SÁB 13 DE DICIEMBRE DE 2025 - 17:04hs.
Dois PLs já estão na Casa

Lula insiste em aumentar taxação das bets e prepara projeto de lei para enviar ao Congresso

O presidente Lula decidiu dobrar a aposta com o Congresso Nacional e irá enviar, nos próximos dias, um projeto de lei que prevê a taxação de bets, fintechs e de Juros sobre Capital Próprio (JCP). A proposta retoma pontos centrais da Medida Provisória 1303, que a Casa não votou. O texto perdeu a validade sem a aprovação, impondo uma derrota para o governo. Dois PL já tramitam no Parlamento, um que eleva para 24% e outro para 25% o imposto direto sobre a atividade.

Lula insiste em aumentar taxação das bets e prepara projeto de lei para enviar ao Congresso

Foto: AP

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Já o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, quer votar nas próximas semanas um projeto de lei, que determina um corte linear de 10% em todas as isenções fiscais como forma de buscar algum equilíbrio nas contas públicas, objetivo da Medida Provisória que caducou.

A Câmara tem consciência do seu papel na construção de uma agenda fiscal responsável. Estamos falando de bilhões de reais que podem ser revertidos em políticas públicas, saúde, educação e infraestrutura. O parlamento não pode ignorar esse debate. O Brasil precisa de um orçamento com menos remendos e mais previsibilidade. A revisão das renúncias fiscais caminha nessa direção”, disse Hugo Motta à GloboNews.

De autoria do líder do governo, deputado José Guimarães, a medida deve aumentar a receita do Executivo em cerca de R$ 20 bilhões em 2026. O projeto está em análise na Comissão de Finanças e Tributação. Os deputados querem aprovar a proposta na próxima semana e liberar a análise no Plenário. O governo concorda com a aprovação do texto, mas insiste que a Casa também aprove a taxação de bets e fintechs.

Dois projetos de lei já tramitam na Câmara dos Deputados, um que eleva a tributação das bets dos atuais 12% para 24% e outro que propõe o aumento para 25%. No último dia 22, a Comissão de Finanças e Tributação aprovou requerimento de urgência para o PL apresentado pelo deputado Lindbergh Farias que dobra a alíquota atual. Com isso, o projeto será levado ao Plenário, sem passar por outras comissões da Casa.

Ao projeto de Lindbergh deverá ser apensado outro, do deputado Pauderney Avelino, que propõe o aumento para 25%. Em sua justificativa o parlamentar diz que as alíquotas aplicadas em jurisdições reguladas variam entre 20% e 30%. Ele não levou em consideração a carga de impostos incidente para qualquer atividade econômica no Brasil, inclusive o setor de iGaming, que já paga 40% de impostos.

Na avaliação do Palácio do Planalto e do Ministério da Fazenda, ainda que a taxação não seja aprovada, o governo deve insistir no tema porque acredita que a proposta traz justiça tributária. Caso o projeto não avance, o diagnóstico dos governistas é que o ônus ficará com o Legislativo.

Fonte: GMB / g1