JUE 11 DE DICIEMBRE DE 2025 - 06:16hs.
Ministro da Justiça

Ricardo Lewandowski defende fundo financiado pelas bets para enfrentar o crime organizado

Em depoimento à CPI do Crime Organizado no Senado, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que facções deixaram de atuar apenas na ilegalidade e já se infiltram em setores como combustíveis, coleta de lixo, construção civil, serviços digitais e até no ambiente político. O ministro elogiou a proposta de criação de um fundo de combate ao crime organizado com recursos de uma nova taxação sobre as bets, apresentada no relatório do senador Alessandro Vieira.

Ricardo Lewandowski defende fundo financiado pelas bets para enfrentar o crime organizado

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O crime organizado é um “fenômeno novo” que saiu do mundo físico para o digital, das cidades para o mundo e da clandestinidade para as estruturas do poder e da economia. A avaliação é do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que compareceu à CPI do Crime Organizado nesta terça-feira (9).

O ministro afirmou que o principal obstáculo às ações federais é a falta de dinheiro. Ele também defendeu que o Congresso aprove a PEC da Segurança Pública (Proposta de Emenda à Constituição 18/2025), para integrar todas as polícias e forças de segurança brasileiras. Assim, o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) deverá obrigar o compartilhamento de informações e operará de forma “semelhante ao SUS”.

O Fundo Nacional da Segurança Pública (FNSP) teve R$ 500 milhões a mais no Orçamento de 2025, com relação aos R$ 2 bilhões em 2022. O aumento “não é nada”, segundo Lewandowski.

O ministro considerou que o contingenciamento de R$ 400 milhões no FNSP neste ano deixou o fundo “de mãos amarradas”. A PEC 18/2025 tornará as verbas perenes e não contingenciáveis, segundo Lewandowski. Os recursos do FNSP são destinados aos estados e municípios para ações de segurança pública, no âmbito de programas definidos pela União.

Lewandowski elogiou a proposta de Alessandro Vieira, relator da matéria, de criar uma “nova aba” no FNSP para combater exclusivamente o crime organizado, alimentada por um tributo a ser criado sobre as empresas de apostas online. É o que prevê o substitutivo (versão alternativa) do senador ao Projeto de Lei (PL) 5.582/2025, que institui o marco legal do enfrentamento a facções e outras formas de crime organizado. 

Para Lewandowski, a medida trará dificuldades por envolver mudanças em diversas leis, mas poderá resultar em uma “sistemática de financiamento da segurança pública completamente inovadora”.

Fonte: Agência Senado