O projeto busca modificar aspectos do Decreto da Dignidade de 2018, que atualmente proíbe patrocínios de empresas de apostas em organizações esportivas italianas. Após seis anos em vigor, a lei é amplamente vista como um fracasso, sendo responsabilizada por privar o esporte italiano — especialmente a Série A — de até € 150 milhões anuais em receitas perdidas.
A proposta, apoiada pelo Conselho de Ministros e que visa reformar a indústria esportiva do país antes dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina, programados para fevereiro de 2026, faz parte de um plano nacional para atrair investimentos no setor e resolver problemas estruturais de longa data.
“Este decreto tem um forte impacto econômico”, disse o ministro do Esporte, Andrea Abodi, a repórteres, enfatizando a necessidade de equilibrar a sustentabilidade financeira com a responsabilidade social. “Ele deve gerar investimentos de longo prazo, ao mesmo tempo em que aborda vulnerabilidades profundamente enraizadas em nosso sistema”.
Abodi confirmou que as negociações formais começarão no outono com clubes de futebol, emissoras e federações esportivas. Espera-se que o governo proponha um novo modelo de patrocínio com condições rigorosas e uma taxa de 1% sobre as receitas de patrocínio de jogos de azar para financiar o desenvolvimento de estádios e programas de Jogo Responsável.
Embora os patrocínios tenham apoio político, as propostas para flexibilizar as restrições a anúncios de jogos de azar na TV e em plataformas digitais provavelmente encontrarão resistência de grupos de saúde pública. Uma proposta legislativa completa é esperada para setembro, juntamente com novas regras de licenciamento para o mercado de apostas online da Itália.
Desde que a proibição de anúncios entrou em vigor em 2019, algumas marcas de casas de apostas encontraram maneiras criativas de manter a visibilidade por meio de parcerias de infoentretenimento e ativações de mídia.
Abodi insiste que qualquer reforma será rigorosamente regulamentada: “Há grande preocupação sobre como conter eficazmente o flagelo social do vício em jogos de azar. Mas estou convencido de que podemos encontrar uma solução que alinhe a realidade econômica com a responsabilidade social”.
Fonte: GMB
