DOM 19 DE MAYO DE 2024 - 04:21hs.
Covid-19

Cassinos de Angola parados há 14 meses estão à beira da falência e pedem reabertura

Os cassinos e casas de jogos de Angola, parados há 14 meses devido à pandemia de covid-19, estão à beira da falência, alertou a associação do setor, garantindo que reúnem todas as condições de biossegurança para retomar a atividade. O presidente da entidade, Valódia Salvador, lamentou o preconceito contra os cassinos e que sejam confundidos com casas de diversão noturna.

O alerta foi lançado pelo Presidente Executivo da Ajogos (Associação Angolana dos Operadores de Jogos de Fortuna e Azar, Jogos Sociais e Jogos Remotos em Linha), Valódia Salvador. Segundo ele, o setor é importante para a economia angolana, que faturava 17,4 milhões de euros até o início da crise econômica e empregava cerca de 12 mil trabalhadores, força de trabalho que estava reduzida a um quarto já no ano passado.

Neste momento o setor encontra-se praticamente em falência e se perdurar vamos com certeza decretar a falência”, disse, indicando que pelo menos três dos 14 associados da Ajogos, com 250 funcionários, admitiram já não ter condições para a retomada da atividade por estarem altamente endividados."

Valódia Salvador adiantou que alguns operadores conseguiram suportar despesas e salários até junho do ano passado, mas desde aquele momento a maioria deixou de ter capacidade para pagar salários aos cerca de 3 mil trabalhadores do setor.

O Presidente da Ajogos salientou que os trabalhadores enfrentam grandes dificuldades econômicas e “passam grande problemas, gerados pela ansiedade e depressão”, havendo registro de vários casos de suicídio.

Ele lamentou que apesar de diversos contatos com as autoridades e com a comissão multissetorial de combate à covid-19, para demonstrar que reúne todas as condições para funcionar, não tenham obtido respostas.

Já batemos em milhares de portas, já reunimos com a comissão multissetorial, víamos uma luz, mas continua até hoje no fim do túnel”, frisou, sublinhando que nos cassinos já estão instalados separadores de acrílico, para mostrar o cumprimento das regras que incluem também redução de pessoal e do número de clientes nas mesas de jogo.

Confunde-se os cassinos com casas de diversão noturna. Mas nos cassinos não há pistas de dança”, acrescentou para mostrar que esses locais são mais seguros do que outros autorizados a funcionar, como restaurantes, cinemas, food-trucks e igrejas “onde não existe este distanciamento”.

Temos noção do bem que é a vida, mas se não se gerar um equilíbrio do outro lado o bem vida também não está salvaguardado”, complementou, exortando os membros da comissão multissetorial a visitar e fiscalizar os cassinos.

João Fernando, membro da mesa da Assembleia da Ajogos disse que os operadores estão “desmoralizados” com a falta de respostas e disse que não faz sentido que os cassinos não possam funcionar, ao contrário das empresas de jogos sociais (casas de apostas), havendo também uma proliferação de cassinos clandestinos.

Nós não queremos funcionar desta maneira, há milhares de cassinos que não cumprem a lei nem respeitam as regras de biossegurança. Nós queremos que nos digam se podem retomar a nossa atividade ou não para não continuar alimentando falsas esperanças”, apelou Valódia Salvador.

Fonte: Novo Jornal