JUE 28 DE MARZO DE 2024 - 06:35hs.
Reunião oficial do filho do presidente

Cassinos no Brasil: O senador Flávio Bolsonaro visita o Sheldon Adelson em Las Vegas

O senador Flávio Bolsonaro junto ao presidente da Embratur, Gilson Machado, o senador Irajá Abreu e o deputado Hélio Lopes se encontram em Las Vegas hoje e amanhã, onde terão reuniões com o presidente do Las Vegas Sands, Sheldon Adelson, e autoridades do Conselho de Controle de Jogos de Nevada. A visita oficial foi autorizada pelo próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A comitiva reunirá informações para a criação de um marco legal que permita a instalação de cassinos em resorts.

“Trate-se de uma ocasião importante para a promoção do turismo brasileiro no mercado internacional, que dentre outros temas, abordará questões atinentes à atração de cruzeiros marítimos para a costa brasileira, bem como investimentos para a instalação de novos resorts em nosso País”, assegurou o senador Flávio Bolsonaro, o filho do presidente.

A presença do senador se deve ao convite do Gilson Machado, Presidente do Instituto Brasileiro de Turismo, para acompanhar a comitiva da EMBRATUR em reuniões institucionais com o Carnival Group e a Royal Caribbean Internacional, em Miami (foram do dia 18 até 21), com representantes da Associação Internacional de Aviação (IATA) (ontem) e com o Presidente e CEO do Las Vegas Sand Corporation, Sheldon Adelson, em Las Vegas, nos dias 23 a 24.

Nesta quinta-feira, a comitiva também teria uma reunião com o Conselho de Controle de Jogos de Nevada para conhecer mais aspectos da fiscalização e controle que tanto preocupam os legisladores brasileiros na hora de votar pela legalização dos cassinos no Brasil.

 

 

Os senadores (Bolsonaro e Irajá) integram tal comitiva da Embratur para “capitanear grandes corporações de cruzeiros dos Estados Unidos para operar no Brasil”. A Embratur é comandada por Gilson Machado, cotado para presidir a Aliança pelo Brasil em Pernambuco. Também integra a comitiva o deputado federal Hélio Lopes e os embaixadores do turismo do Brasil, Vitor Belfort (lenda do UFC) e Renzo Gracie (mestre em Jiu-jitsu de vários tops do MMA mundial).

Recentemente, Machado afirmou que apoia a liberação do jogo. Numa entrevista para a Folha, ele defendeu os modelos escolhidos pelos governos de Singapura e Macau que têm clusters (Resorts integrados com cassinos) e acredita que assim o pais atrairá o turista que gasta. "Grupos americanos já disseram que, se o Brasil liberar os cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões [R$ 63 bilhões] para investir aqui", assegurou o presidente da EMBRATUR.

A agenda do grupo inclui uma reunião com Adelson, o magnata dos cassinos que contribuiu com 25 milhões de dólares para a campanha de Donald Trump, sendo o maior doador da campanha. Adelson foi também quem teria convencido Trump a mudar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

 

 

A ideia é reunir informações para a criação de um marco legal autorizando a instalação de cassinos atrelados a resorts e conhecer os planos de investimento e emprego que o próprio grupo Las Vegas Sands tem para Brasil, caso legalizem a atividade.

Em março do ano passado, a legalização dos cassinos no Brasil foi tema de conversa entre Jair Bolsonaro e Trump, em Washington. Essa é também uma das principais bandeiras do enrolado senador Ciro Nogueira, presidente do PP. Seu PL 186/2014 trata precisamente da liberação dos jogos de cassino. O ministro da economia Paulo Guedes, inclusive, já esteve reunido com o senador para debater o tema.

Adelson é um dos maiores interessados na ideia de criar um marco legal autorizando a instalação de cassinos em IRs no Brasil. Além de ser o maior doador de campanha de Donald Trump, ele é visto como o principal articulador da política externa dos EUA no Oriente Médio e defensor de Israel.

O grande empecilho para o governo avançar nessa agenda é a negação da base evangélica. Mas Bolsonaro pretende que cada estado tenha a liberdade de aprovar ou não a liberação dos cassinos. Assim, o Presidente aprova a medida indiretamente ao jogar a responsabilidade para os governadores.

Fonte: GMB