JUE 17 DE JULIO DE 2025 - 05:53hs.
Bruno Almeida, Regional Manager Brazil

Reajuste do GGR no Brasil: Isso não é regulação… é sabotagem institucional contra o mercado legal

O aumento da carga tributária sobre o mercado de apostas no Brasil pode favorecer apenas os operadores ilegais, alerta Bruno Almeida, Regional Manager Brazil da Atlaslive. Elevar o GGR de 12% para 18%, somando até 56,25%, é uma forma de “sabotagem institucional” contra quem opera legalmente, segundo ele. Além da alta taxação, o setor ainda enfrenta insegurança jurídica, falta de incentivos e novas restrições à publicidade. O resultado será a fuga de empresas sérias e altas no setor clandestino.

O anúncio do governo brasileiro de aumentar a taxação sobre o GGR de 12% para 18%  elevando a carga total para até 56,25% deveria ser motivo de comemoração apenas para os operadores ilegais. Para quem atua dentro da lei, segue as regras e investe no país, esse movimento representa um ataque direto à sustentabilidade do setor.

Estamos falando de um mercado que, mesmo após a regulamentação, já enfrentava entraves pesados: licenciamento complexo, insegurança jurídica, ausência de incentivos e, agora, uma tributação asfixiante.

A consequência mais lógica e imediata? 

Desinvestimento.

Fuga de operadores sérios.

Jogadores migrando para sites ilegais.

E o mais grave: tudo isso em plena luz do dia.

O mercado legal é punido, enquanto o ilegal prospera

Enquanto os operadores regulados têm que cumprir exigências rigorosas como: KYC, certificações, auditorias, pagamento de impostos e geração de empregos com todos os encargos tributários envolvidos, os ilegais seguem operando livremente no Brasil, sem qualquer tipo de controle.

Esses sites não seguem regras, não têm responsabilidade com o consumidor e, pior, não arrecadam um centavo em impostos para o país. São o verdadeiro “mercado cinza”, mas que no Brasil já virou preto de tanto crescer.

E o que o governo faz?

Ataca quem tá na legalidade. E ignora quem opera à margem.

A publicidade também entrou na mira

Como se não bastasse a taxação, o Senado aprovou recentemente restrições severas à publicidade das casas de apostas (PL 3.405/2023) dificultando ainda mais a vida de quem tenta operar de forma ética e transparente.

Agora, comunicadores, atletas e influenciadores poderão ser proibidos de associar sua imagem a operadores, mesmo quando licenciados.

Enquanto isso, basta assistir uma live no Instagram ou navegar cinco minutos no YouTube para ver influencers promovendo bets ilegais sem qualquer punição.

A quem isso interessa?

Fica difícil não concluir que o Brasil está, na prática, expulsando os operadores regulamentados e abrindo as portas para o mercado clandestino.

A conta não fecha. E o prejuízo vai além do setor: menos empregos, menos arrecadação, mais risco ao jogador, e um país cada vez mais hostil a empresas que querem trabalhar dentro da lei.

É hora de parar de punir quem faz o certo.

O Brasil precisa decidir: quer um mercado profissional, confiável e regulado ou vai continuar fingindo que regula enquanto fortalece o jogo ilegal?

Bruno Almeida
Regional Manager Brazil