VIE 3 DE MAYO DE 2024 - 07:52hs.
Sebatián Salat, CEO de Zitro

“O Brasil precisa tanto de uma lei do jogo quanto a indústria a deseja”

(Exclusivo GMB) - Para o CEO da Zitro, a companhia tem grande vocação para conquistar boa fatia do mercado brasileiro pelo conhecimento que adquiriu durante o tempo em que os bingos eram regulamentados. Para ele, com a diversificação e o crescimento da empresa, líder mundial em vídeo bingo e outras soluções tecnológicas, o Brasil continuará impulsionando desenvolvimentos na área de tecnología de jogos.

GMB – Antes de mais nada, gostaríamos que falasse de sua trajetória no setor.
Sebatian Salat – Comecei na indústria do jogo há mais de 30 anos na CIRSA, desenvolvendo suas primeiras máquina de jogo para cassinos. A companhia acreditou em mim e estive à frente de sua linha de productos para cassinos durante quase quinze anos. Tivemos um grande éxito e conquistamos uma importante presença em todo o mundo. Em 2000 fui contratado pela empresa americana WMS, fabricante líder de máquinas de cassino e vídeoloterias, que me incumbiu de cuidar da expansão internacional da empresa. Até então ela não tinha negocios fora dos Estados Unidos e Canadá. Durante quinze anos fui presidente da WMS Internacional e membro do Conselho Executivo. Com minha equipe, conseguimos fazer com que a WMS hoje seja reconhecida em todos os continentes. Ao deixar a WMS em 2015 estive avaliando se iria seguir a carreira de consultor ou se assumiria novamente responsabilidades executivas, até que Johnny Ortiz me convidou a juntar-me ao incrível projeto de tornar a Zitro um líder global da indústria, na posição de CEO. E aqui estou, há um ano, feliz e comprometido em ajudar a Zitro a alcançar este objetivo.

Quais são os seus projetos mais importantes nesta atividade?
A natureza do meu trabalho na Zitro é a mesma dos anteriores, ou seja, a busca de ofertas comerciais diferenciadas e competitivas e a criação e gestão de equipes profissionais para que este conjunto leve à expansão da empresa para novos mercados, a busca por diversificação do negócio para reducir sua vulnerabilidade e o aumento de sua participação no mercado e a rentabilidade da Zitro. Além disso, por ter trabalhado para empresas operadoras, fabricantes e em linhas de produtos tão diversas como máquinas de vídeo slots, máquinas AWP, vídeo loterias, sistemas, cassinos temáticos e jogo social, me foi dada a oportunidade de possuir uma bagagem bastante relevante e que, agora, posso colocar à serviço da Zitro.

Em quais mercados mais você atuou?
Durante toda minha trajetória profissional me dediquei à expansão internacional dos negocios que dirigía. Foram muitos anos nos quais tive o privilégio de atuar em praticamente todos os mercados onde o jogo está regulamentado. Tive responsabilidade direta na criação de negocios em mercados tão diversos como podem ser o europeu, o asiático, o sul-africano, o australiano ou o latino-americano. E de forma indireta, como membro do Conselho Executivo da WMS, também atuei no importante mercado americano. E confesso que sempre tive um carinho especial pelo mercado latino, não só por mina afinidade cultural, mas também pelo enorme potencial de negocios na região.

Como se sentiu ao ser nomeado CEO da Zitro, uma companhia nova mas com um excelente expertise em soluções tecnológicas e muito conhecimento do mercado do Brasil?
Ser CEO da Zitro é uma verdadeira honra e trabalhar com Johnny Ortiz é um grande privilégio. Ajudar a Zitro crescer é uma meta fascinante e os primeiros resultados já podem ser vistos. Em alguns meses passamos de líder do mercado de vídeo bingo para um provedor diversificado, com outras linhas de productos, como os vídeo slots Bryke ou os sistemas de bingo de sala BET. E isso aconteceu ao mesmo tempo em que mantivemos nossa liderança no vídeo bingo. Também diversificamos nosso negócio do ponto de vista geográfico, aumentando nossa presença na Europa, América Latina e Ásia. Acredito que nos últimos doze meses conseguimos reunir evidências suficientes que confirmam nosso compromisso na consecução do nosso objetivo: fazer da Zitro um líder global da industria do jogo.


PUBLICIDADE


Quando chegou à Zitro imaginava que máquinas de bingo teriam a aceitação que têm hoje?
As dificuldades nos obrigam a ser melhores e foi justamente isso que aconteceu com a Zitro quando o mercado brasileiro foi fechado. Zitro teve que inovar em produto e ver como poderiam ser desenvueltos mercados que não existiam naquele momento para tentar repetir o éxito que teve com o vídeo bingo no Brasil. E assim nasceu o mercado mexicano e o mercado de bingo espanhol, que deu um empurrão tremendo ao negócio do bingo na Espanha. Mas a Zitro não se limitou a ofertar nestes novos mercados produtos similares aos que ofertava no Brasil, mas enriqueceu o vídeo bingo com jogos de conteúdo mais lúdico, novas plataformas, sistemas de prêmios progressivos, novas funcionalidades e sistemas promocionais. Com tudo isso, a Zitro fez do vídeo bingo uma nova categoría de jogo que conta hoje com grande aceitação em qualquer cassino do mundo.

Como você via o mercado brasileiro nos anos 90 e 2000? Acreditava que era um bom mercado?
O Brasil foi um excelente mercado e un motor enorme para a indústria do jogo mundial, pois promoveu o nascimento do vídeo bingo como categoría de jogo e na geração de novas companhias, como a Zitro, que competem em escala global.

Que lhe parecem as discussões em nosso Congresso Nacional com vistas a aprovar uma lei para o setor de jogos?
Não me sinto em condições de avaliar tais discussões. Com certeza elas devem levar em conta a idiossincrasia brasileira e na situação política tão particular pela qual atravessa o país. Com todo o respeito, apenas o que posso pedir aos congressistas é que façam o possível para regular o quanto antes uma industria que, repetidamente, tem demonstrado ser um motor da inovação tecnológica, da criação de empregos e do crescimento econômico.

Você credita que teremos uma lei ainda no primeiro semestre de 2017?
Oxalá que a tenhamos o quanto antes. O Brasil precisa tanto de uma lei do jogo quanto a indústria a deseja.

Quais são seus planos para a chegada de uma lei no Brasil?
O Brasil não é um mercado desconhecido para a Zitro. O mercado já existiu e nosso presidente foi naquela época um dos maiores operadores e provedor. Conhecemos o gosto dos clientes brasileiros e é muito previsível que pensemos que teremos uma parte significativa do mercado, que não me atrevo a cifrar. Apenas precisamos que a atividade se regule de forma que seja viável tanto do ponto de vista operacional quanto fiscal.

Fonte: Exclusivo GMB
Autor: Gildo Mazza