Games Magazine Brasil - A Oddsgate se destaca no mercado global com soluções de ponta. Como a empresa conseguiu consolidar essa liderança e expandir sua presença em novos mercados regulamentados?
Lusia Barseghyan - A Oddsgate não se trata apenas de entregar uma plataforma, mas de ser uma parceira estratégica. Isso tem sido essencial para nossa identidade desde o início. Tudo o que criamos é moldado pelo que as operadoras realmente precisam no local, nos mercados em que estão trabalhando, com todos os desafios que isso traz.
Na Oddsgate, abordamos a tecnologia com uma pergunta muito simples: o que nossos parceiros realmente precisam agora? Não estamos buscando inovação por si só, estamos resolvendo os desafios diários que as operadoras enfrentam no mundo real. Seja lidando com provedores de pagamento locais, acompanhando as mudanças regulatórias ou apenas garantindo que as equipes possam trabalhar com mais eficiência, tudo o que construímos tem que fazer uma diferença prática.
A capacidade da Oddsgate de entrar com sucesso em novos mercados regulamentados decorre de uma mistura deliberada de maturidade operacional, agilidade estratégica e um profundo respeito pela complexidade local – apoiada pela experiência prática de uma equipe que passou anos construindo e escalando neste setor.
Nossos principais executivos lideraram operações em diversos mercados, navegaram por estruturas regulatórias em evolução e construíram produtos que atendem às demandas do mundo real. Essa expertise coletiva molda cada entrada no mercado, garantindo que não estamos apenas atendendo aos requisitos, mas os antecipando, alinhando-nos com as realidades locais e executando com confiança e conhecimento complexo desde o primeiro dia.
O mercado de iGaming é muito dinâmico e tem características específicas em cada país. Isso é um desafio adicional para a Oddsgate? Como a Oddsgate pode se adaptar a cada um deles?
Como você bem apontou, cada jurisdição vem com suas próprias complexidades regulatórias, desde estruturas regulatórias e modelos de licenciamento até comportamento do jogador, infraestrutura de pagamento e expectativas culturais. Esse nível de complexidade não é apenas um desafio – é uma parte essencial da realidade em que operamos.
Não acreditamos em replicar um modelo fixo em todas as regiões. Em vez disso, dedicamos um tempo para entender as especificidades de cada mercado – seja isso envolvendo a integração de provedores de pagamento locais, a adaptação a requisitos regulatórios ou o refinamento de recursos de produtos e jornadas de usuários para se alinhar às expectativas culturais e comerciais.
A regulamentação não deve ser vista como algo que desacelera as operações normais. Ela dá à indústria a estrutura necessária para crescer de forma mais segura, transparente e estável. Esta não é a primeira vez que passo pela transição para um mercado regulamentado – e, para ser honesta, é algo em que vejo valor real. Ela eleva o nível para todos e cria um ecossistema mais saudável e sustentável – para operadores, provedores e, o mais importante, para as pessoas que confiam em nós com sua experiência.
Além de atender às necessidades dos operadores, como a Oddsgate avalia as expectativas dos usuários finais, os apostadores, para oferecer uma solução que agregue valor aos produtos da Oddsgate?
Não há uma resposta única – lidamos com isso parte por parte. Embora nosso trabalho diário seja focado em dar suporte aos operadores, nunca esquecemos que é o usuário final – o jogador – que, em última análise, interage com o produto. Trabalhamos em estreita colaboração com os operadores para entender o comportamento do jogador em seus mercados específicos – a que os usuários respondem, onde ocorre o atrito, o que impulsiona a retenção.
Esse tipo de insight molda diretamente como pensamos sobre coisas como fluxos de integração, tempo de promoção e como as ofertas são apresentadas, orientamos nossos clientes por esse processo do início ao fim. Nas operações, trabalhamos diariamente com big data — e não se trata apenas de métricas. Ele nos diz muito sobre como nossos parceiros estão realmente usando a plataforma, quais funcionalidades têm melhor desempenho do que as outras, quais precisam ser melhoradas.
Não se trata apenas de recursos – trata-se de saber exatamente quais são as demandas do produto e do processo agora, porque isso afeta diretamente como avançamos. Se você entregar um recurso muito tarde, ele perde o momento. Se você o lança muito cedo, ele não está pronto para entregar valor real. O tempo não é apenas importante – é crítico para saber se algo funciona ou não.
Nosso departamento de marketing usa metodologia avançada baseada em dados em todo o negócio, particularmente no alinhamento de nossos resultados operacionais com as expectativas do cliente. Ao alavancar análises de desempenho, dados de segmentação de mercado e insights comportamentais, temos uma segmentação mais precisa e melhor ajuste produto-mercado.
Adaptamos cada serviço que fornecemos para corresponder à estrutura interna, às metas e ao ritmo de crescimento de cada parceiro. Cada equipe da Oddsgate, do Cassino ao Atendimento ao Cliente, trabalha diariamente com as equipes internas de nossos parceiros, mantendo canais de comunicação ativos, ajustando fluxos de trabalho e garantindo alinhamento operacional completo entre o desempenho da plataforma e os objetivos de negócios.
Novos mercados regulamentados surgiram no início deste ano, como Brasil e Peru. Como a Oddsgate se preparou para eles?
Esta não é a primeira vez que navegamos na transição para mercados regulamentados. Os fundadores e a equipe executiva da Oddsgate vêm com experiência profunda e prática em todas as camadas da indústria de jogos. Passamos anos trabalhando tanto no lado do operador quanto da plataforma, lançando marcas, dimensionando operações e lidando diretamente com complexidades regulatórias.
Essa experiência nos deu uma compreensão clara do que é necessário para construir um negócio de iGaming bem-sucedido, não na teoria, mas na prática. É essa experiência que moldou a base da Oddsgate e a maneira como abordamos cada parceria e decisão de produto.
A mudança para a regulamentação não afeta apenas os operadores locais. Ela impacta todas as camadas do ecossistema, plataforma, provedores de jogos, PSPs e outras partes.
Da minha perspectiva como COO na Oddsgate, o primeiro trimestre do ano foi muito intenso – e transformador. Operadores, fornecedores e reguladores agiram de forma rápida e decisiva. Vamos colocar desta forma, tivemos muitas noites sem dormir. A mudança para um mercado regulamentado não é algo que acontece com algumas reuniões ou uma solução rápida. É preciso uma mudança completa na forma como uma empresa pensa e opera.
Na Oddsgate, sempre soubemos que entrar em um mercado como o Brasil não era apenas fazer algumas mudanças de produto ou marcar caixas de conformidade. Significava retrabalhar a maneira como construímos, testamos e implementamos nossa plataforma — de cima a baixo. E não é apenas a tecnologia – todos os componentes, desde a reestruturação do produto até os fluxos internos e a otimização da entrega, estão envolvidos. Nunca nos vimos apenas como um provedor de tecnologia.
Embora a plataforma seja uma parte fundamental do que entregamos, a verdadeira força está em como trabalhamos ao lado de nossos parceiros, oferecendo orientação estratégica, insights operacionais e suporte de longo prazo que vai muito além do software.
Como a Oddsgate pode garantir a evolução constante de seus produtos em novos mercados, já que a dinâmica de novas operações regulamentadas está sujeita a ajustes, algo muito comum em jurisdições que estão começando a implementar uma regulamentação consistente?
Em mercados emergentes e de ritmo acelerado, a mudança não é a exceção, é a regra. Um dos principais valores do Manifesto Ágil – "responder à mudança em vez de seguir um plano", – orienta como entregamos. Evitamos intencionalmente arquiteturas rígidas que não conseguem acompanhar as mudanças. Nossas equipes trabalham em sprints curtos e focados, com refinamento contínuo do backlog com base no feedback em tempo real de usuários e partes interessadas.
O produto e as operações permanecem firmemente alinhados por meio de reuniões regulares e planejamento multifuncional, para que possamos adaptar as prioridades rapidamente sem perder o ritmo.
Essa forma de trabalhar nos ajuda a permanecer responsivos quando as condições mudam – o que, na maioria dos nossos mercados, é mais a regra do que a exceção. Resiliência, curiosidade e uma mentalidade de pessoas em primeiro lugar não são apenas palavras da moda aqui – elas fazem parte de como nos apresentamos todos os dias.
A maneira como colaboramos, permanecemos abertos e realmente nos importamos com nosso trabalho – e uns com os outros – é o que define o tom. Não é apenas cultura no papel, é algo que vivemos. E isso faz toda a diferença.
Fonte: Exclusivo GMB
