VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 06:31hs.
Debate via YouTube

Betano, Sportingbet e IBJR desvendam ao TecMundo o setor de bets e preveem avanços com a regulação

Um encontro de peso, reunindo Betano, Sportingbet e Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) tomou a atenção de muitos profissionais do mercado de bets em um debate via YouTube. O objetivo foi desmistificar o setor regulado no Brasil e mostrar os benefícios, importância do Jogo Responsável e outras pautas do segmento de iGaming. A entrevista ao TecMundo, comandada por Thiago Cruz e Renan Pagliarusi, foi esclarecedora e pode ser conferida nesta matéria.

 

Fernando Vieira, presidente Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) fez uma introdução do tema, destacando que o setor de apostas precisa ser íntegro, sustentável e responsável. Por isso o IBJR foi fundado, para representar, hoje, cerca de 70% do mercado regulado de iGaming no Brasil.

Nosso objetivo é trazer educação e informação, pois a quantidade de desinformação é absurda. Falar mal das bets é como falar mal da Geni (da música de Chico Buarque). É importante mostrar que há empresas sérias e reguladas”, afirmou.

Falando sobre tecnologia, Guilherme Figueiredo, country manager Brasil da Betano, afirmou que grandes casas de apostas, como a Betano, precisam ter alta escalabilidade e muita estabilidade. “Focamos muito forte nas apostas esportivas e um exemplo foi a final do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, entre PSG e Chelsea, que promove uma procura muito grande. Se não tivéssemos alta tecnologia envolvida, não conseguiríamos oferecer confiabilidade para os usuários”.

Com ações preventivas e muita tecnologia, tanto para sustentar o tráfego, como também para as atualizações de odds segundo a segundo, apostas sendo pagas segundo a segundo. Um erro significa não só há perda de experiência do usuário quanto perda financeira”, destacou.

Antonio Forjaz, da CEO da Sportingbet Brasil, reforçou a fala de seu colega da Betano, destacando que a bet pertence à Entain, um dos maiores grupos do mundo em apostas, citando diversas marcas de renome global. “O tráfego é importante, mas todo processamento de pagamentos é absurdo, então precisamos estar em constante monitoramento para garantir a satisfação do cliente”. Além disso, ele destacou a importância de pricing com atualização imediata. “Temos o in-play Bet Builder, em que o apostador vai acumulando diversas apostas em um mesmo evento. A quantidade de probabilidades é imensa e mudando ao mesmo tempo. A odd final precisa acompanhar tudo que está por trás”, explicou.

Sobre o uso da inteligência artificial, os executivos destacaram que ela é fundamental tanto para melhorar a experiência do usuário quanto para temas internos para administrar todos os dados coletados, bem como a personalização da plataforma, quanto à operação e garantia de acompanhamento de todas as decisões corporativas.

Vieira apontou ainda o aumento do uso de aplicações mobile. “O mercado ilegal tinha inúmeros apps nas lojas, o que provocava o aumento da demanda pelo serviço no informal. Ainda é difícil para o usuário final saber quem é regulamentado e quem não é. Com a abertura oficial de aplicativos pelo Google apenas para casas licenciadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), estamos conseguindo melhorar essa relação com o apostador. Esperamos que a Apple também libere em breve essa solução”, destacou.

Ele reforçou que todos os usuários devem estar atentos que uma casa regulada será sempre hospedada em um site .bet.br e será feito um KYC, pedindo foto, documentos e verificação facial. “Isso elimina grande parte dos problemas”, garantiu.

Sobre a demora da regulação após a legalização, os participantes do debate concordaram que o período sem regulamentação não contribuiu para um mercado estável e confiável. Com a regulamentação, os problemas tendem a sumir, com o setor ganhando maturidade.

Eles reconheceram que a regulação do Brasil ficou muito boa e superou em muito em outros países que vêm regulando a atividade. “A regulamentação é nova, mas agora é hora de bater e coibir o mercado ilegal, um esforço de todo o setor”, foram unânimes.

Há cerca de 300 projetos que de alguma maneira quer piorar uma regulamentação que está no ar apenas há seis meses. É impressionante o desconhecimento dos parlamentares em relação ao básico da regulamentação. Estamos no ‘mesmo saco’ que as bets ilegais, o que não é benéfico nem para o setor regulado quanto para o país”, afirmou Fernando Vieira.

Destaco que há avanços no setor, mas ainda há um pouco de fricção e outros pequenos problemas. Só que somos colocados na mesma bagunça dos irregulares. Nossa regulamentação é boa e moderna, com seu papel a cumprir, protegendo o apostador”, reforçou.

Sobre a questão tributária, o presidente do IBJR lembrou que os 12% sobre a GGR, é apenas um dos impostos aplicados ao setor. “O setor estará com mais de 50%, estando hoje na faixa de 40%, o que inviabiliza a atividade em comparação com o mercado ilegal, que não paga nada e que terá odds muito mais interessantes”.

Para não repetir erros de outros países, como Itália e Portugal, que aumentaram demais a taxação sobre as empresas, os executivos defendem que o Brasil não cometa o mesmo equívoco, levando os jogadores para o mercado ilegal.

Antonio Forjaz lembrou ainda que as bets envolvem a geração de muitos empregos no Brasil. “Todos falam que as casas de apostas estão nos clubes, estádios e camisas, mas se esquecem de apontar que os investimentos estão oferecendo muitos postos de trabalho em agências de comunicação e marketing, por exemplo, e gerados aqui no Brasil”. Os call centers também foram apontados por Guilherme Figueiredo, da Betano, como outro exemplo dos postos de trabalho em todo o Brasil.

Segundo Vieira, as apostas devem ser vistas como entretenimento e diversão. “Ainda existe na cabeça de algumas pessoas que as bets promovem ganhos imensos. Elas não podem ser vistas assim, mas como momentos de lazer. Não aposte se você estiver precisando de dinheiro, porque nosso setor não se presta a isso. Investimento é uma coisa, se divertir num site de apostas, é outra”, disse.

O sistema bancário fala que as bets endividam as pessoas. Como pode um sistema bancário, que é o terceiro maior do mundo em cobrança de spread bancário, falar que nossa indústria é responsável por isso?”, indagou. “O mesmo acontece com o setor de varejo, em que o discurso ideológico passou do ponto”.

As ferramentas para garantir o Jogo Responsável também foram apontadas pelos entrevistados quanto a benefícios diretos para os usuários. Limite de tempo e de valores, além de acompanhamento de desvios de comportamento, de acordo com eles, fazem parte da política das casas de apostas esportivas e jogos online para garantir uma operação transparente, séria e focada na melhor experiência dos jogadores. “Até mesmo o atendimento às famílias de eventuais jogadores problemáticos estão acontecendo”, lembrou Guilherme Figueiredo.

O próximo passo do setor, segundo os especialistas, é focar em Jogo Responsável, educação dos apostadores e reforçar o setor como uma atividade de lazer. Eles entendem que o mercado vai se profissionalizar cada vez mais, garantindo transparência para o Brasil, mais investimentos e uma melhor experiência para o usuário.

Fonte: GMB