JUE 25 DE ABRIL DE 2024 - 05:48hs.
Para dar recursos aos clubes

Projeto de lei prevê criação de bingo em estádios de futebol

A votação do projeto de lei do Marco Regulatório de Jogos no Brasil (PL 442/1991) é importante para os clubes conquistarem o direito de administrar os estádios públicos. Isso porque um dos pontos deste projeto é a liberação de bingos nos estádios que tem capacidade para mais de 15 mil pessoas. Com os bingos em estádios os clubes podem aumentar sua receita em até R$ 20 milhões por ano. O projeto de lei prevê um limite de até 300 máquinas e a licença para exploração da atividade será concedida por 20 anos prorrogáveis por igual período.

Não é nenhum segredo que um dos maiores problemas dos clubes brasileiros é a falta de recursos. Em um mundo ideal, os clubes seriam donos dos seus próprios estádios e realizariam a gestão dos mesmos de maneira eficiente a fim de aumentar sua arrecadação anual. No entanto, a maioria dos estádios brasileiros são públicos, logo, os estados e prefeituras podem escolher quem cuida da gestão dessas arenas. Em geral, empresas sem ligação com os clubes são escolhidas para essa função, mas, na teoria, um clube poderia atuar na gestão de espaços como o Mineirão, Maracanã, Mané Garrincha, entre outros.

Pensando nisso, o Flamengo e o Fluminense propuseram ao estado do Rio de Janeiro que os clubes fossem os responsáveis pela administração do Maracanã. Atualmente, por exemplo, a empresa que faz a gestão do Maracanã é a Odebrecht uma empresa que não tem bons antecedentes no país. E, de acordo com Pedro Trengrouse, “A única razão que explica essa situação é a corrupção. Uma empreiteira que constrói um estádio não tem a menor capacidade de administrar o mesmo” afirma o advogado especialista em legislação esportiva.

A importância da PL 442/1991

A votação do projeto de lei do Marco Regulatório de Jogos no Brasil (PL 442/1991) é importante para os clubes conquistarem o direito de administrar os estádios públicos. Isso porque um dos pontos deste projeto é a liberação de bingos nos estádios que tem capacidade para mais de 15 mil pessoas.

De acordo com Trengrouse, os estádios podem aumentar sua receita em até R$ 20 milhões por ano somente com a utilização do bingo. O projeto de lei prevê um limite de até 300 máquinas de bingo por estádio e, além disso, a licença para exploração da atividade será concedida por 20 anos prorrogáveis por igual período.

Para o torcedor que também gosta de fazer apostas, a notícia é muito boa, isso porque atualmente é necessário saber onde jogar bingo online de forma legal, já que não existe a possibilidade de fazer isso fisicamente. No entanto, com a aprovação da lei, os torcedores poderão passar o intervalo dos jogos em divertidas partidas de bingo. Adicionalmente, quem chegar mais cedo também terá como se distrair enquanto espera pelo início da partida.

A verdade é que a lei que regulamenta casas de apostas no país exige uma revisão com certa urgência. O projeto de lei que citamos é de 1991, já são quase 30 anos de tramitação e nenhuma definição quanto ao assunto. Enquanto isso, casas de jogos online não contam com nenhum tipo de proibição, mas os servidores estão ao redor do mundo, o que faz com que a receita dos jogos, os empregos gerados e os impostos recolhidos também não fiquem no país. Para especialistas, a aprovação da PL 442/1991 será importante para aumentar a arrecadação de impostos por parte da União.

Clubes são melhores administradores de estádios

No mundo inteiro temos diversos exemplos que provam que os clubes conseguem administrar estádios de maneira mais eficiente que construtoras ou outras empresas. O Arsenal é o clube responsável pela administração do Emirates Stadium e, de acordo com Trengrouse, o estádio é o responsável por quase metade da receita do clube.

Enquanto isso, no Brasil, os clubes são praticamente limitados às receitas da bilheteria dos estádios, sem poder explorar o espaço para outras atividades como shows e eventos. A organização destes é responsabilidade da empresa que gere o estádio. A consequência desta situação pode ser vista no balanço anual dos clubes, em 2017, por exemplo, apenas cerca de 5% da renda do Cruzeiro veio das bilheterias.

Outra expectativa é que os clubes possam, eventualmente, reduzir os custos de operação dos estádios. A ideia é que a experiência e a troca de informações entre os clubes permita que os mesmos consigam gerir com mais eficiência os estádios. É verdade é que, para atingir essas expectativas, os times também terão que abraçar a causa. Em outras palavras, é importante que os clubes brasileiros tenham gestões mais profissionais e menos políticas. Somente assim poderemos ter um cenário esportivo e futebolístico melhor gerido e mais desenvolvido.

Fonte: GMB/ Diário Carioca