SÁB 13 DE DICIEMBRE DE 2025 - 22:55hs.
Leonardo Sampaio, CEO da TQJ

Não são as bets que estão quebrando o Brasil, mas o modelo de crédito predatório do país

Em um post realista sobre as finanças do Brasil, Leonardo Sampaio, CEO da Todos Querem Jogar (TQJ), reflete acerca do endividamento da população. Ele aponta o verdadeiro culpado: o modelo de crédito predatório, com 78% das famílias endividadas por conta de juros exorbitantes, crédito rotativo a 440% ao ano, refinanciamentos etc. “O iGaming não é o vilão. A culpa não está em uma aposta de R$ 5. Se o debate é sobre responsabilidade, que seja com dados, contexto e seriedade.

O Brasil não está quebrando por causa das apostas. Está afundando há décadas em um modelo de crédito predatório e os dados mostram isso.

Cerca de 78% das famílias brasileiras estão endividadas. Isso representa 60 milhões de lares. Desses, 31% (mais de 18 milhões de lares) estão superendividados, ou seja, comprometem mais da metade da renda com dívidas que não conseguem pagar.

Esse é um fenômeno estrutural, agravado por:

- Juros reais mais altos do mundo: Selic acima de 10% desde 2022;

- Crédito rotativo a 440% ao ano;

- Parcelamento em 20x ou mais no varejo tradicional;

- Refinanciamentos, antecipações e empréstimos pré-aprovados, especialmente entre as classes C, D e E;

- Crescimento da base de desbancarizados reentrando no sistema via fintechs e PIX, sem filtro de crédito responsável.

O resultado?

- O setor financeiro lucrou R$ 147 bilhões em 2024.

- O varejo faturou R$ 4 trilhões, com R$ 800 bilhões em vendas parceladas.

- Nenhum desses setores é obrigado a aplicar políticas de proteção ao consumidor como autoexclusão, limites de gasto ou bloqueio por perfil de risco.

E o iGaming?

Apesar da visibilidade nas propagandas, a base real de apostadores ativos mensais no Brasil gira em torno de 10 a 12 milhões de pessoas, cerca de 5% da população e 8% dos lares.

É menos do que quem compra rifas, consórcios ou carnês de loja. Comparar isso com os 60 milhões de lares endividados é desproporcional.

O setor de iGaming:

- Gera R$ 15 bilhões/ano em GGR — menos de 0,5% do PIB;

- Vai arrecadar R$ 2,5 bilhões/ano em impostos diretos, com a nova regulação;

- Emprega diretamente mais de 50 mil pessoas no Brasil;

- Está 100% regulado desde janeiro/2025, com licença obrigatória do Ministério da Fazenda;

- É o único setor com exigência legal de Jogo Responsável: autoexclusão, limites, compliance, monitoramento de risco etc.

É fácil apontar o dedo para um setor novo. Mas o iGaming não é o vilão do endividamento. O problema é antigo, estrutural e está exatamente onde sempre esteve: no modelo de crédito predatório, na ausência de educação financeira e na falta histórica de proteção ao consumidor.

A culpa não está em uma aposta de R$?5. Se o debate é sobre responsabilidade, que seja com dados, contexto e seriedade.

O Grupo Silvio Santos sempre construiu confiança com o Brasil popular, que trabalha, sonha e enfrenta a vida com coragem. A TQJ - Todos Querem Jogar carrega esse legado, e sabe que responsabilidade se mede por compromisso com a realidade de quem está do outro lado da tela.

Leonardo Sampaio
CEO da TQJ