VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 10:16hs.
O presidente da CNI em Brasília

Indústria pressiona governo a taxar ampliar imposto sobre apostas esportivas e jogos online

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu que o governo olhe para a taxação de big techs ou para o aumento da contribuição devida pelas bets ao ajustar o pacote fiscal para este ano. O pleito foi direcionado ao governo durante eventos que contaram com ministros de Estado no Rio de Janeiro e Brasília, em comemoração ao Dia da Indústria. 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, criticou ontem o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e defendeu que o governo tribute mais as bets e big techs e poupe o setor produtivo.

“Se temos de buscar algum tipo de equação de equilíbrio, temos outras soluções. Não podemos onerar o setor produtivo, porque, no fim, quem paga é o consumidor. Não é o setor produtivo, não é a indústria; é o consumidor”, afirmou.

Alban se referia aos serviços de apostas online e às gigantes da tecnologia em sua manifestação. Em evento pelo Dia da Indústria, em Brasília, ele agradeceu o posicionamento do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), contra o aumento de impostos no X.

“Taxar big techs é uma justiça tributária, porque nós temos todo um meio de comunicação de empresas desenvolvidas aqui [no Brasil] que têm a carga tributária. Então, precisamos dimensionar o tamanho desse mercado para saber o que ele significa”, disse Alban, em coletiva de imprensa. 

“Agradeço pela posição pública diante do aumento da carga tributária. Não somos contra o Brasil, mas somos a favor do equilíbrio e do bom senso”, explicou o presidente da CNI.

Segundo ele, o setor produtivo está disposto a dialogar e construir alternativas: “Contem conosco não apenas para criticar e para dizer não, mas para encontrar as soluções”.

A manifestação ocorre em meio ao debate sobre o decreto que aumentou o IOF sobre operações de crédito para empresas. Em manifesto com outras entidades empresariais, divulgado ontem, a CNI já havia alertado que a mudança encarece o financiamento e pedia a intervenção do Congresso Nacional.

“O grande ponto é que não cabe mais espaço no setor produtivo ou até para nossa economia aumento de carga (tributária). Esse é um ponto pacífico. Eu esperava que o assunto já estivesse superado”.

O presidente da CNI respondeu ainda à fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mais cedo minimizou as críticas do setor privado e disse que a indústria entenderia o aumento do IOF, uma vez que entende o aumento da taxa de juros pelo Banco Central para conter a inflação.

“A indústria não entende a alta dos juros. Isso não é o nosso pensamento. Política monetária, se ela precisa ser mais restritiva, porque a política fiscal é expansionista, existem várias ferramentas de política monetária. Não existe uma única política monetária que se restringe a juros. Essa é a mais imediatista”, afirmou.

Fonte: GMB