VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 05:49hs.
Com a participação de referências da indústria

Webinar da SBC debate desafios e aprendizados da regulamentação no Brasil e Peru

A SBC realizou o webinar Lessons from LatAm: How have Brazil and Peru Handled Regulation?, moderado por Isadora Marcante, relationship manager – Brazil da empresa. O painel contou com a participação de Gonzalo Pérez, CEO da Apuesta Total; Fellipe Fraga, chief business officer da EstrelaBet; Charmaine Hogan, global head of government relations da Playtech; e Hugo Baungartner, CBO da Esportes Gaming Brasil.

O debate girou em torno dos desafios e aprendizados que Brasil e Peru enfrentaram após a implementação de seus mercados regulados de jogos online e apostas esportivas nos últimos dois anos. Vale lembrar que o Peru regulamentou seu mercado em fevereiro de 2024 e o Brasil, em janeiro de 2025.

Para Gonzalo Pérez, 2024 foi “um ano de transição” no Peru. Apesar dos cassinos presenciais já possuírem regulamentação e experiência junto aos órgãos reguladores, o segmento online era novo. “Consideramos que o mercado foi oficialmente lançado quando começamos a pagar impostos. A transição foi fluida e reconheço o trabalho do regulador, embora os impostos ainda sejam um desafio”, comentou.

No Brasil, a situação é distinta. Fellipe Fraga destacou que, oito meses após o lançamento, já se discute aumento de impostos e não há avanços claros no combate ao mercado ilegal. “Sentimos que ele até cresce. O desafio é educar os políticos para que entendam o impacto econômico e social positivo da indústria, na criação de empregos e na sustentabilidade”, afirmou.

Charmaine Hogan ressaltou que a grande diferença é que o Peru já possuía experiência com jogos presenciais, enquanto o Brasil começou do zero. Para a representante da fornecedora, migrar jogadores de plataformas ilegais para o ambiente regulado exige compreender desde o início requisitos técnicos, prazos e custos. Ela acrescentou: “No Brasil, esse tempo foi menor e mais rígido, impactando no número de licenças aprovadas”.

Hugo Baungartner complementou que no Brasil ainda há necessidade de “educar clientes, políticos, a sociedade e o setor econômico” sobre o funcionamento da indústria. “São apenas oito meses de operações legais e o marco regulatório ainda está em evolução”, explicou.

Desafios comuns: impostos e publicidade

O impacto de impostos e restrições publicitárias dominou boa parte do debate. Pérez alertou que tributar diretamente o jogador pode empurrá-lo para o mercado ilegal, mais difícil de controlar. “Os políticos acreditam que assim arrecadarão mais, mas a longo prazo perderão receita”, argumentou.

Hogan reforçou que a conversa deve focar na proteção do jogador, prevenção de crimes e competição justa, e não apenas na arrecadação. Fraga destacou que, no Brasil, empresas destinam mais de 50% da receita a impostos, o que leva operadores a saírem do mercado.

Sobre publicidade, Fraga afirmou que as restrições prejudicam apenas o mercado legal, reduzindo sua capacidade de captar clientes e abrindo espaço para plataformas ilegais. Hogan ressaltou que a chave é usar dados de forma inteligente para criar estratégias mais eficazes e adaptadas a cada mercado.

No Peru, Pérez disse que ainda não há debate sobre limitação de anúncios, mas operadores licenciados enfrentam problemas na promoção em redes sociais. Baungartner apontou que, no Brasil, paradoxalmente, plataformas ilegais conseguem anunciar no Meta e Google sem restrições, enquanto as legais enfrentam mais obstáculos.

Comparando com outros mercados, Hogan destacou que Peru e Brasil reconheceram a existência do mercado cinza e trabalharam na transição para um marco legal, em vez de tentar eliminá-lo de forma abrupta. Fraga observou que a complexidade regulatória e cultural do Brasil faz com que alguns operadores internacionais hesitem em investir.

O consenso dos participantes foi que estabilidade regulatória e educação de todos os atores — políticos, sociedade, reguladores e jogadores — são essenciais para que ambos os mercados atinjam seu potencial e se tornem referência na região.

Para ver o webinar completo, clique aqui.

SBC Summit 2025

A Apuesta Total, EstrelaBet, Playtech e Esportes Gaming Brasil estarão presentes no SBC Summit, de 16 a 18 de setembro, em Lisboa.

Interessados podem adquirir ingressos com desconto para grupos de três ou mais pessoas, economizando 200 euros por pessoa.

Afiliados e operadores podem solicitar passes gratuitos.

No dia 15 de setembro, a SBC realizará um evento beneficente de futebol em Lisboa. Uma oportunidade única de ver alguns dos nomes mais lendários do futebol — os ingressos podem ser adquiridos em Legends Charity Game.


Fonte: GMB