Único parlamentar do PSL no primeiro escalão, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, deputado federal licenciado por Minas Gerais, diz que os técnicos de ministérios devem se alinhar à ideologia do governo Jair Bolsonaro, que prega um Estado liberalizante.
“É natural que a gente evite ter no grupo pessoas com ideologias contrárias que muitas vezes podem estar aqui sabotando o trabalho do dia a dia”, afirmou em entrevista ao Estadão.
Depois de protagonizar um bate-boca público com o deputado eleito Alexandre Frota (PSL-SP), que cobrou a demissão de assessores do ministro apontados como “esquerdistas”, Antônio diz que a bancada do PSL vai entrar em afinidade e que se entendeu com o ator: “Estamos bem um com o outro”.
O novo ministro sugeriu que os brasileiros não viajem para o exterior sem antes conhecer o País e mostrou ter restrições à liberação dos jogos de azar, uma pauta do setor.
“Não sou favorável. Acho que a gente tem que avançar mais para frente numa discussão que envolve os resorts integrados, como a gente vê em Cingapura. Não de bingo, jogo do bicho... Hoje parece que é muito seguro na questão da Receita Federal, de lavagem de dinheiro, parece que não deixa margem para essas coisas”, assegura o ministro.
Consultado sobre como compatibilizar uma pauta que é bem vista pelo setor do Turismo e não por ele e pela frente evangélica, da qual participa, Marcelo Álvaro Antônio disse que “o que arrepia a bancada evangélica e parte da bancada católica é o trabalhador entrar numa porta de bingo, deixar o salário dele lá, e a família ficar desamparada".
“Os resorts integrados eliminam isso. A pessoa vai para um resort, uma viagem de lazer. A discussão precisa ser focada e restrita nos resorts integrados. Fora isso, não sou a favor de discutir”, acrescentou o Ministro de Turismo.
Álvaro Antônio é um dos quatro ministros com mandato político e não técnico: “Faço parte da Frente Parlamentar em Defesa do Turismo desde 2015. A frente, através do deputado Herculano Passos (PSD-SP), referendou meu nome. O trade do Turismo também fez um gesto de aceitação. Minha luta foi em primeiro lugar pela manutenção do ministério, que teve a possibilidade de ser extinto. Tendo êxito nessa empreitada, o presidente sabendo que sou participante ativo da frente me fez o convite para tocar a pasta”.
Fonte: GMB