VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 07:05hs.
Thiago Iusim, fundador e CEO da Betshield Responsible Gaming

Qual sandália de borracha sua bet vai ser?

Em um cenário competitivo e regulado, as casas de apostas no Brasil começam a enfrentar um novo dilema: como deixar de ser apenas mais uma entre tantas e se tornar a marca preferida dos apostadores? Em seu artigo, Thiago Iusim, fundador da Betshield, usa uma metáfora para ilustrar a importância da construção de brand no setor. A era do bônus fácil e do marketing agressivo ficou para trás. Agora, o que diferencia uma bet da outra não é o produto, mas o que ela representa.

Havaianas ou Ipanema? No fim do dia, ambas são essencialmente a mesma coisa: sandálias de borracha, simples, acessíveis, com design similar e materiais quase idênticos. Mas uma virou a queridinha do Brasil, sinônimo de categoria, ganhou o mundo e veste pés da classe A à D. A outra continuou sendo uma boa sandália de borracha.

A diferença não está no que elas oferecem. Está no que elas representam. No que elas são.

Esse é o dilema que o mercado de apostas vai enfrentar. Depois da era promocional, em que se comprava market share com bônus de entrada e incentivos agressivos, o jogo mudou. A regulação apertou e, num futuro nada distante, o que fará um apostador escolher a Bet A ou a Bet B será a força da marca.

Marcas fortes inspiram confiança, comunicam com clareza e criam vínculo. Sabem que reputação não se compra, constrói-se com consistência, escuta ativa e compromisso real. Isso exige virar a chave. Do marketing de aquisição para o de construção de valor. Do volume para o vínculo. Do grito da oferta para o tom da confiança. De deixar de ser apenas mais uma opção para tornar-se a preferida.

Assim como a Havaianas transformou uma sandália comum em um símbolo cultural global, as bets que vencerem serão aquelas que souberem ir além da transação e da oferta de odds. Marcas que inspiram confiança, entregam cuidado, experiência e verdade. Que não disputam apenas tráfego, mas conquistam vínculo real e duradouro com o apostador.

Essa construção não se faz no improviso. Exige coerência, investimento constante em comunicação, foco na experiência do usuário e um atendimento que funcione de verdade. Mais do que isso, exige tratar o Jogo Responsável como parte central da estratégia, não como departamento. Porque a marca que demonstra cuidado, informa com clareza e protege quem aposta tem muito mais chance de ser lembrada. E escolhida.

Porque, no fim, como no mercado de sandálias de borracha, casas de apostas oferecem na prática a mesma coisa. Mas nem todas serão Havaianas.

Então, você que lidera uma casa de apostas, esta é pergunta é para você: qual sandália de borracha sua Bet vai ser?

Thiago Iusim
Fundador e CEO @Betshield Responsible Gaming - www.thebetshield.com