SÁB 20 DE ABRIL DE 2024 - 03:53hs.
Marcelo Conde, diretor presidente da STX DI

Resorts Integrados: Uma oportunidade para o Rio

O empesario Marcelo Conde, diretor presidente da STX desenvolvimento imobiliário, escreveu uma coluna de opinião no jornal O Globo onde defende criação de resort integrados (IR) com cassinos como os de Singapura e sugere sua construção no Rio de Janeiro. A empresa de Conde é responsabel pelos hoteis Hilton Barra, Sheraton Barra, AC Marriott Hotel, Golden Tulip, entre outros.

Tomei conhecimento há alguns meses do interesse de investidores estrangeiros em trazer para o Brasil e para a cidade do Rio um resort integrado, na linha dos dois que foram feitos em Cingapura. Os resorts integrados são gigantescos complexos turísticos que reúnem hotéis de luxo, centros de convenções capazes de receber grandes eventos corporativos e importantes feiras de negócios, lojas de grifes internacionais, cassinos e restaurantes com o que há de mais relevante na gastronomia mundial.

Em poucos anos, os resorts integrados se tornaram um fenômeno de aumento de renda e atratividade e deram um impulso na recepção de turistas em Cingapura, um país/estado com similaridades com o Rio. A cidade, ao contrário da ilha asiática, mesmo tendo realizado a Copa do Mundo e as Olimpíadas, não recebeu um acréscimo de turistas significativo.

A partir de 2010, a euforia em torno de melhorias da infraestrutura da cidade ganhou foco em detrimento do aumento da recepção de turistas e a qualificação do país como um destino internacional. No caso do Rio, à época, a expansão do setor de óleo e gás ainda turbinou a economia e aumentou os custos de bens e serviços, encarecendo a vinda dos turistas. Criou-se também uma visão irreal do futuro como a solução mágica dos nossos problemas.

Podemos ver isso facilmente nos rankings mundiais: entre as cidades que mais recebem turistas internacionais, o Rio caiu de 35º em 2005 para 88º em 2016; e o Brasil, com 6,6 milhões de turistas, está muito atrás de Turquia, com 39,5 milhões; México, 32 milhões; Tailândia, 24 milhões; e Cingapura, com 16,5 milhões. A existência de políticas agressivas, propagandas e incentivo na captação do turista internacional levaram aos bons resultados desses últimos países.

Eu me aprofundei na análise do que foi feito em Cingapura pelo primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, que criou o resort integrado e, em quatro anos, levou investimentos de US$ 10 bilhões para dois deles. No Rio, onde buscamos novas vocações para a cidade desde a perda da capital para Brasília, o resort integrado cai sob medida. Precisamos ter investimentos expressivos a curto prazo e receitas rápidas, que seriam geradas pelo aumento forte do número de turistas, sobretudo, o corporativo.

Os números de Cingapura falam por si só: de 2009 para cá, o número de visitantes estrangeiros mais que dobrou de oito para 16,5 milhões ao ano. A receita gerada pelo turismo corporativo também cresceu 100% e saltou para US$ 25 bilhões (de Cingapura) anuais. Um desses complexos, o Marina Bay, que virou a marca de Cingapura com as famosas três torres integradas no topo pela piscina de borda infinita, emprega 9,5 mil funcionários. Quanto aos tributos, os dois complexos de Cingapura arrecadam US$ 1,5 bilhão.

O Rio e o Brasil não podem perder mais essa oportunidade, e é importante que haja um entendimento entre os poderes legislativos e executivos para o avanço de uma regulamentação moderna dos cassinos, priorizando e estimulando investimentos internacionais expressivos que gerem empregos, renda e tributos.


Marcelo Conde, diretor presidente da STX DI, empresa de desenvolvimento imobiliário e tem como principal foco a incorporação de projetos nas áreas de Condo-hotéis, Hotéis e Hotéis-residência. ​​​​​​​Desde 2010 desenvolve empreendimentos hoteleiros, somando à história da empresa mais de duas mil unidades em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Campos dos Goytacazes, Niterói e Nova Iguaçu.​​​​​​​