DOM 19 DE MAYO DE 2024 - 20:14hs.
Santa Catarina

Ex-presidente da Santur defende cassinos para salto turístico do Brasil

O secretário de Obras e Serviços Urbanos de Camboriú, Osmar de Souza Nunes Filho, é um dos nomes de maior relevância quando se fala em turismo em Santa Catarina. Defensor de um modelo de cassino profissional no Brasil, Mazoca, como é conhecido, vê a mudança na legislação como importante para competitividade turística entre países do Mercosul. Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, o ex-presidente da Santur define Santa Catarina como o estado com maior potencial do país.

Marcos Schettini - O senhor comandou o Turismo no governo Pedro Ivo. O que mudou de lá para hoje?
Osmar de Souza Nunes Filho -
A atividade turística é algo dinâmico. Faz 25 anos que ocupei o cargo de presidente da Santur e o importante é que a essência da atividade não se alterou. Naquela época, criamos as regiões turísticas do Estado, cada uma dentro da sua vocação; o slogan Santa e Bela Catarina; demos muita dinâmica à promoção e divulgação em vários segmentos e, na época, com foco dentro do Brasil e Mercosul, onde é nossa maior clientela. Na época, também conseguimos interiorizar o turismo, expandindo para além do litoral e entrando no turismo rural, tanto que hoje somos um Estado temático, com vários segmentos turísticos. Ainda a frente, criamos pôsteres para cada região e sua vocação, justamente para despertarmos o Estado como um todo, e isso reflete até hoje, pois somos um verdadeiro parque temático, com turismo o ano todo e diversidade.

Quais são os maiores desafios de Balneário Camboriú?
O maior desafio de Balneário Camboriú é poder manter a estrutura existente, aperfeiçoar e criar mais produtos de lazer e entretenimento, fazendo que as pessoas permaneçam por mais tempo aqui. Além disso, temos a necessidade de manter a cidade sempre bonita e atualizada, evoluindo constantemente e conseguindo atender os anseios dos turistas.

O que o turista quer?
O turista procura segurança, profissionalismo, opções, boas acomodações, e que a expectativa que se tem no momento da escolha do destino, seja atendida. É importante reforçar que cada época do ano remete a um turista diferente.

Quais transformações o setor precisa fazer para atender a classe B e C?
A nossa cidade oferece opções para todos os segmentos em toda a sua estrutura. A praia traz oportunidade para que sejam atendidos todos os segmentos, com opções diversificadas, independente da classe econômica.

Como o senhor vê a volta dos cassinos no Brasil?
Desde 1946 o Brasil já não tem mais cassinos. O que acontece é que a evolução, como em qualquer atividade, é mais um complemento que tem na atividade turística, podendo oferecer muita coisa que hoje não é ofertada e, enquanto isso, perdemos em termos de geração de renda e atrativos. É de conhecimento que quem quer jogar, vai jogar em lugares próximos, como Argentina e Paraguai. Manter o fechamento se torna uma hipocrisia. Hoje temos jogos para menores poderes aquisitivos, enquanto aquele que pode trazer uma grande geração de renda, não é permitido. Os bingos, por exemplo, traziam movimento econômico o ano todo. Na minha visão, o país perde muito sem os cassinos, porém, defendo que quando forem liberar a prática, devem liberar de uma forma organizada, se espelhando em outros lugares do mundo onde a prática é exercida com visão profissional. Eles podem não ser a solução do turismo brasileiro, mas, com certeza, são mais uma ferramenta.

A balneabilidade não está condenada com a irresponsabilidade sanitária?
Penso que cada vez mais o poder público, junto com a população, está ficando mais consciente da importância de balneabilidade sanitária, já que estamos iniciando um processo em todo o país, uma conscientização. A prova disso, é que em Balneário Camboriú, o poder Executivo tem buscado meios de garantir uma expansão dessa conscientização.

Como o senhor vê o futuro do turismo em Santa Catarina?
O turismo em Santa Catarina, na minha visão, é o Estado que mais tem perspectiva em termos de turismo, pois oferecemos um cardápio com todas as opções: compras, parques temáticos, rural, praias, etc. O que precisa é ter solução de continuidade de projetos e termos cada vez mais uma divulgação e promoção de forma integrada e em vários segmentos, pois como o Estado tem muitas opções, temos que ter vários veículos de divulgação, pois cada um tem um estilo. Também estamos próximos a grandes centros emissores nacionais e internacionais. Cada vez mais o empresário tem que estar consciente disso e trabalhar em conjunto com o poder público, tendo parceria constante e profissional, não só a nível Estado, como também nos municípios.

Turismo rural é pouco explorado. Por quê?
Acredito que o turismo rural foi o primeiro colocado com intervenção do turismo. Vejo que ele vem crescendo ano a ano e que tem com poder aquisitivo mais alto, muito diferente de um turismo urbano. Ainda temos poucos locais, mas agora com o crescimento da Serra Catarinense e regiões agrícolas, podemos ter grandes perspectivas. Penso que é necessário crescer com moderação para que não se perca qualidade. Temos, por exemplo, um hotel fazenda que é case nacional, devido ao seu movimento.

Fonte: Marcos Schettini – Lê Notícias