milhões (R$ 103 mi por temporada)

-Cruzeiro - Betfair, contato de 2 anos no valor de R$ 84 milhões (R$ 42 milhões por temporada)

-Flamengo - Pixbet, contrato de 2 anos no valor de R$ 170 milhões (R$ 85 mi por temporada)

-Fluminense - Superbet, contrato de 3 anos até 2026 no valor de R$ 126 milhões (R$ 42 milhões por temporada)

-Fortaleza - Cassino.bet, contrato de 2 anos no valor de R$ 70 milhões (R$ 35 mi por temporada)

-Grêmio - Alfa.Bet, contrato de 3 anos no valor de R$ 150 milhões (R$ 50 milhões por temporada, o valor pode variar a partir de metas obtidas)

-Internacional - Alfa.Bet, contrato de 3 anos no valor de R$ 150 milhões (R$ 50 milhões por temporada, o valor pode variar a partir de metas obtidas)

-Juventude - Stake, contrato de 2 anos até o fim de 2025 no valor de R$ 30 milhões (R$ 15 milhões por temporada)

-Mirassol - Guaraná Poty, vale ressaltar, que há uma casa de apostas presente na parte frontal, ocupando uma espécie de segundo posto mais importante no manto do Mirassol, a 7k. Não há informações referentes ao valor.

-Palmeiras - SportingBet, contrato de 3 anos no valor de R$ 300 milhões (R$ 100 milhões por temporada e através de metas chegar ao valor de R$ 170 milhões)

-Bragantino - Red Bull, empresa dona do clube

-Santos – 7k, contrato de 2 anos, pode chegar a R$ 150 milhões com metas e bônus

-Sport - Betnacional, contrato de 2 anos no valor de R$ 44 milhões (R$ 22 mi por temporada, podendo aumentar através de metas)

-São Paulo - Superbet, contrato de 3 anos no valor de R$ 156 milhões (R$ 52 mi por temporada)

-Vasco da Gama - Betfair, contrato de 2 anos que encerra no final de 2025 no valor de R$ 115 milhões (R$ 65 mi na primeira temporada, R$ 70 mi na segunda temporada)

-Vitória - 7k, contrato de 3 anos no valor de R$ 60 milhões (R$ 20 mi por temporada)

ANUAL BRASILEIRÃO SÉRIA A: R$ 886,3 milhões, com quatro times sem valores divulgados (Bahia, Red Bull Bragantino, Mirassol e Santos)

Fonte: Radar / Terra / GMB