Games Magazine Brasil - A Comtrade Gaming lançou recentemente a divisão CG Games. Quais foram os principais desafios enfrentados na criação dessa nova unidade e como ela se alinha à estratégia global da empresa?
Steven Valentine - Na verdade, existem muitos desafios, e foi mais difícil do que eu imaginava. Fazer jogos é relativamente simples. Temos um longo histórico de desenvolvimento de jogos para outras empresas, então essa parte já estava coberta.
A parte difícil é escalar o alcance dos seus jogos. O espaço nunca esteve tão saturado, e os operadores são bombardeados com novos fornecedores todos os meses. E mesmo quando os operadores querem os seus jogos, o processo de colocá-los no ar é demorado!
O Brasil tem sido um foco importante para a Comtrade Gaming. Como a empresa está adaptando suas soluções para atender às demandas específicas do mercado brasileiro, especialmente com as novas regulamentações?
Quando se trata do Brasil, como muitos, ainda estamos encontrando nosso caminho. Obtivemos a certificação para os nossos jogos. Já temos alguma experiência, pois nossa plataforma está licenciada lá desde janeiro e já temos operadores ativos usando-a. Estamos apenas começando com os jogos, mas temos a satisfação de dizer que alguns dos maiores operadores estão alinhados para receber nosso conteúdo.
Quais são os objetivos da Comtrade no Brasil?
Temos dois principais objetivos para o Brasil: ser o provedor de plataforma preferido e ser reconhecido como fornecedor de jogos de qualidade. Estamos no mercado há mais de 20 anos e já conquistamos grande sucesso. Não precisamos conquistar o Brasil no primeiro ano; estaremos presentes por muitos anos.
A Comtrade Gaming estabeleceu parcerias com operadores locais e internacionais. Como essas colaborações contribuíram para o crescimento da empresa na América Latina?
Temos a sorte de trabalhar com alguns dos maiores operadores do mundo. Esses operadores são reconhecidos globalmente.
Nossa jornada na América Latina está apenas começando, mas trabalhar com esses grandes nomes nos dá muita credibilidade quando conversamos com empresas locais em novas jurisdições.
A plataforma iCore é central para os serviços da Comtrade Gaming. Quais são os diferenciais dessa plataforma em comparação com outras soluções disponíveis no mercado?
A plataforma de iGaming é definitivamente nossa especialidade e responde por mais de 90% do nosso negócio. O que nos diferencia de outras soluções é nossa atenção aos detalhes e o foco individual em cada cliente.
Para a maioria dos fornecedores, é um jogo de números, de quantos operadores querem integrar. Nós estamos mais interessados em ajudar os operadores com os seus números; estamos totalmente focados no crescimento deles.
Muitos operadores enfrentam desafios ao migrar para novas plataformas. Como a Comtrade Gaming facilita esse processo para garantir uma transição suave e eficiente?
A chave é expertise e experiência. Temos equipes especializadas que lidam com migrações. Cada cliente que integramos tem uma equipe dedicada para garantir que a migração seja feita corretamente. A maioria dos clientes que assumimos vem de migrações; existem muitos outros fornecedores para operadores iniciantes, mas nós nos especializamos em ajudar operadores já existentes a realizarem suas próprias ambições.
Com sua entrada no desenvolvimento de jogos, como a Comtrade Gaming está inovando para oferecer experiências únicas aos jogadores?
Isso é realmente muito difícil. Inicialmente, focamos em desenvolver jogos de alta qualidade, mas não diria que foram inovadores. Precisávamos nos estabelecer com um bom catálogo e acreditamos que já conseguimos isso.
Atualmente estamos trabalhando em um novo conceito de jogo que será realmente inovador e eu não vi nada parecido no mercado. Esperamos lançá-lo no início de 2026, só esperamos que operadores e jogadores gostem!
Como a Comtrade Gaming está se preparando para atender às diferentes regulamentações em mercados emergentes como Brasil, Malta e Reino Unido?
Para nós, a regulamentação é a parte mais fácil. Somos uma empresa muito técnica: um regulador define as regras, e nós as implementamos.
Conseguimos a certificação no Brasil em nossa plataforma em apenas seis semanas após o início do processo. Há muito pouco que não tenhamos visto ao redor do mundo; a parte difícil é quando não há clareza na definição, o que ainda é o caso em algumas áreas no Brasil.
Quais tendências você acredita que moldarão o futuro do iGaming nos próximos anos e como a Comtrade Gaming está se posicionando para liderar nesse espaço?
No iGaming, normalmente é “mais do mesmo”: novos mercados se regulamentando e operadores tentando se estabelecer ou ganhar maior participação de mercado — seja por crescimento orgânico ou fusões e aquisições.
O espaço de fornecedores está superlotado, e muitas empresas estão perdendo dinheiro, o que não pode continuar para sempre. Portanto, espero ver alguns grandes fornecedores tendo que reduzir operações, viver dentro de suas possibilidades ou vender, à medida que seus investidores quiserem sair.
A maior mudança, do nosso ponto de vista, é a IA. A inteligência artificial moldará a forma como desenvolvemos produtos e ajudará a otimizar as operações dos operadores, que buscam cada vez mais eficiência.
Como a Comtrade Gaming incorpora práticas de Jogo Responsável em suas plataformas e produtos?
Antes isso era baseado em modelagem e algoritmos, mas agora já desenvolvemos verdadeiras ferramentas de previsão com IA. Podemos identificar rapidamente, a partir das ações do jogador, a probabilidade de ele se tornar um apostador problemático, e nossa ferramenta de IA também pode sugerir a melhor ação a ser tomada.
Fonte: GMB
