Em agosto passado, o Grupo Jovem Pan, responsável pela Jovem Pan FM 100.9 e Jovem Pan News AM 620 de São Paulo, lançou o Mulheres da Pan. A atração tem como objetivo ser um programa feminino leve e descontraído, com mulheres que geram reflexão, debatendo comportamento, cultura, carreira, rede social, viagens, esportes, malhação, beleza, estética, alimentação, artes, amor e muito mais.
No segundo bloco do 17º episódio do Mulheres da Pan, as integrantes do programa debateram a legalização dos jogos de azar. Deputados do chamado “Centrão” se articularam e pediram ao presidente Jair Bolsonaro apoio no projeto de legalização dos cassinos no Brasil. Bolsonaro disse que precisaria consultar a bancada evangélica.
A discussão reacende o debate sobre jogos de azar no país que estão proibidos desde 1946, quando então o presidente Dutra assinou um decreto afirmando que este tipo de jogo vai contra a tradição moral, jurídica e religiosa do povo brasileiro.
Alguns parlamentares acreditam que trazer os cassinos de volta pode ser uma boa forma de aquecer a economia, gerar lucros e mais empregos. No entanto, a resistência maior é da bancada evangélica que vê os jogos como um vício.
Durante as eleições do ano passado, Bolsonaro falou em um vídeo que os jogos de azar podem destruir lares e que eles possibilitariam a corrupção por meio da lavagem de dinheiro. Já o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que é evangélico, se posiciona a favor da abertura de cassinos no país como forma de trazer investimentos.
Renata Barreto acha que os políticos praticam o “moralismo falso” e citou uma fala da deputada estadual Janaína Paschoal contra a liberação dos cassinos no Brasil. “Tô fora de cassinos, não quero cassinos no Brasil. Que conservadorismo é esse?”, disse a deputada.
Renata, que é liberal, mas flerta em alguns pontos com o conservadorismo, rebate a deputada: “Conservadorismo não é moralismo. As pessoas são responsáveis por aquilo que fazem. Uma minoria que tem vício vai destruir a família de qualquer jeito, ou pelo jogo do bicho, que é ilegal, ou pela Mega-Sena”.
A economista questiona: “Jogos de azar só podem ser monopolizados pelo Estado, não podem ser privados?”. Ela conclui: “É um moralismo sem noção.”.
Mariana Brito defendeu a liberdade individual. “O Estado não tem que intervir em uma escolha pessoal. Se quero torrar meu dinheiro, se quero ficar viciada em um jogo, é um problema meu.”
Ana Paula Henkel confessou não ter uma posição definida sobre o tema. Disse que leu sobre o assunto em debates no Twitter e em artigos de posições liberais e conservadoras e que percebeu uma grande divisão de opiniões.
“Aqui, nos Estados Unidos, um país que em muitos estados os cassinos são liberados, eu assisti alguns debates entre democratas e republicanos e constatei que não existe uma decisão final, é um assunto muito dividido tanto para os legisladores quanto para as pessoas que votam”, ressaltou Henkel.
Angela Sousa falou sobre o lado psicológico do tema e citou a Universidade de Cambridge que descobriu, por meio de estudos, a “Falácia do Jogador”. “Eles perceberam que existe um lugar no cérebro chamado ‘Falácia do Jogador’, que quando ativado dá ao jogador a noção de que ele tem o domínio sobre o jogo, o controle sobre aquilo, então ele não para de jogar porque acha que uma hora vai ganhar, pois quem domina é ele, quem manda é ele e assim vai se viciando.”
As mulheres da Pan citaram ainda Las Vegas, destacaram os prós e contras dos jogos, estatísticas e mais posicionamentos interessantes sobre o assunto.
Fonte: GMB / Mulheres da Pan