DOM 19 DE MAYO DE 2024 - 16:17hs.
Investidores têm interesse no Porto Maravilha

Cassinos voltam à discussão e Rio de Janeiro tem nova chance

O prefeito Eduardo Paes e sua nova administração podem ter uma grande oportunidade de atrair um megaempreendimento para a cidade. No Congresso, voltaram os debates para a legalização dos cassinos em resorts integrados. Com as novas Presidências no Senado e na Câmara dos Deputados, há expectativa de que esses projetos sejam analisados como contribuições para aquecer a economia e o Rio de Janeiro atrai o interesse de investidores internacionais no Porto Maravilha.

O tema desperta o interesse de grandes grupos internacionais, que já chegaram a divulgar estimativas de que um empreendimento desse tipo poderia trazer cerca de US$ 10 bilhões (R$ 53 bilhões) em investimentos para o Rio. A aspiração é por um resort integrado no Porto Maravilha, o que traria impactos diretos para a região e o Centro da cidade.

No Congresso Nacional, há vários projetos para a legalização dos jogos, sendo que um deles existe há 30 anos. O projeto que permite os resorts integrados, que está parado na Câmara dos Deputados, concebe que nesses estabelecimentos os cassinos ocupem no máximo 5% da área, cujo restante deve ser destinado a hotéis, centro de convenções, casas de shows, áreas de lazer e shoppings.

Em setembro do ano passado, foi apresentado no Senado um outro projeto de lei para legalizar os resorts integrados, com mais restrições do que o da Câmara, prevendo que as receitas tributárias desses negócios sejam aplicadas exclusivamente em projetos habitacionais. Na nova versão, cada Estado poderá ter apenas 1 estabelecimento, contra os 3 previstos originalmente.

Um dos grupos interessados é o Las Vegas Sands (LVS), dos Estados Unidos, cujo fundador, Sheldon Adelson, morreu no mês passado. O empresário Marcelo Conde, dono da STX Desenvolvimento Imobiliário, acredita que a viúva de Adelson, Miriam, terá interesse em manter o projeto para o resort integrado no Rio, pois esse era o sonho de seu marido. Uma comitiva de parlamentares brasileiros foi recebida em 2020, em Las Vegas, pelo então diretor de operações da LVS Rob Goldstein, que se tornou presidente do grupo após a morte de Adelson.

Cassinos nos países vizinhos

Sheldon Adelson foi um bilionário que fez fortuna na área de eventos e com grandes cassinos. O LVS possui resorts integrados nos Estados Unidos, China e Singapura. Conde acompanhou o megainvestidor americano em 2017 e 2018, quando veio pessoalmente ao Brasil para tentar convencer as autoridades brasileiras a aprovarem seu modelo de negócios. Nessas visitas, ele esteve acompanhado de Miriam.

Os cassinos legalizados são proibidos no Brasil desde 1946, mas os jogos clandestinos existem em todos os locais. Com isso o país perde em arrecadação tributária e geração de empregos formais. Com a legalização, caberia ao governo atuar contra a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas do país. Na falta de cassinos próprios, brasileiros viajam para fazer apostas no exterior, até em países fronteiriços, como o Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Em sua última visita ao Rio, em maio de 2018, Sheldon Adelson deixou um recado para a cidade e para o país: “Eu não sou mais jovem, estou entre avô e bisavô. Mas não sou só eu. A ‘garota de Ipanema’ e todos os que foram seduzidos por essa música e por aquele tempo também envelheceram. O Rio tem que correr”. Adelson morreu no dia 11 de janeiro, aos 87 anos, por complicações de um linfoma.

Fonte: Diário do Porto