Desde o início do mês, qualquer promoção de jogos de azar — incluindo apostas esportivas, cassinos online, loterias, pôquer e games com prêmios em dinheiro — precisa ser submetida à seção “Permissões e verificações” no Meta Business Suite.
Os anunciantes devem apresentar:
-Licenças válidas emitidas por órgãos oficiais;
-Identificação clara do papel (operador, afiliado, agente, agregador);
-Nome legal da empresa, capturas de tela do site ou app;
-Listagem das contas de anúncio envolvidas;
-Documentação deve estar em inglês, com conteúdo claramente vinculado a jogos de azar.
As aprovações, limitadas a contas específicas, são analisadas manualmente pela equipe da Meta, com possibilidade de exigência de documentos adicionais após a liberação inicial.
Influenciadores agora entram na mira
A nova política dedica atenção especial aos influenciadores. Se um operador mencionar um criador de conteúdo, sem que este poste diretamente, não é necessário registro adicional.
Por outro lado, se o influenciador publicar o anúncio, ele deve se registrar como afiliado, obter aprovação da Meta e enviar contrato assinado que comprove a parceria comercial. Essa medida busca formalizar e dar maior transparência às campanhas de afiliados nas redes da Meta.
Proibição de segmentação e restrição a menores
A política passa a proibir rigorosamente a segmentação de pessoas menores de 18 anos em qualquer anúncio de jogos de azar, mesmo em versões gratuitas ou “cassinos sociais”.
Essa regra segue as melhores práticas globais de publicidade responsável e reforça o compromisso da Meta com a proteção dos públicos vulneráveis.
Transparência e críticas
A atualização foi elogiada por trazer transparência e exigência regulatória ao setor, alinhando a plataforma com padrões internacionais de comunicação responsável. A medida segue movimento semelhante de outras plataformas, como o Google Ads, que já aplicavam restrições locais e certificações para publicidade de jogos de azar.
Por outro lado, organizações de defesa digital, como o Open Rights Group (ORG), criticam a abordagem da Meta por ser paradoxal: anúncios de conscientização sobre riscos do jogo são tratados com mais rigidez — similares a conteúdos políticos — do que anúncios comerciais de apostas propriamente ditos. O ORG aponta que, dessa forma, alertar sobre vício e danos é mais difícil do que promover jogos.
O relatório “Profiling by Proxy: How Meta’s Data-Driven Ads Fuel Discrimination” indica que a plataforma classifica campanhas preventivas como “political advocacy”, sujeitando-as a exigências adicionais, enquanto anúncios de casas de apostas comerciais seguem com menor controle.
As novas normas valem globalmente, exceto em países onde a publicidade de jogos de azar já é proibida por completo. Na prática, a Meta agora lista apenas os países onde esse tipo de anúncio não pode ser veiculado.
A lista de jurisdições vetadas inclui mercados asiáticos como Tailândia, Indonésia e Vietnã, além de países do Oriente Médio como Arábia Saudita, e da Ásia Central como o Quirguistão.
Em mercados regulados, a exigência por licenças e compliance reforça a segurança e integridade dos anúncios relacionados a jogos de azar digitais.
-A Meta busca garantir que apenas operadores licenciados e responsáveis promovam jogos de azar nas plataformas.
-A formalização obrigatória de contratos entre afiliados e operadores tende a elevar a transparência das campanhas.
-A proibição de segmentação a menores fortalece práticas de publicidade responsável.
Entretanto, críticas persistem sobre a maior facilidade de promover apostas versus dificultar campanhas informativas.
Essas atualizações marcam uma nova etapa na regulação digital de publicidade de jogos de azar, com grande impacto para operadores, afiliados e influenciadores que desejam anunciar no Facebook e Instagram. A expectativa é que, com o tempo, os anúncios sejam mais confiáveis, transparentes e seguros para todos os usuários.
Fonte: GMB