MIÉ 30 DE ABRIL DE 2025 - 06:46hs.
Campanha nos principais jornais do país

Instituto Brasileiro de Jogo Responsável reforça transparência das bets na integridade esportiva

O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) publicou neste fim de semana artigos sobre a regulação das bets nos principais jornais do país, entre eles O Globo, Folha e Valor. A entidade destaca temas como uso de tecnologias para combater a manipulação de resultados, jogo responsável e auditorias rígidas sobre as operações de casas de apostas. A campanha do IBJR tem como objetivo mostrar à sociedade que o setor trabalha em busca de uma atividade focada nas melhores práticas internacionais.

Inteligência artificial é utilizada para garantir a integridade das apostas esportivas

No final de outubro, o Ministério da Fazenda do Brasil e a Associação Internacional de Integridade em Apostas (Ibia) firmaram um acordo de cooperação. O objetivo é garantir a integridade das apostas esportivas no país, num momento em que as empresas de bet se preparam para cumprir uma nova regulamentação, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2025. A partir dessa data, começam a valer as regras que obrigam essas operadoras a terem licença no país, onde passarão a recolher impostos.

A Ibia é uma organização internacional sem fins lucrativos que desde 2005 atua em parceria com órgãos esportivos, reguladores e agências de aplicação da lei, monitorando mais de US$ 300 bilhões por ano em apostas realizadas em mais de 125 marcas. Tem parcerias de compartilhamento de informações com os principais órgãos esportivos do mundo, incluindo a Fédération Internationale de Football Association (Fifa), a União das Federações Euro de Futebol (Uefa), a International Tennis Integrity Agency (Itia) e o Comitê Olímpico Internacional (COI).

É a maior entidade do gênero no planeta e vai atuar em cooperação com o governo no Brasil, um país onde, segundo estimativas, até 2028 deverão ser gerados US$ 34 bilhões em volume de apostas. O Ministério da Fazenda projeta que, com a implementação da regulamentação, a arrecadação de impostos poderá chegar a R$ 3,4 bilhões anuais.

Na avaliação de André Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), a colaboração é positiva, dado que as empresas associadas da organização, que respondem por 75% do mercado brasileiro de apostas, são também filiadas à Ibia. O IBJR trabalha em prol do jogo limpo e do entretenimento responsável, de forma a garantir a prevenção e o combate a fraudes, manipulação de resultados e lavagem de dinheiro.

A integridade do jogo é fundamental e inegociável. As maiores bets do Brasil, em linha com o que já praticam em outros países, atuam de forma ativa na identificação de possíveis fraudes para coibir esse tipo de comportamento ilegal e imoral. Defendemos e trabalhamos em prol do jogo limpo e do entretenimento saudável”, destaca o diretor-presidente, André Gelfi.

Novas regras

Principal representante de operadores do setor de apostas esportivas no Brasil, o IBJR foi criado em março de 2023 com o propósito de colaborar com a estruturação de um ambiente regulatório seguro para o consumidor, sustentável para o setor e saudável para a economia brasileira. De acordo com o diretor-presidente, o instituto busca seguir as práticas internacionais, fortalecidas pelo Ministério da Fazenda com a regulamentação que entrará em vigor em 1º de janeiro.

As novas regras exigem que o apostador seja informado, com transparência, de quanto vai ganhar caso seja premiado. As empresas passam a ser obrigadas a pagar pelo menos 85% em prêmios daquilo que for arrecadado com apostas. Além disso, só poderão atuar no país, exclusivamente utilizando o domínio “.bet.br”, as companhias que se submeterem a auditorias independentes, que geram uma certificação.

Também será implementado o reconhecimento facial, com base em uma tecnologia que tem como principal objetivo impedir que menores de idade apostem nas plataformas, o que é proibido por lei.

As empresas de auditoria também vão fiscalizar se as companhias de bets estão obedecendo à determinação de alimentar diariamente com informações o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), uma solução tecnológica desenvolvida pelo Ministério da Fazenda com o objetivo de permitir a regulação, o monitoramento e a fiscalização desse mercado. A proposta, que tem o apoio do IBJR, é identificar se há operações suspeitas e até comportamento compulsivo dos jogadores.

Como afirma Gelfi, as novas regras e o acordo com a Ibia fortalecem a integridade das atividades do setor e a aceleração para a adoção de tecnologias já consolidadas na Europa para monitoramento dos jogos, que, no Brasil, já são utilizadas pelas empresas associadas ao IBJR.

Eventuais movimentações fora do padrão, que podem configurar algum tipo de manipulação de resultado, são apontadas por meio de varreduras feitas por inteligência artificial. Uma vez identificados os casos, é possível acionar as autoridades competentes e as entidades esportivas”.

Apostas no país passam por varreduras para identificar movimentações fora do padrão

Todas as movimentações realizadas pelas empresas de bet geram dados, que podem ser monitorados com apoio da tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA). É pensando assim que as empresas associadas ao Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, que na maior parte dos casos também atuam em outros mercados de regulamentação madura, têm replicado as estratégias que já utilizam no exterior.

Nossos membros compartilham o objetivo comum de combater a corrupção nas apostas para proteger a integridade do esporte e de seus negócios. A Ibia é a principal voz global sobre integridade para a indústria de apostas licenciadas", diz André Gelfi.

De acordo com o executivo, as soluções utilizadas por essas companhias permitem identificar e impedir, por exemplo, manipulações de resultados esportivos, movimentações suspeitas ou incompatíveis com o perfil do apostador, gerando bloqueios de acesso e outras restrições.

Isso acontece, segundo a Ibia, porque as apostas diárias passam por varreduras, que identificam movimentações fora do padrão e que podem configurar algum tipo de manipulação.

Quando algum caso é detectado, há um alerta para aprofundamento das investigações e aciona mento das autoridades e entidades esportivas.

Essas ferramentas tecnológicas também são adotadas em países com regras rígidas para o setor, como a Inglaterra, a Itália e a Austrália. Foram usadas, por exemplo, para identificar atividades do jogador de futebol brasileiro Lucas Paquetá, atleta do time de futebol britânico West Ham. Ele é suspeito de ter provocado propositalmente o recebimento de cartões amarelos em quatro parti das da Premier League, a principal divisão do campeonato inglês, entre novembro de 2022 e agosto de 2023. 

As ferramentas também foram utilizadas no episódio, ainda em investigação, envolvendo o jogador do Flamengo Bruno Henrique. A mesma tecnologia está disponível no Brasil, por intermédio das associadas do IBJR.

Acreditamos que garantir a confiabilidade e a credibilidade dos dados de eventos esportivos é de suma importância. Há um benefício claro para cada parte envolvida na cadeia de fornecimento de dados em garantir que tais dados sejam um produto de altos níveis de precisão e transparência”, diz Gelfi.

Folha: Bets legais já adotam medidas a favor do jogo responsável

A Folha produziu um conteúdo tratando da a adoção de tecnologia de ponta, inclusive inteligência artificial, para identificar jogadores problemáticos e possíveis tentativas de fraudes durante a jornada dos apostadores para salvaguardar tanto eles quanto os clubes, entidades esportivas e casas de apostas.

 

 

"A prática do jogo responsável é uma forma de promover o entretenimento de maneira saudável, com apostas feitas com consciência, assegurando que o usuário respeite seus limites financeiros e emocionais", afirma André Gelfi. "Com isso, o jogo se torna não apenas uma experiência divertida, mas também transparente e confiável para todos”.

Entre as ferramentas de proteção estão o monitoramento de tempo de jogo, com pausas programadas, alertas para evitar apostas que visem recuperar perdas, a estrita proibição de apostas por menores de idade, como determina a lei, e o combate permanente à manipulação de resultados esportivos, além do incentivo ao autocontrole financeiro dos jogadores.

Reconhecimento facial

Obrigatório a partir de janeiro de 2025, o reconhecimento facial nas apostas online está em fase de integração nas plataformas das empresas associados ao IBJR. O Brasil será o primeiro país a adotar a tecnologia, já usada com sucesso pelas instituições financeiras.

Durante a autenticação do usuário com a biometria, o sistema das bets será capaz de cruzar os dados, mapeando possíveis irregularidades. Combinada com ferramentas de inteligência artificial, será possível, por exemplo, bloquear tentativas de acesso de crianças e adolescentes, além de prevenir fraudes.

Em determinados momentos do processo de aposta, a autenticidade do jogador será verificada e confrontada com os dados cadastrados. Se houver alguma inconsistência, o usuário pode ser bloqueado automaticamente.

O reconhecimento facial poderá ainda barrar operações realizadas por fraudadores que roubam ou hackeiam celulares para apostar em nome de terceiros.

Manipulação de resultados

As bets associadas ao IBJR também já utilizam inteligência artificial para identificar possíveis manipulações de resultados esportivos. A tecnologia é a mesma utilizada por países como Inglaterra, Estados Unidos e Austrália. 

A inteligência artificial faz varreduras constantes para detectar movimentações fora do padrão, que podem configurar algum tipo de manipulação. Quando os casos são identificados, autoridades e entidades esportivas são acionadas. Segundo o instituto, as movimentações financeiras são acompanhadas constantemente, e uma análise aprofundada é feita quando há suspeita. 

Regulamentação das bets passa pela realização de auditorias independentes

Ainda na campanha de esclarecimentos à sociedade, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) publicou um artigo no Valor sobre a importância de o governo ser rigoroso na concessão da autorização para as empresas atuarem no país. Para o IBJR, isso passa, por exemplo, pela adoção de auditorias independentes sobre as bets, tanto quanto à plataforma em si como pelos jogos oferecidos. 

As companhias de auditoria também vão fiscalizar se as bets estão obedecendo à determinação de alimentar com informações o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), uma solução tecnológica desenvolvida pelo Ministério da Fazenda com o objetivo de permitir a regulação, o monitoramento e a fiscalização desse mercado. 

 



A proposta é identificar se há operações suspeitas ou mesmo apontar comportamento compulsivo dos jogadores. Essas mudanças se baseiam em diretrizes internacionais relacionadas aos temas de segurança e de confiabilidade da operação, adotadas nos principais mercados. E estão em linha com a proposta do IBJR.

As certificações contribuem de forma técnica e isenta para a transparência do segmento. A regulamentação visa à segurança e à lisura das operações, valores também defendidos pelo IBJR, que contribui com soluções aplicadas em mercados com regulação já madura e criteriosa”. 

Segundo Gelfi, o IBJR, que apoiou desde o início a criação do Sigap, defende a regulamentação do setor e entende que o cumprimento das exigências legais por todas as empresas é o caminho mais eficiente e necessário para enfrentar os desafios em discussão na sociedade.

Procedimentos de fiscalização são semelhantes aos realizados por empresas listadas em Bolsas de Valores

O trabalho de averiguação leva em consideração dois aspectos: funcional e segurança. No primeiro caso, a certificadora atua para atestar se todas as funções oferecidas nas plataformas de fato são reais, transparentes e operantes. 

Uma série de testes é aplicada nas plataformas para verificar se os comandos enviados pelos apostadores são de fato computados pelo jogo. Também é checado se premiações prometidas são realmente disponibilizadas. 

Países como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália possuem leis aplicadas há muitos anos e com processos muitas vezes semelhantes ao que é exigido agora no Brasil, incluindo a certificação. E a maior parte das empresas associadas ao IBJR tem atuação nesses locais. 

Em alguns casos, também possuem ações listadas em Bolsa de Valores, o que implica o respeito a regras rígidas com foco na transparência e no atendimento à legislação local. Além disso, todos os membros do IBJR fazem parte ou são associados a organismos nacionais ou internacionais de monitoramento da integridade esportiva. O que significa que têm um alto grau de maturidade na adoção de de soluções agora exigidas pelo governo brasileiro.

Fonte: Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR)