VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 07:05hs.
Seth Waterworth, gerente sênior de contas da Push Gaming

“Mercados menores da América Latina devem usar o Brasil como um estudo de caso”

Com o Brasil sendo um player-chave no iGaming na LatAm e o nome na boca de todos nos últimos anos, a atenção se volta para sua estrutura regulatória e dinâmica de mercado. Mas até onde sua influência pode se estender? O que pode ser aprendido com a nova jurisdição e aplicado em outros lugares? O iGaming Expert conversou com Seth Waterworth, gerente sênior de contas da Push Gaming, como parte de uma mesa redonda para descobrir o que o futuro reserva para a região.

iGaming Expert - O mercado de iGaming do Brasil finalmente foi lançado em janeiro, após muita expectativa. Quais são os principais elementos positivos dessa estrutura regulatória e como eles se comparam aos modelos existentes em mercados latino-americanos mais maduros?
Seth Waterworth -
O principal benefício, como em todos os mercados regulamentados, é um ambiente claro e estruturado para operadoras e provedores. Do ponto de vista do provedor, isso possibilitou o acesso à maior economia da América Latina com segurança jurídica sobre seu conteúdo. Isso aumenta a credibilidade do setor de iGaming no Brasil e proporciona ao Governo a oportunidade de desenvolver ainda mais sua economia, beneficiando, em última análise, os indivíduos no país. Também ajudou a promover o iGaming de uma maneira muito mais segura e responsável.

Em relação a outros modelos regulatórios existentes na América Latina, o Brasil é mais ambicioso, buscando equilibrar a proteção do consumidor com o rápido crescimento do mercado da forma mais rápida e eficiente possível. A Colômbia era líder de mercado em termos de regulamentação, e há semelhanças entre os dois, mas está liderando o caminho na regulamentação de todo o mercado.

Com o Brasil agora aberto para negócios e próspero, qual será o impacto disso nos investimentos e na atividade das operadoras nos países latino-americanos vizinhos? Veremos um efeito dominó ou cada mercado continuará a evoluir em seu próprio ritmo?
Já existem marcos regulatórios em vigor em países vizinhos, como Peru e Chile. O Brasil certamente acelerou esse processo e imagino que mais países seguirão o exemplo nos próximos anos, em breve. A regulamentação brasileira incentivará o investimento em infraestrutura, e isso certamente se espalhará para os países vizinhos por meio de parcerias regionais e terceirização de tecnologia.

Algumas grandes operadoras já estão entrando nesses mercados, o que provavelmente incentivará outras regiões a agirem rapidamente para evitar ficarem de fora. O reconhecimento da marca se tornará um fator significativo nesses mercados, e as oportunidades de investimento impulsionarão mudanças regulatórias.

O tamanho e a influência econômica do Brasil o tornam uma potência regional. Como mercados latino-americanos menores podem aproveitar o sucesso regulatório do Brasil para desenvolver suas próprias estruturas e atrair operadoras internacionais de iGaming?
Os mercados latino-americanos menores devem usar o Brasil como um estudo de caso prático e observar como ele evolui e se adapta nos próximos 12 a 24 meses. Ao fazer isso, eles podem usar esses insights para construir um ecossistema de iGaming sustentável, seguro e benéfico para seu mercado. Utilizando tributação, requisitos de presença local e critérios de elegibilidade para beneficiar o investimento e o jogo seguro.

Quais são os maiores desafios e oportunidades que o novo cenário regulatório brasileiro apresenta para as operadoras de iGaming e como esses fatores podem influenciar as estratégias das empresas que buscam expandir para a região da América Latina?
A oportunidade significativa no novo mercado é construir fidelidade à marca e atrair jogadores. Os provedores podem definir o tom quando se trata da experiência do usuário, e ofertas localizadas atrairão seguidores e estabelecerão confiança. Há também a oportunidade de formar parcerias sólidas com equipes esportivas locais, grupos de mídia e influenciadores. Isso pode se desenvolver ainda mais à medida que a economia continua a crescer nos próximos anos. Com altas taxas de licenciamento e implicações fiscais, isso também impõe limitações sobre quem pode entrar no mercado, permitindo que empresas já ativas cresçam mais rapidamente.

Como a regulamentação é relativamente nova no Brasil, ela ainda está em evolução, e as operadoras de iGaming precisam estar constantemente vigilantes para se manterem em conformidade. Há também restrições muito mais rígidas em publicidade e marketing, especificando quem, onde e quando você pode compartilhar suas mensagens. É aqui que as parcerias com empresas locais desempenham um papel significativo na amplificação da marca de um cassino.

Fonte: Push Gaming