DOM 14 DE DICIEMBRE DE 2025 - 00:14hs.
BiS Brasília

Legalização dos cassinos pode impulsionar turismo e arrecadação no Brasil

Durante a primeira jornada do Brazilian iGaming Summit (BiS) Brasília, especialistas do setor hoteleiro, legisladores e empresários do setor de jogos defenderam que a aprovação do Projeto de Lei nº 2.234/2022 que tramita no Senado Federal poderá transformar a operação legal de cassinos e bingos em um importante motor econômico para o país. Segundo eles, a medida ampliaria o turismo, atrairia investimentos e geraria milhares de empregos diretos e indiretos.

Henrique Severien, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF), explicou que o texto prevê a criação de 61 cassinos em todo o território nacional — sendo 27 em destinos turísticos e 34 integrados a resorts.

Para ele, o modelo proposto, aliado a um controle rigoroso das atividades (como o uso de CPF para registro de hóspedes e jogadores), permitiria reduzir a criminalidade, evitar a evasão de divisas e fortalecer a estrutura do turismo brasileiro.

 



Um dos exemplos citados no debate foi o da cidade de Olímpia (SP), que já se antecipou à legislação federal e aprovou normas locais para permitir cassinos integrados a resorts.

Segundo o ex-prefeito e atual deputado federal Geninho Zuliani, o município possui hoje 35 mil leitos de hospedagem e recebe cerca de 5 milhões de turistas por ano, o que o coloca em posição privilegiada para se beneficiar de um mercado legalizado.

 



Para Roberto Quattrini, managing director da Novomatic, presente em mais de 50 países, a legalização dos cassinos não deve ser vista como um incentivo ao vício, mas sim como a oportunidade de regular uma atividade que já existe de maneira informal: “Está na hora de o Brasil destravar esse potencial para fortalecer ainda mais o turismo nacional”, afirmou o executivo.

Quattrini também destacou a importância da segurança jurídica para atrair investidores internacionais. Segundo ele, “a instabilidade regulatória, quando o governo muda de ideia em poucos meses, cria nervosismo nos grandes players e afasta o capital estrangeiro que poderia impulsionar o setor”.

 



Como moderador do painel, José Magno, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), defendeu que a legalização dos cassinos e bingos não apenas fomentará o turismo e a economia, mas também garantirá transparência e controle estatal sobre uma atividade já existente.

Segundo ele, o modelo pode gerar centenas de milhares de empregos e bilhões em arrecadação tributária, além de atrair investimento internacional para o país.

Outro ponto ressaltado foi o impacto da regulamentação das apostas esportivas, que entrou em vigor em janeiro de 2025. A legalização abre espaço para que parte da arrecadação seja direcionada à Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), contribuindo para a promoção do Brasil como destino global.

 



Os participantes defenderam ainda a criação de mecanismos de controle eficientes, como o registro obrigatório de transações via PIX ou transferência bancária, para garantir maior transparência fiscal e segurança operacional.

Em consenso, os especialistas afirmaram que a legalização dos cassinos representa uma oportunidade estratégica para diversificar o turismo brasileiro, aumentar a arrecadação e formalizar um mercado que, na prática, já movimenta bilhões de reais no país.

Fonte: GMB