VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 05:49hs.
Almir Ribeiro, CEO

“BetMGM está no Brasil para servir o cliente e oferecer a melhor experiência de marca do setor”

A BetMGM iniciou suas operações no Brasil ao lado do Grupo Globo, maior conglomerado de mídia da LatAm, unindo duas expertises que se completam e que têm sido responsáveis pelo sucesso do negócio. Em exclusiva ao GMB, o CEO Almir Ribeiro opina sobre os desafios do setor, como restrição à publicidade e aumento de impostos, mas declara: “Há um leão e não é o da MGM. É o cliente. Tudo o que fazemos só tem sentido se ele sentir que atendemos seus anseios”.

 

Games Magazine Brasil - A BetMGM chegou ao Brasil com uma joint venture com o Grupo Globo, um dos mais importantes do país. Como tem sido essa parceria para ambas as partes e qual é a contribuição de cada uma delas neste projeto?
Almir Ribeiro
- A BetMGM é fruto de uma joint venture entre a MGM Resorts de Las Vegas, que detém participação majoritária e o Grupo Globo. Ela está indo muito bem. A MGM traz uma expertise de décadas no mundo do entretenimento na estrutura. E o Grupo Globo traz a capacidade de conhecer o brasileiro, de ser o maior grupo de mídia do nosso país, com a possibilidade de realmente colocar na mesa elementos que façam sentido na jornada do cliente brasileiro. Então, é uma união de forças que agrega muito valor para quem é mais importante, o cliente final, o brasileiro.

Qual o segredo para esse sucesso que já vem sendo visto a olhos claros?
Sendo completamente transparente contigo, acho que no final das contas é o cliente, é a jornada dele, é você conseguir entender qual é o comportamento, o que ele realmente gosta. Ou seja, colocando na jornada de entretenimento online dele um conteúdo que faça sentido, com a pertinência correta, no momento correto E conseguir ter um atendimento que seja rápido, eficaz, que passe para o nosso cliente uma sensação de que ele é o centro de tudo, porque no final das contas ele é.

Então, tudo que diz respeito à tecnologia, pois o negócio é muito complexo. Temos estrutura, tecnologia, muitas camadas que temos de coordenar, mas no final das contas isso só vai fazer sentido se o cliente sentir que o que propomos faz sentido para ele.

Acho que essa combinação de forças tem esse objetivo final. Se conseguirmos entregar isso, estaremos bem. Caso contrário, não. Isso vale para BetMGM como para qualquer outro. No final das contas, tem sido uma jornada muito agradável, onde o cliente está em primeiro lugar e muito aprendizado também com todos os insights e com tudo que é feito. Até agora temos muito a comemorar, mas é um aprendizado constante. O mercado é muito dinâmico e aprendemos a cada dia.

Quem são os parceiros tecnológicos, tanto de plataforma quanto de conteúdo da betMGM.bet.br? O que vocês estão utilizando no Brasil para melhorar essa experiência do usuário?
A BetMGM utiliza tecnologias proprietárias. Ela possui uma plataforma própria e, além disso, é um grupo muito estruturado. Hoje é normal no mercado você ver que existem plataformas e provedores de conteúdo que acabam oferecendo o mesmo tipo de conteúdo para vários operadores. Dentro do nosso grupo, também temos estúdios próprios de criação de jogos específicos. Então, conseguimos dentro do grupo, além de oferecer a gama de provedores que o mercado oferece, também construir produtos próprios, específicos.

Temos no grupo um estúdio chamado Push Gaming, que consegue construir jogos que sejam personalizados para nossa audiência, para nosso público. Além disso, o grupo MGM adquiriu no ano passado uma plataforma própria de esportes. Compramos o IP da Atipico e em breve no mercado brasileiro estaremos chegando com uma nova plataforma proprietária de esportes.

Também temos hoje como diferencial o maior jackpot do mercado brasileiro com uma estrutura proprietária única que entendo que faz muito sentido para nosso público, que é ávido por esse tipo de experiência. São vários elementos que do ponto de vista de tecnologia agregam à experiência da jornada de entretenimento online do cliente brasileiro.

Sem contar toda a expertise do grupo MGM, que é um grande player mundial no setor de jogos!
Exatamente. O grupo MGM tem décadas de experiência e um lugar de protagonismo na capital mundial do entretenimento que é Las Vegas. E conseguimos derivar para nosso mercado muitos desses insights e aprendizados adquiridos ao longo de décadas nesse setor.

Qual é o papel da inteligência artificial na análise de dados das operações da BetMGM no Brasil?
Tudo que diz respeito à inteligência artificial é fascinante e é só o começo. Acho que quem disser que já está dominando e usando tudo ainda não é verdade. Tem muito a ser feito e implementado em relação a isso. Hoje procuramos utilizar a inteligência artificial de algumas formas.

A principal delas acredito que tem a ver com a capacidade de antever e oferecer uma jornada personalizada ao cliente. Ou seja, consigo entender seu comportamento e oferecer uma experiência, uma jornada, que tenha mais conexão com seu comportamento. Isso é algo que já fazemos na nossa plataforma.

Também conseguimos utilizar a inteligência artificial no nosso algoritmo para proteger o cliente, detectando comportamentos compulsivos e orientando-o para uma jornada de Jogo Responsável mais adequada a padrões saudáveis.

São muitas aplicações. Usamos muito para risco também. Enfim, os usos são variados, mas de novo ainda estamos no começo, tem muito a ser feito ainda.

Ou seja, a inteligência artificial vem sendo utilizada não só para experiência do usuário, mas também para atender às regulamentações que determinam isso como a questão do Jogo Responsável, atendimento e suporte ao cliente com risco de vício?
Exato.

Como estão os planos de vocês para patrocinar clubes ou campeonatos? Vemos que os grandes players hoje no Brasil estão com suas marcas nos estádios, uniformes e tudo o mais.
Posso fazer um comentário anterior em relação à jornada de Jogo Responsável, que acho muito relevante e caro para nosso público, que é importante colocar aqui? A MGM começou a operar no início deste ano, quando tivemos a regulamentação estabelecida. O grupo MGM só opera em mercado regulado. Não estávamos aqui com o mercado ainda na fase pré-regulamentação.

É importante colocar isso porque a jornada de Jogo Responsável na nossa plataforma faz parte do DNA dela, nunca existiu sem isso embarcado. O Jogo Responsável é parte intrínseca da nossa plataforma e da nossa experiência. Ela nasceu desse jeito. Não precisou ser adaptada, porque todas as ferramentas de Jogo Responsável já estavam embarcadas na nossa plataforma desde o início.

Respondendo à sua pergunta, não temos ainda um patrocínio de clube de futebol, que é algo que realmente faz parte da jornada de vários outros operadores aqui. Posso dizer que estamos atentos ao mercado e às oportunidades no segmento esportivo brasileiro, mas por hora, não há previsão de investimento nesse setor no momento, mas as coisas mudam.

Temos visto um forte trabalho de divulgação especialmente na TV Globo, o que já reforça muito o posicionamento de marca da BetMGM. Esse é o caminho no momento?
Exatamente. É onde estamos realmente potencializando o conhecimento inicial a respeito da marca. Sem dúvida.

Como você avalia o atual momento do nosso modelo regulatório no Brasil? Quais são os desafios que isso apresenta para a BetMGM no país?
Acredito que todo o setor celebra e aplaude a regulamentação que foi feita. Ela não é perfeita na minha visão. Existem elementos que podem ser melhorados e implementados com o tempo. Acredito muito na relação entre os operadores e o regulador para que possamos evoluir a regulamentação.

Existe um desafio principal hoje no mercado, que é o combate ao jogo e aos operadores ilegais. Isso é uma praga e um grande desafio. Acho que o regulador deve ser cumprimentado por ter conseguido estabelecer um marco regulatório que abraçamos e seguimos à risca. Mas por outro lado, precisa passar segurança para os operadores no sentido de combater o mercado ilegal.

Hoje, as estatísticas mostram que pelo menos 50% do mercado ainda é ilegal. Ou seja, é um valor considerável e já vimos várias matérias em relação ao quanto foi arrecadado com nosso setor até agora, não só em relação à outorga, mas também a impostos propriamente ditos. Se você imaginar que isso poderia ser o dobro, é muita coisa [que deixa de ser arrecada]. Se você imaginar isso vezes 5 anos, que é o que temos pela frente em relação à outorga feita, o valor é monstruoso.

Então, acho que existem desafios por parte do regulador nesse sentido, mas devemos cooperar e trabalhar junto para construirmos um cenário saudável para o usuário brasileiro.

Por falar nisso e também em desafios, a restrição de horário de funcionamento de publicidade, aumento da tributação de 12% para 18% sobre o GGR e declarações do ministro da Fazenda contra a atividade, conspiraram um pouco contra nosso setor. Como você vê isso e por que nosso setor, tão regulado, chega a ser atacado dessa maneira?
Minha percepção inicial é que ainda existe um desconhecimento. Precisamos trabalhar nos setores mais altos do governo questões relacionadas à educação. Quando falamos de 12%, 18%, parece que é um valor pequeno de tributo, mas devemos imaginar que isso está no topo. A verdade é que a carga total chega a 46, 46,5% [com os demais tributos], muito alta.

E quando você fala de restrição de publicidade em um mercado onde 50% ainda é ilegal, como um cliente diferencia o legal do ilegal? É muito pela publicidade, é porque ele vê aquela marca patrocinando um clube, um torneio ou uma propaganda de TV ou pela internet e reconhece aquela marca como legal, porque uma marca que fosse ilegal não estaria ali.

Acho que nosso mercado precisa se fortalecer, trabalhar questões de educação, aproximar-se de entes governamentais e explicar realmente, de forma colaborativa, abrir as portas e discutir, para conseguirmos focar no combate ao jogo ilegal.

Quando você fala de 12% para 18%, como acabei de comentar, e imaginar tudo o que foi arrecadado, esse valor poderia ser o dobro [com os 50% do mercado ainda ilegal]. O grande ganho de valor não está em taxar mais quem já está super-taxado, mas em diminuir o dinheiro que sai sem recolher imposto nenhum. Se você faz isso, consegue aumentar a arrecadação se não em 100, mas em 50%, 60%, 70%. O caminho é o do relacionamento e da educação.

Ainda existem questões delicadas, como possíveis mudanças regulatórias, decisões políticas e até mesmo o embargo econômico proposto pelo presidente americano Donald Trump. Alguma situação como essad podem alterar os planos da BetMGM no Brasil?
Acho que é o momento de termos calma para entender o quem acontecendo. A BetMGM tem um compromisso de longo prazo no Brasil e acreditamos no potencial do nosso mercado. Esse é um trabalho de construção, de médio prazo. Ninguém entrou aqui agora para ganhar o jogo nos 5 minutos iniciais. Existe uma longa jornada a ser feita.

Tudo que ocorre hoje em relação à discussão, embargos, ou qualquer aspecto relacionado a isso, acho que o grupo e o setor já mostraram resiliência e capacidade de se adaptar ao longo do tempo. Novamente, acredito muito nesse processo e nessa construção. Isso tem de ser pautado por boas pessoas, boas ideias, boas intenções ao longo do tempo. Com isso, vamos construir um setor que consiga dialogar com a sociedade, entendê-la, se adaptar e melhorar. Estou muito confiante no longo prazo.

O que o Brasil representa no programa de expansão global da MGM?
Para o plano de expansão, o Brasil é um dos maiores, se não o maior protagonista. Nosso mercado é muito relevante para a MGM Resorts no médio e longo prazo. Nosso projeto é muito sério e nosso protagonismo dentro das ambições do grupo é relevante.

Não vou fugir a esta pergunta. O Brasil está na eminência de votar a legalização dos cassinos físicos. Como isso tem sido discutido dentro do Grupo MGM.
A MGM é um grupo de capital aberto e tem áreas específicas. Essa não é a minha área. A MGM é uma empresa que atua nesse segmento fora dos Estados Unidos. Ela tem cassinos na China e está construindo também em outros lugares, como no Japão. Vou deixar a expectativa para quando isso realmente acontecer. É um dos maiores grupos do mundo nesse setor e dá para imaginar o que está por vir se a lei vier.

O que os apostadores brasileiros podem esperar da plataforma de apostas esportivas e jogos online da MGM?
A mensagem que passo para os apostadores, nossos clientes no país, é que estamos sempre buscando inovações, a melhor tecnologia etc. Estou no segmento há muito tempo e sei que é fácil falar e difícil de fazer. Mas nosso foco é colocar o cliente em primeiro lugar. Esse negócio só existe se encararmos que ele tem um rei. E no nosso caso, o rei não é o leão da MGM, e sim nosso público, nosso cliente.

No final das contas, tudo que fazemos, construímos, só vai ter sentido se o cliente sentir que está junto a uma marca e em um lugar que o produto atende aos seus anseios. O que eu prometo para o cliente brasileiro, de acordo com minha visão de empresário, é que estou aqui para servi-lo. Se ele não se sentir bem atendido, eu estou falando e nós estamos falhando enquanto empresa e marca. Meu desafio é construir a melhor experiência de entretenimento online para o brasileiro. Essa é minha missão.

Fonte: Exclusivo GMB