A Lei nº 14.790/2023 consolidou a regulação do setor e elevou a régua técnica dos operadores. Na prática, KYC não é apenas uma exigência regulatória, mas um portão de conversão fundamental, e uma arquitetura fraca pode resultar em perda direta de receita.
Essas exigências, juntamente com as portarias subsequentes, têm como objetivo garantir segurança, transparência e conformidade nas operações, protegendo os consumidores e prevenindo práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Contudo, um dos maiores desafios enfrentados pelos operadores que atuam no Brasil é garantir que o processo de verificação de identidade (KYC) seja não apenas preciso e ágil, mas também adaptado à realidade local.
A diversidade de documentos e as variações tecnológicas entre os usuários exigem uma abordagem personalizada e eficiente para atender às demandas do mercado e às exigências regulatórias.
Ineficiência no KYC e frustração dos usuários = perda de receita e confiança
No mercado brasileiro, a velocidade e a disponibilidade do sistema de KYC são fundamentais para garantir taxas de conversão elevadas e reduzir o abandono de apostas. Cada instabilidade ou atraso no processo de verificação pode resultar em perda de receita e impactar diretamente a experiência do apostador.
Para resolver esse problema e garantir que o processo de verificação seja rápido e sem falhas, os operadores precisam de uma infraestrutura robusta, capaz de processar milhões de verificações por minuto e garantir 99,9% de uptime.
Essa infraestrutura invisível deve contar com três pilares fundamentais:
1) Balanceamento de carga + elasticidade
O que é: distribuição inteligente de requisições entre instâncias ou zonas com auto-scaling baseado em métricas como fila, CPU e latência p95, e rate limiting por provedor de verificação.
* Por que importa: permite lidar com picos de demanda (como campanhas ou eventos especiais) sem gerar filas ou timeouts, o que resulta em uma experiência fluida para o usuário.
* Sinais de saúde:
- SLA = 99,9%.
- Latência p95 < 1s no endpoint de KYC.
- Fila de requisições inferior a X req/instância.
2) Observabilidade e resposta proativa
* O que é: implementação de end-to-end tracing, métricas de desempenho (como latência, erros, fila), synthetics para testar o fluxo completo e alertas por limiar ou delta.
* Por que importa: a observabilidade permite reduzir o MTTR (tempo médio de recuperação) em até 40%, limitando o impacto de falhas e melhorando a eficiência operacional.
* Sinais de saúde:
- Alarmes baseados em error budget.
- Playbook de ações para diferentes cenários (ex: picos, degradação de sistema, provedor externo lento).
3) Failover automático (ativo-ativo ou ativo-passivo)
* O que é: desvio automático de tráfego para outra zona ou provedor quando um componente falha, sem impactar o processo de verificação de identidade (KYC).
* Por que importa: garantia de continuidade do processo KYC, mesmo diante de falhas parciais, evitando interrupções nos fluxos de apostas e cadastros.
* Sinais de saúde:
- RTO (Recovery Time Objective) em segundos.
- Game days mensais para testar Disaster Recovery (DR).
Impacto financeiro
A) Pico de apostas interrompido
- Cálculo: 1.000 apostas/min × R$ 80 = R$ 80.000/min
- Perda em 5 minutos de falha: R$ 400.000
B) MTTR reduzido por observabilidade
- Sem observabilidade: 60 minutos de falha × R$ 80.000 = R$ 4,8 milhões de perda
- Com 40% de redução no MTTR (36 minutos): 36 minutos × R$ 80.000 = R$ 2,88 milhões
- Receita preservada: R$ 1,92 milhões
C) Failover em cadastro/onboarding
- Cálculo: 10.000 cadastros/min × R$ 20 = R$ 200.000/min
- Perda em 5 minutos de falha: R$ 1.000.000
- Com failover em 30s: Perda residual ˜ R$ 100.000
- Receita preservada: R$ 900.000
Nota: valores didáticos; adapte volumes e ticket de acordo com a sua operação.
Sua operação está preparada para escalar sem perder receita?
Durante grandes picos de tráfego, como eventos esportivos ou promoções massivas?
* Você está priorizando a experiência do apostador? Ou o processo de verificação continua sendo um obstáculo para a conversão?
* Quando o último problema técnico aconteceu, quanto tempo levou até que ele fosse resolvido? E, mais importante, sua operação é capaz de contabilizar quantas apostas e potenciais depósitos foram perdidos nesse intervalo?
Se você quer medir o risco de perda atual, rode uma análise de eficiência do KYC: SLOs (service level objective), MTTR (Mean Time to Repair), capacidade em pico e plano de DR (Disaster Recovery). Operações maduras tratam KYC como arquitetura de receita e não só conformidade.
Fonte: Legitimuz