Uma das mais significativas participações foi no debate internacional sobre o futuro do setor betting no “Payments, Fraud & Compliance Gaming Leaders’ Summit (GLS)”, realizado em novembro, em Miami. O encontro, fechado e voltado exclusivamente à alta liderança da indústria global, reuniu executivos, reguladores e especialistas para discutir tendências, desafios e a transição para mercados cada vez mais regulados.
Com a regulamentação do setor entrando em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2025, o país recebeu um painel dedicado, no qual o CEO da Galerabet, Marcos Sabiá, apresentou um panorama detalhado sobre pagamentos, prevenção à fraude e governança no novo ambiente regulado.
“Estamos entrando em um mercado totalmente baseado em pagamentos instantâneos. O Pix representa 97% de todas as transações e seguirá como protagonista, mas com expectativas muito mais rígidas de segurança e eficiência”, disse Sabiá.
Ele também destacou que, apenas no primeiro semestre de 2025, o setor movimentou 3 bilhões de dólares em GGR (Gross Gaming Revenue) e 87 bilhões de dólares em volume total de depósitos e saques.
Segundo o executivo, o desafio central não está no custo, mas no desempenho: “Fala-se muito em centavos por transação, mas o verdadeiro problema está na falha. Uma operação que trava ou cai derruba engajamento e a confiança. O mercado exige instantaneidade real, uptime perto do absoluto e zero fricção”, pontuou.
Sabiá também apresentou tendências que começam a ganhar corpo no Brasil, como o uso de Pix automatizado para engajamento contínuo, biometria integrada para validação de identidade e orquestração inteligente de pagamentos para otimizar liquidez.
“Estamos entrando em uma fase em que pagamento deixa de ser apenas transação e passa a ser tecnologia. Tudo precisa ser previsível, auditável e escalável”, ressaltou.
O tema “fraude” também ganhou espaço no painel, ao considerar fraudes financeiras, como ataques via Pix e abuso de bônus; e fraudes esportivas, como arbitragem ilegal e manipulação de resultados.
“A regulamentação exige um ecossistema único, que conecte operadores, PSPs, provedores de KYC, órgãos públicos e entidades esportivas. Se não houver integração, não haverá controle”, acrescentou Sabiá.
O executivo também falou sobre a expansão de novas tecnologias para além do Pix. Entre elas, soluções em Open Finance, depósitos tokenizados e motores de compliance em tempo real incorporados ao fluxo de pagamento. “O Brasil tem o mercado de pagamentos mais avançado do mundo. A indústria regulada vai exigir que todos acompanhem esse ritmo, e isso significa tecnologia aplicada de ponta a ponta”.
Fonte: GMB