Em maio, a Flutter anunciou que o CEO do NSX Group, João Studart, lideraria seus negócios na Flutter Brazil, que agora conta com cerca de 500 funcionários. Aqui, ele fala com o iGB sobre regulamentação e localização.
Tem sido um início de vida um tanto tumultuado para o setor de jogos de azar legal no Brasil desde o lançamento do mercado regulamentado em 1º de janeiro deste ano. O GGR de jogos de azar licenciados nos primeiros seis meses de regulamentação foi de R$ 17,4 bilhões (US$ 3,2 bilhões), contribuindo com R$ 3,8 bilhões (US$ 710 milhões) em impostos para o país nesse período.
Em termos de regulamentação, o setor enfrenta novas restrições potenciais à publicidade e foi ameaçado com um programa tributário retroativo para obrigar os operadores a pagar por serviços de jogos de azar nos dez anos anteriores à regulamentação. No entanto, a medida foi retirada por políticos na semana passada.
Em entrevista ao iGB antes da votação, Studart pediu aos formuladores de políticas que evitem o excesso de regulamentação, algo que ele acredita que poderia resultar no crescimento do mercado negro. Ele destacou um estudo do Instituto Locomotiva no início deste ano, que alertou que 61% dos apostadores brasileiros fizeram pelo menos uma aposta ilegal em 2025.
“Essas descobertas mostram que a combinação de alta tributação, burocracia e proibições de publicidade pode produzir o efeito oposto ao pretendido: empurrar os consumidores para plataformas não regulamentadas que não seguem as regras de proteção ao usuário nem contribuem para a arrecadação tributária”, disse João Studart.
“É preciso cautela ao equilibrar a carga tributária, as restrições à publicidade e a atratividade geral do mercado regulamentado”.
Um momento de grandes oportunidades para as apostas no Brasil
Studart afirmou que a regulamentação atual marca um “passo fundamental” para garantir um setor de apostas licenciado seguro e responsável no Brasil.
“O progresso da regulamentação lançou as bases para um ecossistema mais equilibrado – que combina inovação com responsabilidade”, afirmou. “A Flutter Brazil vê esse novo cenário como um terreno fértil para um crescimento sustentável”.
A Flutter Brazil foi criada pela potência Flutter Entertainment no ano passado, quando concordou em adquirir uma participação de 56% na NSX, controladora da marca brasileira Betnacional. O acordo foi concluído em maio, com a Flutter anunciando que o CEO do Grupo NSX, Studart, lideraria os negócios da Flutter Brazil.
No segundo trimestre deste ano, a Flutter anunciou que sua receita no Brasil havia crescido 144%, para US$ 44 milhões.
O Brasil foi o mercado de crescimento mais rápido da Flutter no segundo trimestre, e Studart acredita que a empresa está bem-posicionada para continuar capitalizando a nova regulamentação no Brasil.
Em setembro de 2024, a empresa afirmou que a aquisição do NSX Group levou a Flutter a uma participação de mercado de 11% no Brasil, colocando-a entre as três maiores empresas de apostas.
Flutter Brazil busca posição no pódio com localização
A Flutter Brazil conta com aproximadamente 500 funcionários, focados em criar a melhor experiência possível para seus usuários, com foco em tecnologia, marketing e atendimento ao cliente.
“O mercado brasileiro está passando por uma fase de consolidação que traz grandes oportunidades para operadoras que investem com seriedade, mentalidade de consumidor em primeiro lugar e comprometimento com as melhores práticas”, acrescentou Studart.
Ele enfatizou a confiança da empresa na expertise local, observando: “A Flutter Brazil optou por manter uma equipe com espírito e expertise especificamente voltados para o mercado brasileiro. Com a Betnacional como parte de seu ecossistema de marcas, o objetivo é sustentar uma operação centrada no talento brasileiro e na percepção local”.
“Ao combinar escala global com um profundo conhecimento das especificidades locais, buscamos contribuir ativamente para o amadurecimento do setor, oferecendo experiências relevantes e seguras aos usuários, ao mesmo tempo em que reforçamos os pilares de confiança, transparência e cultura brasileira que sustentam nossas marcas”.
Fonte: iGB