JUE 25 DE ABRIL DE 2024 - 03:22hs.
São Paulo

O antigo Água Viva Thermas Clube do Fernandópolis se candidata a sediar cassino legalizado

O interesse formal em sediar um cassino legal partiu do empresário Luis Carlos Rodrigues, investidor responsável por arrematar o antigo complexo aquático de Água Viva Thermas Clube, com a intenção de o transformar em um Resort. Ele tem acompanhado de perto as negociações no Congresso e está otimista, ao mesmo tempo em que busca mobilizar as autoridades da região pelo propósito. “Possuímos espaço para isso e caso não tenhamos todo o dinheiro para a instalação, buscaremos parceiros”, afirmou o empresário.

O cenário de crise econômica agravado pela pandemia de COVID-19 reacendeu no Congresso Nacional o debate sobre um tema polêmico a legalização das apostas no país, com a construção de cassinos em hotéis-resorts, e a liberação de jogos de azar em geral, como o do bicho, caça-níquel e bingos. De olho nisso, Fernandópolis já se candidatou a sediar o primeiro cassino legal (dessa nova fase) na região.

O interesse formal partiu do empresário Luis Carlos Rodrigues, investidor responsável por arrematar o antigo Água Viva Thermas Clube, com o interesse de o transformar em um Resort. Ele tem acompanhado de perto as negociações no Congresso e está otimista, ao mesmo tempo em que busca mobilizar as autoridades da região pelo propósito.

"Temos muito interesse em ter um cassino no Água Viva, possuímos espaço para isso e caso não tenhamos todo o dinheiro para a instalação, buscaremos parceiros. Será muito importante para a região, principalmente no quesito geração de emprego. Pelo que sei, a liberação dos jogos no Brasil será por região. Precisamos de nossas lideranças para que a nossa região seja contemplada. Vejo isso tudo com bons olhos e afirmo que nosso clube é um grande candidato a sediar um cassino", disse ele em entrevista ao jornal Cidadão, de Fernandópolis.

O goiano Cesar Baiochi foi o fundador do Água Viva. Na inauguração, no dia 22 de maio de 1983, depois de cortar a fita inaugural, Baiochi, instado a falar do que viria no futuro, disse, reservadamente aos amigos presentes: “meu sonho é construir um hotel, com 300 apartamentos e um cassino”. Cassino? Sim, disse ele, exalando otimismo: “hoje é proibido, mas o Brasil ainda terá a volta dos jogos de azar”.

Cesar Baiochi alimentou por muitos anos, o desejo de implantar seu projeto, estribado no apoio de seu conterrâneo, o senador por Goiás, Ozires Teixeira. Luta não faltou, mas a resistência da igreja e entidades conservadoras, minou a proposta. Cansado de esperar pela iniciativa dos congressistas, Baiochi vendeu o clube e voltou para sua terra, onde a família possui até hoje um clube aquático em Caldas Novas.

A regularização dos jogos é discutida há quase três décadas no Congresso, considerando-se o PL 442/1991, uma das propostas mais antigas em andamento na Câmara dos Deputados e que pretendia inicialmente legalizar o jogo do bicho. Nesse tempo todo, nunca se chegou a um consenso sobre as vantagens e desvantagens da legalização.

O principal argumento dos parlamentares favoráveis é a receita a ser gerada com o pagamento dos impostos do jogo legal, que reforçaria os cofres públicos num momento de escassez de recursos.

Além disso, em edição recente, a Revista Veja trouxe matéria que trata do impacto socioeconômico que a legalização e funcionamento dos jogos poderia produzir no Brasil: 200.000 empregos e expectativa de arrecadar R$ 18 bilhões de novos impostos, que seriam divididos entre estados e municípios

Um projeto para legalizar cassinos está para ser votado no Congresso Nacional, que tem padrinhos fortes, entre eles o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Trata-se da iniciativa do senador Irajá Abreu (PSD-TO).

“A expectativa é arrecadar R$ 18 bilhões em novos impostos, que seriam divididos entre estados e municípios, em recursos livres para investimentos. Fora isso, temos a expectativa de arrecadação de R$5 bilhões com as concessões, que seriam investidos em habitação popular”, disse o senador.

A proposta é endossada também pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o que a torna uma das favoritas a entrar em votação até o fim do ano.

O jornal A Cidade consultou os deputados federais da região, Fausto Pinato (PP), Geninho Zuliani (DEM) e Luiz Carlos Motta(PL) sobre seus posicionamentos em relação ao projeto, mas nenhum deles se manifestou.

Fonte: Jornal A Cidade de Votuporanga