Gastão Mattos, CEO da consultoria, lembra que a história das bets no Brasil se desenvolveu na mesma época que a do Pix. As apostas esportivas on-line foram permitidas por lei em 2018, já o Pix começou a operar em 2020.
“O Pix não foi criado para ajudar as bets, mas é uma coincidência, porque o Pix é a forma de pagamento usual para casas de apostas. Não tem risco, não tem fraude, é 24/7, recebimento instantâneo e tem uma penetração na população de quase 100%. Então ele é o meio de pagamento alavancador de toda operação de apostas no Brasil”.
Em estudo anterior, a consultoria já havia constatado que todo o montante transacionado em apostas on-line é via Pix — outros métodos raramente são usados mesmo que oferecidos pelas plataformas.
“Quase que não tem outro modelo. Às vezes até ele coloca no ‘check out’ que tem, mas, se você vai tentar usar, não funciona”, afirma Mattos.
Para chegar ao percentual de representação das bets no Pix, o estudo da GMattos cruzou os dados de apostas on-line divulgados pelo Ministério da Fazenda e de volume transacionado no Pix. No primeiro semestre deste ano, as bets legalizadas tiveram ganho líquido de R$ 17 bilhões.
Com isso, a GMattos estima que o total de depósitos de apostadores foi de R$ 242,8 bilhões e o total em premiações pagas pelas casas de apostas foi de R$ 225,8 bilhões.
Fonte: Valor